Penafiel vence Taça da Federação Proliga

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24 JAN 2010

O CBP/Sentir Penafiel foi o grande vencedor da primeira edição da Taça Federação Proliga, derrotando, numa final emotiva, que teve lugar em Ponte de Sor, o Basquete Barcelos, por 70-65. A equipa liderada por Valentyn Melnychuk não pára de surpreender, afirmando-se cada vez mais como um dos potenciais candidatos ao título da Proliga.Para esta final o técnico da equipa de Barcelos não pôde contar com o lesionado Bártolo Dias, que não recuperou da entorse contraída no jogo da meia-final do dia anterior, bem como com o extremo Sérgio Correia, foi punido com 3 jogos de suspensão em partida a contar para o campeonato da Proliga. O primeiro período desta final teve 3 fases distintas. Num inicial poder-se-á dizer de estudo mútuo, em que as duas equipas se equivaleram, ao que se seguiu o melhor período do Penafiel, exibindo as armas que lhe valeram a passagem à final, ou seja, defesa agressiva, sobremarcação das linhas de passe, saídas rápidas para o contra-ataque, sempre em vantagem numérica. Depois da paragem pedida pelo técnico barcelense, José Ricardo, quando a sua equipa perdia por 9-14, seguiu-se uma fase de grande ascendente dos minhotos – parcial de 11-0 – operando a reviravolta no marcador (20-14). Até final do período os penafidelenses recompuseram-se reduzindo a diferença para apenas 2 pontos (18-20). No segundo quarto, foi mais evidente a tentativa dos pupilos de Valentyn Melnychuk em explorar o seu jogo interior, quer através dos seus jogadores interiores, como dos extremos, já que dispunham de vantagem em termos de estatura. Do lado oposto, a maturidade do base Carlos Fechas, quase sempre a colocar a equipa ao ritmo que mais lhes convinha, foi mantendo sempre o Barcelos na discussão do resultado, coincidindo com constantes alternâncias no comando do marcador. Na parte final da primeira parte, dois erros consecutivos por parte do Barcelos – falta em acto de lançamento de 3 pontos, seguido de um turnover na reposição da bola em jogo após cesto sofrido – permitiram aos penafidelenses afastarem-se no marcador, recolhendo aos balneários a vencer 9 pontos (44-35), a maior diferença que se registou durante toda a 1ª parte. Motivação vs frustração Para a segunda parte as equipas entraram em campo com estados de espírito bem distintos. Se o Penafiel surgia motivado pela forma como terminou a 1ª parte, já do lado do Barcelos o grupo demonstrava ainda alguma frustração pelos recentes maus momentos vividos. Mas tudo se alteraria à passagem do quinto minuto – 53-39 favorável ao Penafiel – com os minhotos a renascerem para a partida, ultrapassando a fase mais amorfa que tinham evidenciado nos primeiros minutos. Passando a defender deforma mais agressiva, o Barcelos teve o mérito de condicionar o ataque adversário, conseguindo um parcial de 13-4 na segunda metade do período. Com o resultado em 56-52, favorável ao Penafiel no final do 3º período, estava tudo em aberto para o derradeiro quanto ao vencedor deste troféu. À passagem do 3º minuto, a euforia barcelense começou a dar lugar ao cansaço e ao desgaste de uma competição de 2 dias seguidos, onde a maioria do tempo de jogo recaiu sobre os mesmos jogadores. Aos poucos a turma de Penafiel foi conseguindo distanciar-se no marcador, contando ainda com a ajuda da desqualificação de Pedro Silva a 4.43 minutos do final do encontro, altura em que já vencia, por 61-53. Mas quando tudo parecia correr de feição ao Penafiel um triplo de John Winchester (59-63) foi o mote para mais uma recuperação do Barcelos, que obrigou o técnico Valentyn Melnychuk a interromper a partida quando faltavam 2.44 minutos para o final do encontro, já que a vantagem de que dispunha já só era de 2 pontos (63-61). Apesar de nunca terem passado para o comando, os comandados de José Ricardo discutiram o resultado até final, que assumiu contornos definitivos quando o extremo penafidelense João Soares, converteu 2 pontos (excelente movimento) a 20 segundos do termo, dando uma vantagem de 5 pontos à sua equipa (69-64). O Penafiel acabou por ser o grande vencedor desta Taça Federação Proliga, frente a um Barcelos que vendeu cara a derrota, demonstrando sempre um grande espírito de entrega, nunca se dando por vencido. Neste enorme êxito do Penafiel, é justo destacar-se a exibição do norte-americano Sidney Holmes (31 pontos, 13 ressaltos, 8 roubos de bola e 4 assistências), que foi grande tanto nos aspectos ofensivos como defensivos da equipa. O seu compatriota James Grabowski (6 pontos, 10 ressaltos e 4 roubos de bola), embora não tendo sido tão exuberante, foi de uma utilidade extrema. No conjunto de Barcelos, o extremo John Winchester (33 pontos, 3 ressaltos, 3 assistências e 3 roubos de bola) tudo fez para vencer esta Taça. Trabalho recompensado Após o jogo o treinador Valentyn Melnychuk sentia-se feliz, não só por si, como principalmente pelos seus atletas. “Trabalha-se muito e bem durante os nossos treinos, mas alguns jogadores têm hábitos errados, que são muito difíceis de ultrapassar. Com muito sofrimento nos dois jogos conseguimos vencer esta Taça. Mas continuo a pensar que é muito importante existir um movimento de retorno na minha ligação com os meus jogadores para que possa continuar a ajudá-los a tornarem-se melhores atletas. Continua a ser muito importante manter o trabalho, porque só vencemos um troféu e ainda temos a 2ª volta para jogar. Fiquei muito satisfeito porque no meu primeiro ano de LCB venci uma Taça com o Seixal , agora volto a repetir esse feito em ano de estreia na Proliga. Na minha idade dá gosto, dá muito prazer o teu trabalho ser recompensado com vitórias. “ Para o MVP da final, o norte-americano Sidney Holmes, a vitória sempre foi o seu objectivo. “Agradeço aos adeptos do Penafiel pelo facto de terem vindo até aqui apoiar-nos na final, que confesso sempre pensei vencer. Estou muito feliz pelo facto de a equipa ter conquistado esta Taça, mas isto só vem provar que quando jogamos como equipa somos difíceis de bater.” O treinador derrotado, José Ricardo, apesar do desaire, manifestou total confiança na equipa. “Julgo que, tal como aconteceu ontem ao Lusitânia, hoje fomos nós que não fomos capazes de passar para o comando do marcador. Tivemos vários momentos no jogo para passar para a frente, mas a verdade é que nunca conseguimos. Esse factor, em termos anímicos, poderia ter sido decisivo para ultrapassar a fadiga causada pela nossa menor rotatividade de jogadores.”

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24 JAN 2010

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