Jogo sem história serviu para rodar

Timisoara (Roménia) - Depois da grande desilusão que constituiu o afastamento de Portugal dos 8 primeiros, com o dia de descanso de permeio, a selecção nacional voltou esta segunda a competir (80-47).

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3 AGO 2010

Pode-se dizer que o Luxemburgo era o adversário ideal para arejar as cabeças e esquecer o autêntico pesadelo que desabou sobre todos os elementos da comitiva lusa.

Foi um jogo sem história como deixa antever o resultado desnivelado verificado no final (80-47), com 43-20 ao intervalo. Depois de as luxemburguesas terem inaugurado o marcador da linha de lance livre, as pupilas de Kostourkova responderam com um parcial de 12-0, que não foi travado pelo primeiro desconto de tempo pedido pelo técnico do Luxemburgo, no minuto 3, quando já havia 8-2. Sempre que as nossas representantes apertavam mais em termos defensivos, aumentavam as dificuldades para as nossas opositoras se desembaraçarem da defesa pressionante (2×1), de que resultaram vários roubos de bola com aproveitamento do contra-ataque. Assim se chegou ao final do quarto inicial com as portuguesas no comando (22-10).Entretanto a seleccionadora nacional aproveitava o ensejo para ir rodando a equipa, fazendo sucessivas trocas. Deu para utilizar as 11 jogadoras disponíveis, com Inês Pinto a ser a menos utilizada (11 minutos) e a capitã Filipa Bernardeco a estar em campo mais de 28 minutos, sendo a mais utilizada. Isso fez com que o Luxemburgo aproveitasse algum abrandamento luso para ir reduzindo a desvantagem, tendo chegado a 26-17 (minuto 17), obrigando Kostourkova a parar o jogo com 3.25 minutos para jogar. O puxão de orelhas deu resultado, pois em menos de 2 minutos Portugal disparou de 32-20 para 43-20 (ao intervalo), impondo um parcial de 11-0, com uma série de roubos e imediato contra-ataque, utilizando como os corredores como mandam as regras.Na etapa complementar as nossas representantes deixaram-se contagiar de novo pelo ritmo mais lento das contrárias e no minuto 24 Portugal tinha consentido um parcial de 1-9. Novo desconto de tempo pedido por Kostourkova aos 44-29 que deu os seus frutos, pois com a poste Maria João Andrade (marcou 12 dos seus 18 pontos neste 3º período) a ser bem servida pelas suas companheiras, provocando 6 faltas com boa eficácia da linha de lance livre (83%), facilmente o seleccionado luso cavou a diferença que se cifrava em 27 pontos (61-34), no final do 3º quarto (18-14).No últimos 10 minutos (19-13) Portugal chegou à maior diferença (36 pontos) no minuto 36 (70-34), mas algumas desatenções na defesa zonal permitiram que o Luxemburgo atenuasse a diferença, acertando mais 2 triplos (acabou com 7 em 17 tentativas, uns bons 41%) e provocando algumas faltas com idas à linha de lance livre, nomeadamente através da sua melhor jogadora (Lena Hetto), autora dos últimos 8 pontos da sua equipa, já no último minuto. Destaque na selecção lusa para as prestações de Maria João Andrade, MVP da partida, que conseguiu o seu primeiro duplo-duplo do campeonato (18 pontos, 5/7 nos duplos, 10 ressaltos sendo 4 ofensivos, uma assistência, 2 roubos e 6 faltas provocadas, com 8/11 nos lances livres), seguida de perto por Luzia Lampreia (17 pontos, 6/9 nos duplos, 1/2 nos triplos, 4 ressaltos, 3 assistências, 4 roubos, 1 desarme de lançamento e 2 faltas provocadas, com 2/2 nos lances livres). Referência positiva também para a extremo Paula Couto (7 pontos, 4 ressaltos defensivos, uma assistência, 4 roubos e 4 faltas provocadas, com 3/6 nos lances livres) nos 13 minutos e meio que esteve em campo. Nas luxemburguesas, a mais valiosa foi a nº 13, Lena Hetto (18 pontos, 2/4 nos triplos, 2 ressaltos defensivos, 1 roubo, 2 desarmes de lançamento e 6 faltas provocadas), destacando-se também Kim Schintgen e Paulina Scheuren, ambas com 8 pontos e 2 triplos cada uma.«Foi um jogo sem história que serviu para rodar a equipa e ganhar confiança, imprescindível depois dos resultados adversos que normalmente deixam marcas. Tivemos alguns bons momentos, tendo conseguido inclusivamente treinar a defesa para os próximos embates que se avizinham, nomeadamente com a Alemanha e a Bósnia (as duas equipas do Grupo B) que também não se qualificaram para os 8 primeiros», sintetizou a seleccionadora Mariyana Kostourkova, no final do encontro.Em termos globais a supremacia das portuguesas residiu na luta dos ressaltos (44-24), na maior eficácia nos duplos (59%-24%), no maior colectivismo (18-9 assistências), no maior número de roubos de bola (16-14) e no menor número de erros cometidos (22-29 turnovers), ainda que para este opositor tenham sido demasiados, na nossa opinião. O Luxemburgo esteve melhor no tiro exterior (25%-41%), com 7 triplos em 17 tentados, contra apenas 2 das portuguesas em 8 tentativas. Resultados do Grupo A (4ª jornada):Roménia 52-63 GréciaPortugal 80-47 LuxemburgoTriunfo merecido das gregas na partida que definiu as vencedoras do nosso Grupo. Artemis Spanou voltou a ser preponderante na equipa da Grécia, enquanto a romena Cristina Bigica (28 pontos) tudo fez para ganhar o jogo.Classificação actual:1º Grécia 4 vitórias 2º Roménia 2 vitórias,1 derrota3º Portugal 1 vitória, 2 derrotas4º Suiça 1 vitória, 2 derrotas5º Luxemburgo 3 derrotasNo Grupo B, que cruza com o Grupo A na próxima fase, a grande surpresa foi a não qualificação da candidata Alemanha para os 8 primeiros. A selecção germânica (3ª em 2009) viu-se irremediavelmente afastada do seu objectivo (subida à Divisão A) ao perder com a Croácia (63-48), vencedora sem derrotas do Grupo B, depois de sido surpreendida há dois dias pela Dinamarca (64-59), que assim fará companhia à selecção croata no grupo dos 8 primeiros, constituindo sem sombra de dúvida a primeira equipa sensação deste Europeu.Deste modo, Portugal defrontará, para além da Suiça (hoje, às 20h15), na derradeira ronda da 1ª fase, a Alemanha (dia 6, 6ª feira, às 13h30) e a Bósnia e Herzegovina (dia 7, sábado, às 15h45). A hora e adversário do nosso último jogo (domingo, dia 8) depende do lugar pelo qual estaremos em condições de lutar (do 9º ao 18º).

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3 AGO 2010

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