Técnico José Ricardo: «Estamos muito orgulhosos»

Depois de um largo período de domínio do Lusitânia, a Proliga chegou ao Natal com o Barcelos-Hotel Terço no comando da classificação.

Competições | Treinadores
26 DEZ 2009

O treinador José Ricardo está muito satisfeito com o trabalho desenvolvido pela equipa até ao momento e admite que a este sucesso não está alheio o facto de a base do grupo ser a mesma da época passada. Nesta entrevista o treinador dos minhotos analisa, ainda, os reforços contratados ao Vitória de Guimarães e aborda a hipótese de o clube subir à Liga.

Neste momento a sua equipa é líder da Proliga. Trata-se de uma posição que estava nas suas perspectivas no início da temporada? Após a constituição da equipa tínhamos a expectativa de lutar pelos primeiros lugares desta competição. Consegui-lo era nossa ambição, realizá-lo um objectivo e nesta altura estamos muito orgulhosos do trabalho efectuado. Contudo, sabemos que falta muito campeonato e que nem a primeira volta está concluída. Demos apenas um pequeno passo e que muitos mais nos faltam para consolidar o nosso jogo e, consequentemente, a nossa classificação. A permanência da base do grupo da época anterior está revelar-se um factor decisivo para o rendimento da equipa esta época? A manutenção de um número importante de atletas da época passada e a recuperação de dois jogadores fundamentais no percurso realizado na CNB1 deu-nos o conforto necessário para um início de competição que sabíamos muito difícil. A coesão para a tarefa de todos os elementos da equipa, de certa forma resultante da manutenção desse grupo de atletas, deu-nos a confiança que necessitávamos para a obtenção de melhores resultados. A aposta em atletas já conhecidos foi uma prioridade na sua escolha de reforços? Quando definimos a linha orientadora para a contratação de atletas procurámos aqueles que melhor servem os nossos interesses mas nem sempre as condições financeiras oferecidas vão de encontro ao que pretendemos. Tivemos a felicidade de completar o plantel existente com as nossas primeiras escolhas recuperando o Ivo Gonçalves e o Sérgio Duarte e contratando o John Winchester, o Pedro Silva e o Ricardo Correia Com os dois primeiros já tínhamos trabalhado durante três épocas e sabíamos da sua importância dentro e fora do campo. No que toca aos três restantes, tínhamos referências muito positivas sobre a qualidade dos seus desempenhos competitivos e informações que nos agradaram sobre a sua atitude relativamente à forma como encaram o treino. A aposta em atletas já conhecidos foi ganha mas sabemos que o sucesso da mesma também esteve relacionado com circunstâncias que não dominamos. Este ano tivemos a felicidade de tudo se ter resolvido a nosso favor mas não nos colocamos em bicos de pés porque sabemos que nem sempre assim corre. O facto de três jogadores ex-Vitória de Guimarães fazerem parte do seu plantel é uma mera coincidência? Não passa de uma coincidência. O Pedro Silva é um atleta com um percurso desportivo notável, que sempre nos interessou e que foi por nós contactado assim que soubemos que era um jogador livre. Como acima disse, as informações que possuíamos eram as melhores e sabíamos que o seu perfil se encaixava nas nossas intenções. O Ricardo Correia, por sua vez, é um atleta formado pelo Basquete de Barcelos e que foi transferido para o Vitória já com idade sénior. Há quatro épocas foi convidado a regressar ao nosso clube e tal intenção concretizou-se este ano porque ele concluiu a sua formação universitária e regressou à sua cidade. O John Winchester foi-nos sugerido por alguns atletas da equipa quando souberam da nossa intenção em contratar um jogador estrangeiro para as posições 2/3. Quando soubemos que estava disponível para aceitar a nossa proposta não hesitámos pois tínhamos informações muito seguras sobre ele. A posição que actualmente ocupa é possível de se manter até final da época regular? Já estão decorridas nove jornadas e penso que temos mérito na posição que ocupamos, sabendo que para a primeira volta estavam para nós calendarizados sete jogos em casa e apenas quatro fora. Faltam ainda disputar dois jogos da primeira volta e uma segunda volta muito adversa. Sem querer entrar em lugares comuns, pensamos que há ainda muitos jogos para realizar e que muita coisa irá acontecer até ao final da Fase Regular. Sabemos também que estamos em primeiro lugar e que tudo faremos para o manter. Entendemos que há muitas equipas candidatas ao lugar que ocupamos e que o campeonato está muito mais equilibrado do que em épocas anteriores. Serão muitas as dificuldades à necessária regularidade dos que pretendem comandar a classificação. Caso garantam o direito à subida, julga que o clube tem condições para participar no escalão maior da modalidade? Seria presunçoso da nossa parte falar dessa possibilidade em resultado do que já fizemos em apenas nove jornadas com tantos candidatos e muito campeonato por disputar. Admitindo que tal cenário se concretize em resultado do que poderemos fazer daqui para a frente, entendemos que seria um desafio aliciante para o clube e para a cidade. Não nos parece difícil, e muito menos impossível, tal participação para um clube da nossa dimensão. O clube nos últimos anos tem aumentando significativamente a quantidade e qualidade do seu trabalho. Neste momento temos catorze equipas em competição, quinze treinadores e mais de duzentos atletas inscritos. Os nossos escalões de formação têm uma participação cada vez mais frequente nas competições nacionais e as nossas equipas seniores masculina e feminina competem na Proliga e Liga Feminina, respectivamente. Aquilo que sempre preocupa é a dimensão financeira. Nessa área atrevemo-nos a dizer que a cidade e o clube têm as estruturas necessárias para fazer acontecer esse desafio. Mas para ele se colocar é preciso a obtenção do direito desportivo e estamos ainda muito longe de o ter conseguido. Neste arranque de temporada o que destacaria com sinal mais e menos na Proliga? Como sinal mais destacaria o maior equilíbrio existente e o nivelamento por cima da competição. Na minha opinião todas as equipas estão tão ou mais fortes do que na época passada e os plantéis estão na generalidade mais apetrechados. Para além disso, surgiram novos projectos na competição que lhe deram ainda mais qualidade porque me parecem muito consistentes e que mobilizam uma massa adepta significativa. O sinal menos prende-se com a menor visibilidade que a competição passou a ter com o desaparecimento das jornadas cruzadas. Penso no entanto que tem vindo a melhorar nos últimos tempos com a conquista de algum espaço nos jornais desportivos nacionais em “dias menores” da semana. A exploração desse espaço em “dias menores” poderia ser melhorada se o comentário à jornada fosse uma rotina ilustrada com alguns dados estatísticos que fazem parte da base de dados da FPB. Daqui até à criação de uma antevisão da jornada seguinte poderia ser um pequeno passo…

Competições | Treinadores
26 DEZ 2009

Mais Notícias