Coordenadores em entrevista

Ricardo Vasconcelos e Rui Alves são os coordenadores do Processo de Formação Desportiva da FPB, estrutura do Gabinete Técnico que foi tornada pública esta semana.

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8 NOV 2010

Se não houvesse outros motivos, a curiosidade e as dúvidas que o PFD tem suscitado junto da comunidade basquetebolística justificam por si só uma conversa com estes dois experientes técnicos.

Como e porquê surge agora o PFD da FPB?Ricardo Vasconcelos (RV) – O projecto surge pela necessidade que o Gabinete Técnico e Equipa Técnica Nacional sentiam em normalizar alguns procedimentos internos, melhorar a comunicação interna e externa e ainda garantir a monitorização do percurso de alto rendimento que a FPB proporciona aos mais aptos, nos diferentes CNT’s e Selecções Jovens. Rui Alves (RA) – Eu acrescentava que não estamos a inventar nada… os espanhóis têm o «método FEB», os italianos a «azzurrina», e muitos outros países também… mas aqui o importante é o conteúdo das acções e do trabalho, não o nome. Quantas pessoas estão directamente envolvidas?RV – Estamos a falar de 8 selecções (4 masculinas e 4 femininas) e 5 CNT’s. Isto pode abranger entre 260-290 atletas. E depois todo o staff… No basquetebol não há sucesso nem insucesso solitário.RA – A nossa ambição vai um pouco mais longe. Queremos influenciar ainda mais o trabalho com os mais aptos que é realizado pelas diferentes Associações, a antecâmara do percurso no PFD. Tudo isto sem esquecer os clubes, pois não há jogadores sem clubes.Esse é um dos pontos menos unânime… porquê a aposta nos jogadores?RV – Os jogadores são as células funcionais de todo o processo. Eu posso juntar-me a uns amigos e jogar um 3×3. Preciso treinador? Preciso Clube? Preciso árbitro? Melhores jogadores, o nosso slogan, representa na essência o que realmente desejamos formar, porque é o caminho para termos melhores equipas, melhores clubes, melhores selecções distritais e nacionais.RA – Vejo-me obrigado a fazer referência ao slogan do Departamento de Treinadores da FIBA Europe: «Always remember. It’s a players game». Acho que diz tudo…Quais as primeiras acções que vão ser visíveis do vosso trabalho?RV – Bem, visíveis vamos tentar que sejam todas, pois a nossa estratégia de comunicação vai nesse sentido. O nosso trabalho está a desenvolver-se em 3 frentes, digamos assim: primeiro, estamos a ultimar o diagnóstico da última década no que diz respeito às selecções e CNT’s; depois, estamos a uniformizar um conjunto de procedimentos técnico-administrativos e de organização interna; e, simultaneamente, estamos a fazer trabalho de campo, eu tenho a vida facilitada porque tenho 2 CNT’s diariamente mas o Rui…RA – Eu estou a fazer trabalho de campo todas as semanas no CNT Paulo Pinto e CAR Jamor Masc., o que tem sido muito interessante. Quanto às outras tarefas, devo reconhecer que não estamos a começar do zero. Por exemplo no masculino, é justo referenciar o Prof. Artur Lima, Valentyn Melnychuck, Prof. Orlando Simões e Moncho López, pois os documentos que produziram ao longo das suas coordenações está-nos a ser muito útil. Então é expectável uma melhoria dos resultados das selecções nacionais?RV – Vamos com calma… Nesta altura, face aos constrangimentos de vária ordem, a metade superior da tabela classificativa na Divisão-B parece ser o objectivo mais razoável, o que não significa abdicar da luta pela subida de divisão.RA – Eu gostava de combater desde já essa associação entre sucesso do PFD ser igual a melhoria das classificações nos europeus do verão. Faltam poucos meses e há um conjunto de decisões que nos ultrapassaram. A prioridade é melhorar os jogadores, investir no médio prazo, no percurso. Lá mais para a frente, a seu tempo, vamos definir os objectivos para a competição internacional.

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8 NOV 2010

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