Sónia Reis: «Perdi os meus medos»

Apresenta de médias de 21 pontos, 7 ressaltos e 2 roubos de bola por jogo, com 33 minutos de utilização; nos sete encontros já disputados foi por 3 vezes MVP e 6 MVP da equipa. É a melhor marcadora da Liga, com 21.43 pontos de média, e a segunda jogadora mais valiosa do campeonato, com 21.29, só sendo ultrapassada por Constance Lyttle, com 25.29. Leia nos detalhes desta notícia a entrevista com a jogadora e fique a saber as razões que estão por detrás destas brilhantes exibições.

Este ano as coisas estão a correr-lhe bastante melhor na Liga espanhola. Pelo menos esta primeira volta até agora está a correr-me muito bem, graças a Deus! Estou muito contente e confiante. De repente desatou a marcar pontos. Foi a sua atitude dentro de campo que se alterou ou isso implicou alguma mudança táctica nas soluções ofensivas da equipa? Não creio que tenha sido de repente. Já no final da época passada comecei a melhorar ofensivamente e durante o Verão, com a Selecção Nacional, perdi os meus medos, medos que ganhei com a lesão. Também estava a trabalhar com pessoas que confiavam em mim e isso ajudou-me a aumentar a confiança. Trabalhei bastante ao nível físico, na piscina e no ginásio, o que me ajudou a fortalecer bastante os músculos dos membros inferiores. Continuo a trabalhar esse aspecto e, tendo confiança ao nível muscular na perna lesionada, não há motivo para continuar, por exemplo, com medo a saltar nas penetrações. Isso já não existe! O que passa a existir é muita vontade de jogar e confiança – fisicamente já posso tudo. Além disso, este ano tenho algo que não tinha na equipa passada: um treinador que confia em mim e que me dá carta branca para jogar. Além disso, temos um grupo de jogadoras que acreditam no meu trabalho interior e assim sendo faço de tudo para continuar a merecer a confiança de todos. (…) Mas ainda só vamos no 7º jogo, há ainda muito que jogar. Nesta Liga nunca se sabe o que pode suceder… Neste momento estou feliz por fazer bons resultados, mas aqui tudo pode acontecer. Não sei quando chegará o jogo, ou os jogos, em que não terei tanta sorte e as coisas comecem a correr-me mal. Quando acabo um jogo e vejo que me saiu bem é um alívio e uma alegria. Deus queira que continue muitos mais jogos assim… Infelizmente as suas boas exibições nem sempre têm coincidido com vitórias da equipa. Que avaliação faz do grupo e quais as expectativas para o resto da temporada? Nós temos um equipa com muito potencial, um grupo jovem e trabalhador. Mas no que toca aos jogos de sábado… é uma incógnita. Somos capazes do melhor num fim-de-semana e do pior no outro. Falta-nos abandonar a montanha-russa que é o nosso jogo e ganhar consistência ofensiva e defensiva. Eu gosto bastante da equipa e creio que se limarmos alguns pontos, as vitórias vão surgir e acabaremos por fazer um bom resultado nesta Liga. Além do mais, nesta fase jogamos em casa com as grandes equipas. Quando defrontarmos as equipas da “nossa liga”, em casa, ganharemos seguramente. Com mais um par de jogos ganhos fora saímos do buraco. Acreditamos em nós e trabalhamos muito para isso. Individualmente tem conseguido ser extremamente regular. Coloca-se a si própria algum objectivo para esta temporada? Nada, nenhum. Só quero jogar e tentar fazer o melhor trabalho possível. A sua preponderância na equipa foi conquistada ou já principiou a época como titular? Aqui não se dá nada. Trabalha-se, mostra-se resultados e consegue-se o nosso lugar, caso contrário só há lugares sentados, à espera de rodar. E se nem isso for possível, então corre-se o risco de perder o nosso trabalho a qualquer momento. Bem, se calhar isso é um motivo inconsciente para manter-me tão constante; no ano passado tinha contrato de dois anos, a temporada que vem não tenho nada. Nestas ligas europeias o nível das jogadoras é muito alto e os anos são tudo! Mas como disse ainda falta muito jogo e cada jogo é uma historia…