Carta aberta do GDESSA

Competições
4 FEV 2010

Um castigo aplicado a Carla Freitas e uma notícia publicada no Diário de Notícias da Madeira no dia em que a equipa defrontou o CAB motivou uma carta aberta por parte da direcção do GDESSA, que passamos a publicar. Leia igualmente a reacção de Sidónio Fernandes, membro da Comissão de Acompanhamento da Liga Feminina e fundador do CAB.Carta Aberta à Federação Portuguesa de Basquetebol Associação de Basquetebol de Setúbal Comissão de Acompanhamento da Liga Feminina Clubes da Liga Feminina Ex.mos Senhores, Desde já, renovamos os nossos melhores cumprimentos e saudações desportivas. Vimos por este meio chegar até à Federação Portuguesa de Basquetebol, assim como, a todos os intervenientes na Liga Feminina de Basquetebol, com o intuito de denunciar e mostrar a nossa mais profunda indignação sob os acontecimentos ocorridos antes, durante e depois do jogo, no pavilhão do CAB-Madeira, na cidade do Funchal, no passado sábado, 30 de Janeiro de 2010, que colocou frente-a-frente as equipas do CAB-Madeira e GDESSA-Barreiro. Passamos então a relatar os factos acontecidos: 1. Estava a equipa do GDESSA-Barreiro a almoçar, num restaurante no Funchal pelas 13 horas deste sábado, quando um dos directores da equipa no local recebeu um telefonema, a alertar para um artigo no Diário de Notícias da Madeira, em que um pseudo jornalista do dito diário, em vez de informar – que é a primeira função de um jornalista e ter em atenção o principio do contraditório, em que a falta de um contraponto faz a notícia parecer detentora de verdades absolutas – criou uma peça por encomenda, tentando denegrir a imagem do GDESSA dos seus directores e nomeadamente do seu treinador da Liga Feminina, Nuno Manaia, criando um clima de suspeição sob o mesmo. Passamos assim, a transcrever um excerto da referida notícia: “Carla Freitas, atleta do Clube Amigos do Basquete, foi castigada com 15 dias de suspensão pela Federação Portuguesa de Basquetebol, por não ter comparecido a um estágio da Selecção Nacional. Castigo que surge 5 meses após a infracção ou, para sermos mais exactos, volvidos 157 dias – 107 dias úteis depois. A suspensão agora aplicada à internacional madeirense remonta ao mês de Agosto de 2009, altura em que a equipa lusa realizou vários estágios de preparação com vista ao ‘play-off’ para o Campeonato na Europa de Basquetebol. As faltas de Carla Freitas aconteceram entre os dias 12 e 23 de Agosto, período em que foi efectivada a referida concentração. A atleta alegou em sua defesa que tais faltas aconteceram por razões profissionais, apresentando para tal o seu vínculo contratual. Falha o jogo do secretário técnico Com este castigo de 15 dias, a contar deste a data da notificação, que aconteceu no passado dia 28 de Janeiro, Carla Freitas vai falhar os dois jogos deste fim-de-semana. Hoje não defronta o ESSA, treinado por Nuno Manaia, Secretário-Técnico da Federação Portuguesa de Basquetebol, que soma menos um ponto que o CAB. No domingo, não defronta o Boa Viagem. Refira-se ainda que no próximo fim-de-semana as ‘Amigas’ não jogam em virtude da desistência do Figueirense.” Ass: Leonel Luís 2. Ora, como se depreende pelas cinco linhas acima sublinhadas, subtítulo ofensivo, enganador e susceptível de acção judicial e um bom exemplo de mau jornalismo e profissionalismo, Nuno Manaia é treinador do GDESSA e é nessa qualidade que sempre tem preparado e orientado todos os jogos ao longo dos anos em que se encontra, ao serviço do clube de Santo André, sempre sob separar a sua actividade profissional na FPB da amadora como treinador de basquetebol, a qual exerce e bem, há vários anos, constantemente com a jus preocupação da sua actividade profissional não interferir, nem seja conotada como treinador de um clube. 