Nealy e Smith eleitos MVP’s

Ao cabo das 22 jornadas da fase regular do campeonato da Liga Portuguesa de Basquetebol, é tempo para, tal como fizemos em cada jornada, eleger MVP Global e nacional, bem como o cinco ideal da temporada.

Atletas | Competições
30 ABR 2010

Curiosamente, foram dois os jogadores em maior destaque, Rod Nealy e John Smith, ambos com 26.7 de valorização. Já nos jogadores portugueses, Sérgio Ramos foi quem se destacou mais, com 21.7 de valorização.

MVP´s da fase regular MVP Global – Rod Nealy, Vitória Sport Clube e John Smith, Vagos Norbain Lusavouga, 26.7 de valorização Seriam poucas as probabilidades de uma situação destas vir a acontecer, após tantos minutos jogados ao longo de toda a época. Avaliando individualmente cada um dos premiados, poder-se-á dizer que Rod Nealy – 17.6 pontos, 10.5 ressaltos, 3.8 assistências e 1.3 roubos de bola – se trata de um extremo-poste capaz de jogar em várias posições do campo, fruto da sua enorme versatilidade. Não sendo pesado, Nealy consegue jogar de costas para o cesto socorrendo-se da sua excelente técnica individual e bom trabalho de pés. Será, no entanto, mais forte partindo em drible de posições exteriores, para depois sim, ganhar com maior facilidade vantagens interiores por se tratar de um jogador extremamente móvel. O tempo de salto é uma das suas principais armas ofensivas e defensivas (intimidador), através da conquista de ressaltos, muitos deles recolhendo o seu próprio lançamento para transformar em segundos lançamentos fáceis. Para se tornar num jogador de eleição teria que melhorar o tiro exterior, o desempenho defensivo e ser mais forte mentalmente. Já o poste norte-americano John Smith – 18.3 pontos, 9.9 ressaltos, 1.9 assistências, 1.4 roubos de bola e 1.9 desarmes de lançamento – é um típico produto do trabalho, persistência e muita dedicação. Aquilo que lhe falta em técnica compensa pela forma aplicada com que se entrega, aproveitando todas as pequenas coisas que o jogo lhe oferece. Apesar de ser muito forte fisicamente, nota-se que ainda é jovem, pois nem sempre sabe tirar partido das vantagens de que dispõe, chegando a fugir ao contacto nas áreas mais próximas do cesto. Aquilo que não consegue fazer de costas para o cesto, compensa pela forma inteligente como lê os bloqueios para os explorar debaixo do cesto. Lutador incansável, nunca dá uma bola como perdida, tal aliás sucede na discussão de todos os ressaltos. Se conseguir ser mais consistente no tiro de curta e média distância, e se dedicar a algum trabalho específico de poste, revelar-se-á num atleta ainda mais interessante. MVP Nacional da Fase Regular – Sérgio Ramos, Sport Lisboa e Benfica, 21.7 de valorização Nem mesmo a mudança de posição já com a temporada a decorrer, motivada pelos ajustes necessários no plantel motivados, pela troca de estrangeiro, fizeram com que Sérgio Ramos – 18.5 pontos, 6.1 ressaltos, 2.2 assistências e 1.1 roubo de bola – perdesse fulgor ou eficácia. Eficiência é de facto um dos pontos fortes de Sérgio como jogador, no fundo o resultado de muitos anos de trabalho e experiência ao mais alto nível onde isso lhe era constantemente exigido o que, a somar à sua grande cultura táctica e inteligência com que lê o jogo, ainda fazem dele um atleta complicado de defender, mesmo agora que a velocidade de execução já não é a mesma. É este conjunto de características que lhe permite jogar em várias posições no campo, mantendo sempre um bom rendimento. 5 IDEAL Posição 1: Karlton Mims, Vitória Sport Clube, 17 de valorização O base da equipa de Guimarães demorou algum tempo a readquirir as rotinas de 1º base, mas acabou por revelar-se uma excelente opção para a função que tinha de desempenhar. Mims – 15.7 pontos, 3.7 ressaltos, 4.2 assistências e 1.9 roubos de bola – sem ser um habitual organizador de jogo, a boa técnica individual e o domínio de bola acima da média, acaba por criar enormes desequilíbrios nas defesas adversárias. Para além de ter um razoável tiro exterior, sabe explorar os bloqueios directos na bola e quando penetra na direcção do cesto tira sempre vantagem da sua estatura relativamente aos bases contrários. O facto de ser um atleta alto para a posição que ocupa possibilita que a equipa interprete várias opções defensivas ou match up pouco vulgares, desempenhando simultaneamente um papel activo na luta das tabelas. Posição 2: Brandon Dagans, Casino Ginásio, 21.3 de valorização A aposta feita em Brandon Dagans – 22.6 pontos, 4.6 ressaltos, 2.9 assistências e 2.1 roubos de bola –, por parte da equipa da Figueira da Foz para reforçar o seu jogo exterior, correspondeu às expectativas nele depositadas. Começou por alternar com José Costa o papel de 1º base, mas cedo se percebeu que era um atleta mais talhado para marcar pontos do que propriamente para colocar os companheiros a jogar. E quando dizemos marcador de pontos, referimo-nos ao melhor marcador da fase regular – 22.6 pontos de média – embora nem sempre com grandes percentagens e ponderação desejadas nas suas opções de lançamento. Mas é inquestionável a aptidão natural que Dagans tem para encontrar sempre o caminho do cesto. Grande facilidade de lançamento, quer no tiro exterior como após paragem quando em penetração para o cesto, gesto pouco visto, de elevado grau de execução e difícil de contrariar do ponto de vista defensivo. É rápido a penetrar e sem receios de ir deixar a bola bem perto do cesto. As dificuldades foram evidentes na parte defensiva, em parte pela sua baixa estatura, mas que tentava compensar através das suas mãos muito activas, que lhe permitia roubar bolas. Posição 3: Sérgio Ramos, Sport Lisboa e Benfica, 21.7 de valorização É o MVP nacional da fase regular e podia perfeitamente trocar de posição com Nealy num cinco com estas características. A versatilidade de Ramos e Nealy deixaria qualquer técnico satisfeito, pelo leque de combinações e opções que permitiria implementar, permitindo inclusivamente que a própria estratégia delineada fosse alterada durante o jogo ou escolhida em função da forma como cada um deles fosse defendido. Posição 4: Rod Nealy, Vitória Sport Clube, 26.7 de valorização É o MVP Global da fase regular da Liga Portuguesa de Basquetebol Posição 5: John Smith, Vagos Norbain Lusavouga, 26.7 de valorização A dupla interior do cinco ideal da primeira fase da prova partilha o prémio de MVP.

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30 ABR 2010

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