Emanuel Silva: “Não podemos cruzar os braços”

O capitão do Sangalhos reconhece os clubes e a modalidade não escaparam aos problemas que este ano afectaram financeiramente o mundo, mas defende que os agentes da modalidade devem fazer uso da imaginação para minimizar os efeitos da crise global.

Atletas | Competições
20 OUT 2009

Em vez de criticar há que agir, aconselha

Que objectivos traçou para a próxima época, tanto ao nível colectivo como individual? Nesta altura da minha carreira a minha intenção passa por poder ajudar a equipa da melhor forma possível a atingir os seus objectivos colectivos, contribuindo de uma forma activa para o alcance do sucesso. Como metas colectivas, e numa base do querer ser melhor hoje do que éramos ontem, em termos do campeonato passará por passar a primeira eliminatória do playoff. Também ambicionamos estar na taça da Federação. Relativamente à Taça de Portugal, o objectivo será defrontar uma equipa da Liga. Em relação à Taça António Pratas, tendo em conta o grupo em que estamos inseridos, julgo que devemos aproveitar da melhor maneira esta competição para nos prepararmos para o arranque do campeonato, procurando discutir todos os jogos e, se possível, ganhar um ou outro. Como vê o actual momento do basquetebol português? Na minha opinião o estado do basquetebol português é de crise, não só tendo em conta os aspectos financeiros, pois os problemas tocam a todos, incluindo possíveis patrocinadores (necessários na sobrevivência dos clubes), mas também preocupa-me a crise de ideias para minimizar e potenciar a evolução do nosso basquetebol. Preocupa-me o facto de cada vez mais termos jogadores no escalão de juniores “A” a apresentar um basquetebol muito infantil, longe daquele que se espera para a idade. Preocupa-me o facto de querermos uma Selecção melhor, com melhores jogadores portugueses, mas grande parte deles pouco competem pois passam muito tempo no banco (portugueses na Liga). Aqui acho que as jornadas cruzadas seriam uma mais-valia para dar tempo e jogo a estes portugueses, bem como apresentar a outros (Proliga), provocando uma evolução desejável. Espera um campeonato melhor que o do ano passado? Em relação ao campeonato da época anterior espero que este seja mais equilibrado, onde qualquer equipa no inicio de cada jogo não se poderá dar como vencedora. A meu ver, no ano passado havia duas equipas que estavam uns “furos” acima das restantes, como foi o caso do Illiabum e do Sampaense. No entanto, não deixo de lamentar o desaparecimento na Proliga de duas equipas que muito acrescentaram a esta competição nos últimos anos – estou a falar do Esgueira e do Queluz. Por outro lado, espero que as equipas que as vêm substituir consigam colmatar esta lacuna ou que pelo menos se aproximarem. Quem são, em seu entender, os favoritos? Neste momento não tenho um conhecimento profundo das restantes equipas, de qualquer forma, e pelo que vou ouvindo, parece-me que há equipas que estão a reforçar-se bem, enquanto outras mantêm o núcleo duro de portugueses da época passada que lhes permitiu fazer um bom campeonato. Desta forma, não consigo desde já lançar favoritos. No entanto, será curioso ao longo do próximo mês perceber quais as equipas que melhor estão preparadas para atacar a fase regular do campeonato. A crise está a asfixiar ainda mais os clubes? É certo que à semelhança de outros sectores na sociedade, também o desporto em geral e o basquetebol em particular sai prejudicado com a crise, limitando-os cada vez mais. Contudo, acho que não devemos cruzar os braços e esperar que passe, mas sim usar a imaginação para pelo menos minimizar os estragos que ela (crise) provoca e que por vezes são irreversíveis. É nestes momentos que se vêem os verdadeiros amantes dos clubes e da modalidade, que fazem tudo o que está ao seu alcance para ajudar, em vez de optar por uma postura crítica. Também acho que neste momento os clubes devem estar unidos e pensarem no futuro da modalidade.

Atletas | Competições
20 OUT 2009

Mais Notícias