3. No entanto, as parcas linhas de cordel criam ainda um clima de suspeição perante o Conselho de Disciplina da FPB, ou seja, será que Nuno Manaia ou os directores do GDESSA tem assim tanto poder que conseguem “manobrar” as decisões da FPB? Será que por o GDESSA estar a um ponto do CAB é motivo para fazer sair um castigo tardio embora dentro das regras da própria Federação? Ou será que o Boa Viagem que jogou no domingo também teve alguma coisa a ver com isto, já que também tem uma ex-atleta do GDESSA e porque mantém uma saudável e excelente relação desportiva e pessoal com os directores e treinadores do clube do Barreiro? Ou será simplesmente, porque a justiça na FPB é lenta e um reflexo da justiça que temos em Portugal, e que a penalização à jogadora do CAB ter sido aplicada no momento em que o secretário-técnico, Nuno Manaia treinador do GDESSA, ter que cumprir mais uma jornada na Madeira foi uma pura e infeliz coincidência. Coincidência essa, que despoletou juntamente com o artigo do DN-Madeira, uma onda de apupos vergonhosos ao treinador do GDESSA-Barreio e aos elementos da própria equipa presentes no banco, muitos eles incentivados e proferidos da bancada pela própria esposa do treinador do CAB, no mínimo indignos e insultuosos vindos de quem vieram e incentivadores à rebelião na bancada. 4. Mas não foi tudo, à chegada ao interior do pavilhão nenhum dos elementos teve a amabilidade de qualquer aperto de mão ou uma simples saudação de “boa tarde” pelo contrário o virar da cara, era a postura mais adoptada, as próprias jogadoras do CAB foram instruídas para não cumprimentarem qualquer elemento da equipa adversária no mínimo degradante e de uma falta de fair-play inacreditável, e mais as águas para as jogadoras foram fornecidas três minutos antes do jogo, durante o jogo mais uma situação ridícula, a jogadora Larisse Lima sofreu uma queda tendo-se lesionado nas costas foi solicitado gelo, e que foi dito que não tinham. Em relação á estatística, a do intervalo só foi fornecida, no início do terceiro período, já com o jogo a decorrer, isto porque o elemento responsável tinha desaparecido do local. Por fim, e após a vitória a equipa do CAB simplesmente dá o “grito” e abandona o recinto sem os tradicionais cumprimentos entre as duas equipas degradante e de uma falta de educação raramente vista, isto sem contar com os apupos infamados, para não ter de mencionar os nomes e adjectivos aplicados, dirigidos nomadamente a Nuno Manaia, (quem saiu bem de tudo isto, foi a equipa de arbitragem que normalmente é o infeliz alvo durante o jogo). Mas para terminar com chave de ouro, a equipa técnica do CAB-Madeira passa frente ao “banco” do GDESSA-Barreiro e em gestos ofensivos e desvairados, para continuar a inflamar a bancada e dirigindo-se a Nuno Manaia, aos directores e às atletas e grita, “os jogos ganham-se é aqui no campo…”, repetindo a frase por diversas vezes apontando para o Campo e para a comitiva do GDESSA, atitude muito triste de quem é professor de educação física e de quem se diz pedagogo/treinador de jovens atletas, de um grande clube que devia ser o primeiro a dar o exemplo de fair-play e da promoção de uma prática desportiva formativa, saudável e basilar. Frase que serve de manchete a ao Diário de Noticias da Madeira, no dia seguinte a realização do jogo, “no campo é que se ganham jogos pensou o CAB…”. O que não é verdade, porque não só o pensou como a ainda o disse à equipa adversária. 5. Salientamos porém, que o Senhor Ricardo Montes, director do CAB-Madeira, ter sido a única pessoa a se dignar a falar com os directores e treinador do GDESSA após o término do encontro, e de toda a manifestação de falta de educação e de carácter evidenciada por parte de toda equipa técnica, do CAB-Madeira e do seu próprio presidente, demonstrando a sua indignação pelo castigo aplicado à sua atleta, mas falando connosco amigavelmente, transmitindo as suas ideias. 