António Ortins de volta

Depois da indefinição, o basquetebol do Lusitânia volta a contar com um grupo de dirigentes.

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6 DEZ 2007

António Ortins encabeça o pelotão e dá a cara pelo novo projecto. Para já, as prioridades são estabilizar financeiramente o conjunto e levar mais público ao Pavilhão. Depois, “acho que podemos alcançar um lugar nos cinco primeiros”, refere o dirigente. Leia a entrevista dada por António Ortins ao Jornal do Basquetebol, nos detalhes desta notícia.

Jornal do Basquetebol (JB) Antes de mais, porquê voltar ao Lusitânia?António Ortins (AO) Volto atendendo às circunstâncias em que o basket caiu. Tínhamos um treinador que fazia de roupeiro e administrativo, que me ligou a perguntar como se imprimia um documento no computador e me disse que estava a fazer ofícios para requisitar o pavilhão para treinos… Nesta altura decidi ajudá-lo e vi que ele estava mesmo sozinho. Tratei de algumas inscrições, das cartas internacionais dos atletas e de tudo o que fosse necessário para pôr a equipa a jogar. Para além disso tínhamos de ter delegados aos jogos, coordenadores de segurança, por isso foi preciso juntar uma equipa para levar as coisas em frente… Até porque era muito triste ver o trabalho que tive durante anos para tentar pôr a equipa na Liga, a ir por água abaixo.(JB) Quando voltas-te as coisas estavam diferentes?(AO) Estavam… Quando saí as coisas estavam organizadas e o Departamento estava bem estruturado; quando chego vi que não havia ninguém. Tivemos que formar uma nova equipa. Algumas pessoas aceitaram voltar, outras já se tinham comprometido com a Terceira Basket e não quiseram voltar… Mas isso segue em frente; há-de aparecer caras novas e o que é preciso agora é trabalhar em prol do clube para ver se isso vai em frente.(JB) Quem está na secção. É para ficar até final da época?(AO) A Comissão foi eleita para trabalhar nos próximos três meses. A intenção agora é trabalhar pelo clube, tentar reduzir nas despesas e depois, se houver uma Direcção que entre para o Lusitânia e tenha a sua equipa para a secção de basquetebol o meu trabalho acaba. Caso contrário, e se quem vier quiser que eu continue até final, hei-de fazer um esforço e posso continuar. Para já estou eu e o Fernando Silva à frente da secção; delegados temos o Pedro Godinho e o António Hermínio Martins; seccionistas o Dércio Brasil e o Jorge Paim, os coordenadores de segurança são o Francisco Ferreira e o Fernando Dias.(JB) Qual o trabalho mais urgente?(AO) A equipa precisa de muita coisa, nós é que se calhar não podemos dar tudo. Mas isso é tudo uma questão de trabalho, para tentar ver se conseguimos dar o máximo. Sabemos por exemplo que precisamos de um fisioterapeuta e estamos a tentar arranjá-lo… Mas atendendo ao momento que o clube atravessa, não é fácil ter tudo a 100%.(JB) O grupo está mais estabilizado depois das mudanças no clube?(AO) Julgo que sim. Atendendo a que estávamos numa fase de indefinição, sem saber até quando havia pagamento de salários, e com alguma insegurança, penso que eles agora estão mais confiantes. As pessoas já falaram com os atletas, já explicaram aquilo que o clube pode dar e de que forma pode dar e daqui para a frente acho que podemos avançar com passos pequenos mas seguros. Isso é importante, pelo menos para evitar situações mais graves, quer para o clube quer para o treinador, que não deverá enfrentar situações como as que aconteceram na época passada, de jogadores que se recusaram a treinar e a jogar… Julgo que com esta comissão as coisas vão ficar mais fáceis.(JB) Até onde pode chegar este grupo?(AO) Com o treinador que o Lusitânia tem é possível esperar tudo. O Manuel gosta de trabalhar, por isso acho que temos de dar tempo ao tempo… Os objectivos não poderão ser muito grandes, porque estamos muito limitados, mas atendendo ao trabalho que ele costuma fazer, penso que a equipa pode lutar por estar entre as cinco melhores da Liga. O tempo nos dirá, mas acho que temos um bom grupo de trabalho, que pode fazer uma boa época.(JB) E haverão mudanças?(AO) Em termos de grupo de trabalho é mais complicado, devido à situação em que o clube se encontra, mas nunca se sabe… Há situações em que os jogadores não se adaptam e por vezes há mudanças pontuais que têm de ser feitas… Vamos ver, mas para já as coisas estão a correr dentro do previsto.“Formação vai regressar ao clube”(JB) Depois de muitos anos a ganhar, o Lusitânia aparece esta época sem qualquer equipa nos escalões de formação. Entristece-o esse facto? Acha que é possível inverter a situção?(AO) Quando voltei ao Lusitânia, a formação já tinha passado toda para o Terceira Basket. Atendendo a que há prazos de inscrição e que estes estavam a terminar, alguém pegou nos miúdos e levou-os para o Terceira Basket. Parece-me que foi uma maneira dos miúdos não ficarem parados, ou que outros clubes ficassem com eles. Agora, que é mau para o clube, é óbvio… Um clube que está numa Liga Profissional e não tem escalões de formação, não está obviamente numa boa situação. É sempre complicado fazer a transição da formação para os seniores, mas de qualquer forma julgo que na próxima época a formação estará novamente no Lusitânia. Quer seja com os atletas que já estiveram no clube, quer seja com outros, que comecem o processo do zero. Acho que há interesse dos miúdos que estavam no Lusitânia em voltar e dos próprios responsáveis do Terceira Basket que a situação fique normalizada. Vamos esperar que assim seja.

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6 DEZ 2007

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