Favoritismo repartido

Houve sangue, suor e lágrimas ao longo do caminho de prepararação para o torneio mais importante das suas vidas.

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23 SET 2010

Com o início esta quinta-feira do Campeonato do Mundo Feminino, na República Checa, todas as atletas estão prestes a descobrir se tudo valeu a pena.

As 16 equipas que participam neste Mundial, bem como as atletas da equipa grega, mal podem esperar para que a bola vá ao ar. “Depois de quase um mês de treinos, as coisas estão muito bem na nossa equipa e estamos todos ansiosas pelo grande desafio do Campeonato do Mundo. Graças a Deus não tivemos lesões na nossa equipa”, afirmou a veterana base grega Dimitra Kalentzou. A Grécia conquistou um surpreendente quinto lugar no EuroBasket feminino do ano passado, tendo ainda Evina Maltsi sido votada para MVP do torneio. Para além de tudo isto convém não esquecer que são treinadas pelo impressionante treinador Kostas Missas. As gregas terão como adversários no grupo B, as campeãs olímpicas dos Estados Unidos, a França, medalha de ouro no Eurobasket de 2009, e o Senegal, vencedor do título Africano, com os jogos a terem lugar em Ostrava. “Mesmo se pensarmos que esta será a nossa primeira participação num Campeonato do Mundo, a nossa meta é passar à próxima fase com uma ou duas vitórias”, frisou Kalentzou. A França não vai poder contar com Sandrine Gruda, jogadora do ano eleita pela FIBA. A poste do UMMC Ekaterinburg foi cortada da equipa na semana passada por causa de problemas no joelho. “É certo que o nosso grupo é difícil, mas acho que o Senegal e a França não estão fora do nosso campeonato”, disse Kalentzou. Mas a competição deste ano está muito equilibrada, dando a sensação que paira uma lufada de incerteza no ar. A Austrália, vencedora de há quatro anos, no Brasil, está no Grupo A juntamente com o Canadá, Bielorrússia e China. As australianas chegam com o objectivo de defender o seu título mundial e, talvez, apenas talvez, tenham o suficiente para o fazer, a julgar pelos seus desempenhos na semana passada em Espanha. Com Lauren Jackson a juntar-se à equipe após a conquista do seu 3º prémio de MVP da WNBA na sua ilustre carreira, coroando a temporada com uma vitória em branco de 3-0 das Atlanta Dream na final dos playoff, os Opalas parecem difíceis de bater. Mesmo sem Jackson, as australianas venceram os Estados Unidos, por 83-77, num jogo amigável na passada noite de sexta-feira, em Salamanca, derrotando, 24 horas depois, as espanholas (85-66).Contudo, tanto nos Estados Unidos como na Espanha faltaram jogadoras-chave. A base norte-americana Sue Bird, que foi companheira de equipa de Jackson nas Seattle, foi baixa nas americanas, enquanto que a recentemente naturalizada espanhola Lyttle também ficou de fora. A pressão está realmente elevada para aquelas que tentam ganhar um lugar no plantel dos Estados Unidos – 1ª do ranking da FIBA Mundial para mulheres – que reduziu, após os jogos em Salamanca, a sua lista de atletas de 17 para 14. A selecção americana, liderada por Auriemma, deslocou-se à República Checa, a Brno, para realizar o seu último jogo de preparação. “Acho que as jogadoras, o staff e todos no geral estão ansiosos para que chegue o meio da semana, quando finalmente tivermos o grupo das 12 para começarmos a jogar o Campeonato do Mundo”, disse Auriemma, o treinador de longa data, da Universidade da equipa feminina de Connecticut. Outras equipas nacionais têm vindo a ser notícia. Apesar da perda de Gruda, a França, que é orientada por Pierre Vincent, recebeu a Argentina, Japão e Brasil e venceu todos esses jogos de treino. A poste brasileira Alessandra não teve dúvidas em afirmar sobre as vencedoras do Eurobasket de 2009: “Acho que a equipa vai superar a perda de Sandrine Gruda. Pelo que vi no jogo contra o Japão, (uma estreia) Jennifer Digbeu está a jogar muito bem.” O Brasil, que é liderado pelo espanhol Carlos Colinas, conseguiu vencer os seus rivais sul-americanos Argentina, mas depois desiludiu frente ao Japão antes de perder para o conjunto francês. A chegada das veteranas de Iziane e Erika De Souza, ambas atletas das Atlanta Dream que disputaram a final da WNBA, devem dar um impulso à equipa brasileira até ao momento de se iniciar o Campeonato do Mundo. No Grupo C com o Brasil estão também a Espanha, Mali e na Coreia. A última vez que a China participou numa grande competição foi nos Jogos Olímpicos que acolheu em 2008. A China faz parte do Grupo A, com Austrália, Bielorrússia e Canadá. A Bielorrússia irá fazer manchetes não só pelo seu jogo corajoso no campo, como também pela moda. A equipa vai competir em Ostrava, utilizando equipamentos Tuta. “Será a primeira vez a um nível tão elevado de competição que uma equipa de basquete feminino vai jogar com uniformes deste estilo moderno,” disse com orgulho a CEO da Tuta Valentinas Navikauskas. “Temos visto também na internet que a empresa chinesa Peak tem utilizado o conceito do nosso modelo de Afrodite (que foi criado em conjunto com a FIBA Europa) e está a utilizar esse estilo para a equipa nacional australiana. Como tal, nós já estamos a progredir para o próximo nível de equipamentos de jogo.” A poste biolorrussa Yelena Leuchanka falhou a preparação da equipa, já que se encontrava ao serviço das Atlanta Dream, mas estará presente em Ostrava. O Grupo D é constituído por um duo de pesos pesados europeus, já que conta com a Rússia e a República Checa. A Rússia venceu as checas no jogo da medalha de ouro no EuroBasket feminino de 2003, vingando-se as checas desse revés dois anos mais tarde. É difícil falar da Rússia e não pensar em Maria Stepanova, a poste veterana do UMMC Ekaterinburg. Ela ajudou a Rússia a vencer os Estados Unidos nas meias-finais do Campeonato do Mundo há quatro anos no Brasil. “Todas as nossas jogadoras são ambiciosas”, Stepanova. “E seja qual for o caso, nós vamos lutar por medalhas, depois se verá qual irá ser…” A Rússia sofreu uma perda importante no jogo de preparação contra a Grécia com Marina Karpunina a romper os ligamentos do joelho. A companheira de Stepanova no UMMC Ekaterinburg, Svetlana Abrosimova jogou pelas Seattle e ajudou-as a conquistar o título da WNBA. A República Checa, que se espera poder jogar perante grandes audiências na sua terra natal, sob o comando do técnico Lubor Blazek, que também contará com a recém-coroada campeã da WNBA Jana Vesela.

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23 SET 2010

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