6. A Federação Portuguesa de Basquetebol juntamente com os Clubes da Liga Feminina, criaram há cerca de dois anos a CALF (Comissão de Acompanhamento da Liga Feminina), no qual se realizam reuniões periódicas de clubes da Liga Feminina e onde são debatidos estes mesmos assuntos. Questionamos assim, a importância destas reuniões de trabalho para solucionar os problemas da nossa Liga, quando existem clubes, como o CAB-Madeira que preferem primeiramente o insulto, a agressão verbal e indirectamente o incentivo à violência, em determino do diálogo e das boas relações institucionais. 7. O GDESSA-Barreiro vem assim, por este meio e pela primeira vez na história do clube, informar que vai cortar todo e qualquer tipo de relação com o CAB-Madeira, pois não só desrespeitaram as nossas atletas, como puseram em causa, o bom nome do treinador, directores e do próprio clube. 8. Por fim, um abraço para o Homem, Nuno Manaia, que continua a merecer a total confiança da Direcção do Grupo Desportivo da Escola Secundária de Santo André – Barreiro, no trabalho que tem desenvolvido à frente do Clube quer como treinador da equipa da Liga Feminina quer com técnico nos escalões de formação. Barreiro, 02 de Fevereiro de 2010 Por Todos os Elementos da Direcção, O Presidente Vasco Marques Sidónio Fernandes, membro da Comissão de Acompanhamento da Liga Feminina e fundador do CAB entendeu, por sua vez, responder à carta aberta do GDESSA: Exmo. Senhor Presidente da Direcção do GDESSA Em referência aos factos que relatam na vossa carta, é meu dever informar: 1. Li, no Diário de Notícias do Funchal, a notícia a que se referem e, desde logo, a achei despropositada, revelando uma análise abusiva em relação ao castigo atribuído à atleta Carla Freitas; 2. Manifestei, nesse mesmo dia, a várias pessoas, a minha total discordância pelas ilações tiradas; 3. No sábado, não me foi possível estar presente no Pavilhão, devido a um compromisso profissional, mas fui informado de alguns dos factos que são relatados na vossa carta; 4. Posteriormente, fiz questão de, em mensagem dirigida aos técnicos do CAB, manifestar a minha discordância em relação ao que se tinha passado, afirmando expressamente que “não me revia” nessas situações, que só poderão ter acontecido por erro de interpretação ou desconhecimento dos factos relacionados com o castigo da Carla Freitas que eu, pessoalmente, acompanhei e conheço; 5. No Domingo, tive intenção de ir ao Pavilhão onde era suposto acontecer o União-GDESSA para, pessoalmente, manifestar ao Nuno Manaia, a minha solidariedade e expressar a minha discordância em relação ao que se passou. O tempo de que dispunha era curto e, ao chegar ao Pavilhão, fui informado que o jogo tinha sido mudado do Funchal para o Caniço, o que me impediu de concretizar a minha intenção. Deixo-a aqui expressa. 6. Como se sabe, já não tenho qualquer função executiva no CAB, mas não renego a minha afinidade com um Clube que ajudei a fundar e que dirigi durante dezenas de anos, razão pela qual me sinto deveras incomodado com toda a situação. 7. Estou certo, pelo que conheço dos técnicos do CAB, que reconhecerão ter agido erradamente e que serão os primeiros a tomar os passos necessários para normalizar as relações com o GDESSA que, durante anos, foram sempre exemplares.Como membro da CALF, faço votos de que este infeliz acontecimento não ponha em causa todo o trabalho que tem sido feito, nomeadamente no que respeita ao relacionamento entre os Clubes da Liga Feminina. Por último, quero informar que autorizo V.Exa., se assim o entender e achar útil, a remeter cópia deste meu mail aos mesmos destinatários para quem enviou a vossa Carta Aberta. Cumprimentos (e a maior estima) Sidónio Fernandes

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