“Acreditamos”

Daniela fez todo o percurso de formação no clube, acredita “que este ano a equipa está muito mais forte” e que é possível chegar ao título.

Numa equipa em ascensão, brilha uma atleta determinada, persistente e de (muita) qualidade. Daniela Reis entrou no clube por acaso. Gostava de jogar basket, viu “uma carrinha da ABIT no Ciclo, a mãe falou com uma senhora” e começou a treinar. Nesse dia a carrinha estava nas mãos do TAC, que ganhou uma jogadora determinante para a boa época que o clube está a fazer este ano no escalão de Iniciadas. Na altura tinha 9 anos e nem sabia como se chamava o clube. No mesmo ano trocou os minis pelo escalão acima e ao fim de três épocas e meia não tem dúvidas quando diz que “os anos têm sido bons, mas este está a ser o melhor”.Apesar do optimismo, garante que a travessia do deserto a nível de resultados não foi fácil. No primeiro ano “não conhecia ninguém”, e a mãe “chegou a dizer-me para sair, mas achei sempre que devia ficar. Tinha várias amigas que estavam noutros clubes, que ganhavam mais vezes, mas sempre achei que um dia íamos conseguir… Somos o clube mais novo e é normal que o início seja mais difícil, mas com trabalho tudo se consegue”. Uma lição de persistência que começou a dar frutos na época passada, quando conseguiram a primeira vitória, frente aos Vitorinos… “Um momento muito importante para o clube e para mim”… E que este ano atingiu o auge, que vai valendo a liderança no campeonato. Para Daniela, “a equipa está muito mais forte; a maneira como o Serginho fala com a gente e trabalha, faz-nos sentir mais motivadas e a partir do momento que temos uma vitória acreditamos que é possível ganhar sempre”.Uma melhoria para a qual contribuiu também a participação mais efectiva de algumas atletas, que só este ano subiram às iniciadas, apesar de “já jogarem connosco desde o ano passado, o que lhes deu alguma experiência”. Para além disso “o Boa Viagem está menos forte e desde o início sabíamos que tínhamos hipóteses de ganhar mais jogos este ano. Quanto a nós, temos a vantagem de estar sempre unidas, mesmo quando há alguma discussão… Quando alguém está mais em baixo, tentamos a ajudar e isso tem sido o mais importante”.“Quero a Selecção”Apesar do optimismo, a nossa figura da semana admite que “ainda há coisas a melhorar. Por vezes ainda nos desconcentramos nos treinos e isso podia melhorar”. Mesmo assim a confiança está em alta entre as iniciadas do TAC… “Nós sabíamos que íamos perder alguns jogos, mas acreditamos sempre que este ano podíamos ganhar mais vezes. É claro que ficamos um pouco surpreendidas com a classificação, mas acho que merecemos”. O título pode ser uma realidade? “Acredito muito nisso. Era importante para o clube e era muito bom para nós. Agora é trabalhar para continuar a ganhar e depois é sempre para a frente”, refere Daniela Reis.Outro capítulo importante na época 2007/2008 é a presença na Selecção de Iniciadas da Terceira, que em Maio disputa do Regional Inter-Associações. Depois de um ano em que foi a única representante do TAC no grupo, Daniela confessa que “é bom ter mais colegas de equipa e é bom para o TAC, porque significa que tem boas atletas, que têm capacidade para estar na Selecção”. Quanto ao trabalho “está a correr bem”, apesar de achar que “no ano passado tínhamos uma equipa mais forte. Mas se quisermos trabalhar e tivermos força de vontade podemos atingir os objectivos”.Para ajudar e evoluir, Daniela quer continuar no grupo e vai esforçar-se “para ir ao Regional, como as outras atletas também o vão fazer”. Os treinos têm corrido bem e o relacionamento entre as atletas de vários clubes não é difícil, até porque “só na minha turma tenho seis jogadoras do Boa Viagem. Sabemos mais ou menos aquilo que vamos encontrar. No ano passado tivemos algumas dificuldades contra São Miguel e Faial e penso que este ano vai voltar a ser difícil, mas espero que a gente dê mais agora, e consiga trazer a vitória para a Terceira”…“O que importa é o presente”Daniela Reis tem uma certeza: Quer “continuar a jogar”. Sabe que “se a escola não correr bem”, não joga. Mas vai continuar a estudar, “para ter boas notas e continuar a jogar, porque é o que eu quero”. Aos 13 anos, frequenta o 8º ano de escolaridade e quer chegar até à Universidade. Já pensa nos curso, mas “ainda estou indecisa… Gosto de várias coisas, desde medicina dentária à psicologia, mas ainda não sei”.Para além disso assume-se como uma desportista. Em comunhão com o basquetebol pratica Karaté e, “se fosse possível, ainda jogava mais qualquer coisa”. Uma atleta no verdadeiro sentido da palavra, que prefere ir cumprindo os objectivos a pouco e pouco, em vez de planear o futuro com muita antecedência… “Penso é em jogar e fazer o meu melhor, para ganhar os jogos… Tenho de pensar é no presente, depois logo se vê”, termina a nossa figura da semana.