À “altura” das responsabilidades

Aos 14 anos, ter cerca de 180 centímetros de altura ajuda, mas só por si não chega para conseguir um lugar de destaque no basquetebol.

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21 FEV 2008

A nossa figura da semana tem vindo a mostrar que é mais do que um miúdo alto, as exibições e o discurso provam que temos promessa.

Há uma semana atrás marcou 28 pontos, num jogo que voltou a adiantar os iniciados do AngraBasket na luta pelo título de campeão da Terceira. Debaixo das tabelas é difícil fazer-lhe frente e as coisas tornam-se mais complicadas quando o mesmo jogador mostra qualidade, quer a lançar, quer a penetrar para o cesto, da forma como Guilherme Ornelas o tem feito esta época… Apesar disso, é o primeiro a dizer que “nada está ganho” e a dar mérito ao adversário (o Terceira Basket), “que tem mostrado que tem uma boa equipa e está a evoluir”. Mesmo assim, acredita que as oscilações da equipa são sobretudo por responsabilidade própria e lança um alerta para o seio do grupo de que faz parte… “Podíamos estar melhor. A nossa equipa é boa, mas não está a esforçar-se ao máximo. Acho que podíamos dar mais. Temos de trabalhar mais na defesa e acho que podemos ser melhores no ataque. Ainda falhamos muito nos lançamentos…Acho que se nota que toda a gente gosta de marcar pontos e pouco de defender”, refere, assumindo a sua quota parte das responsabilidades. No entanto, a equipa comanda o campeonato com uma margem confortável e Guilherme prepara-se para conquistar de novo o título de campeão da Terceira de iniciados masculinos, à custa de “um bom contra-ataque, muito espírito de equipa e dos jogadores. Acho que temos vários jogadores a jogar bem. Algumas equipas têm um ou dois que marcam, nós temos mais”, refere. “No Campeonato, perdemos um jogo que não devíamos ter perdido, porque tivemos um bocado de azar e não tivemos tão bem. Na altura ficamos com algum receio, mas acho que nos fez bem perder aquele jogo, porque aprendemos que não estava nada ganho e percebemos que não nos podíamos armar tanto em bons… Mas tirando este jogo acho que estamos bem e vamos ganhar o campeonato”, confessa, já com os olhos postos no Regional e no Nacional.“Mais competição”Há seis anos no AngraBasket, Guilherme relembra os primeiros tempos, em que chegou ao clube pela mão do professor de Educação Física da altura, Marcos Couto. “Comecei nos Minis, fui aparecendo, gostei e fiquei, porque gostava da competitividade e de marcar cestos”. Começou a perceber que tinha algum jeito no primeiro ano nos Minis B, quando “ainda era do tamanho dos outros”, sobretudo pelos pontos que marcava e pelas vitórias que a equipa ia somando. Hoje reconhece que “a altura é uma ajuda, principalmente no ataque”. Mas “sem querer ser muito vaidoso”, acredita que tem outras qualidades, que fazem dele “um jogador inteligente a jogar”.Agradece ao treinador (Pedro Loth), o empenho que tem em ajudar todos os atletas a melhorar e acredita que ele é a pessoa certa para levar a equipa à ambicionada vitória no Regional. “Acho que o que temos feito e a nossa qualidade vai ser suficiente para o Regional. Acho que podemos ser favoritos e penso que vamos ganhar. Não temos a equipa que tínhamos no ano passado e não conheço bem as de São Miguel, mas acredito que este ano vamos estar melhor e não nos vão surpreender”, refere a nossa figura da semana. Um optimismo que ‘esfria’ quando o assunto é o Nacional, não só de clubes, mas também de Selecções. Depois da experiência nas Festas Nacionais de Basquetebol, que se realizou na época passada em Portimão, onde representou a Selecção dos Açores, Guilherme acredita que este ano pode repetir a presença e “aprender muitas coisas com os adversários”, que o ajudam a evoluir e a passar “uns dias divertidos naquele ambiente”. Mas também sabe que “vamos encontrar boas equipas e que vai ser muito difícil ganhar mais do que um ou dois jogos. Eles têm muito mais competição e os treinos deles diários, nos clubes, são como os nossos treinos na Selecção. Nós chegávamos ao fim dos treinos todos partidos e eles treinam assim todos os dias, por isso estão mais bem preparados”. Mesmo assim acha que é possível melhorar e acredita que pode contribuir para uma boa participação da Região, na montra do basquetebol juvenil nacional.Seniores são objectivoComo todos os miúdos da sua idade, Guilherme Ornelas gosta de “jogar computador, ir à net, estar com os amigos e ver filmes (a trilogia do Senhor do Anéis e a saga Star-Wars, principalmente)”. De original tem o gosto pelo Paint-ball. Quase todos os fins-de-semana à encontros e ele, equipado a rigor, não falta… “Gosto de tácticas de guerra, gosto do jogo e é uma boa maneira de libertar o stress”, refere. “Não participo há muito tempo, mas acho interessante e espero formar uma equipa nos próximos tempos”.Para além disso, frequenta o 8º ano, “para passar, claro”, com vista a um futuro ainda incerto… “Ainda não tenho objectivos definidos, mas acho que gostava de ir para a área de informática. Para a tropa? Não… Só se for para cumprir os três meses (risos)…”.Mais definidos parecem os objectivos no campo desportivo. Aí não há dúvidas: “quero chegar aos seniores do AngraBasket e acho que é possível. Temos exemplos disso, por isso porque não???”

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21 FEV 2008

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