Benfica renova título no Algarve

Um triunfo conseguido perante uma fantástica moldura humana, num extraordinário pavilhão em Albufeira, que foi pequeno demais para albergar o número de espectadores que pretendia assistir à grande final. Sem ter sido brilhante, o jogo valeu pela emoção, pelo equilíbrio, em que qualquer uma das equipas podia ter saído vencedora.

O espectáculo teve todos os ingredientes para se tornar num excelente meio de propaganda da modalidade. Desde logo o muito público que se deslocou ao mais recente pavilhão de Albufeira, depois, a qualidade dos intervenientes, sendo que estavam presentes a grande maioria dos internacionais portugueses, e por último, não menos importante, porque se tratava de um FC Porto-Benfica.A primeira parte foi de grande equilíbrio, com as duas equipas a privilegiarem jogar em meio campo, algo que tornava o ritmo do jogo mais lento e, consequentemente, fazia faltar pontos ao jogo.Um triplo de José Costa, mesmo no final da primeira parte, levava as duas equipas para tempo de intervalo separadas por dois pontos (34-36), com vantagem para os campeões nacionais.A etapa complementar a não sofreu grandes alterações, com os encarnados a continuarem a revelar-se mais ofensivos a atacar o cesto, o que lhes proporcionou um maior número de idas para a linha do lance-livre – 21 lançamentos face aos 3 dos portistas –, já os azuis e brancos encontrava no tiro a solução para conseguir pontos no ataque.Na parte final do 3º período, os comandados de Moncho Lopez deram sinais de querer fugir no marcador ao conseguirem uma vantagem de 7 pontos, que numa partida tão equilibrada poderia revelar-se determinante. Reagiu bem a equipa benfiquista que até final do período consegui não só anular a vantagem no marcador, como passar inclusive para o comando do mesmo.Nos últimos 10 minutos, a produção ofensiva das duas equipas decaiu imenso, ao qual não foi estranho o facto do número de turnovers ter disparado para o dobro dos primeiros 20 minutos.A vencer por um ponto a 34 segundos do termo do encontro, Henrique Vieira pediu no desconto tempo para que a equipa jogo com Heshimu Evens na posição de poste.A estratégia funcionou em pleno, já que o perigo de cesto provocado por Heshimu, obrigou a que os portistas fossem obrigados a ajudar, proporcionado o triplo aberto de Sérgio Ramos, que colocava a diferença em 4 pontos (64-60), favorável aos encarnados. Andrade ainda reduziu para um a diferença, após um lançamento triplo, os azuis e brancos fizeram o que lhes era exigido tendo em conta o tempo que faltava (20 segundos), e cometem falta, levando Ben Reed para a linha de lance-livre.O atleta encarnado escolhido para receber a bola de forma a ir para a linha de lance-livre, não tremeu e só restava os dragões tentar o triplo para tentar levar o jogo para prolongamento.Stempin teve nas mãos o empate, mas a bola caprichosamente rodou o aro e saiu, havendo ainda lugar a uma segunda, mas desesperada, tentativa por parte de João Santos, após ressalto ofensivo, mas que ficaria muito curta.O norte-americano Ben Reed (22 pontos, 7 assistências e 2 roubos de bola), foi o MVP da final, num encontro em que se destacou pela grande eficiência demonstrada. O base Miguel Minhava (13 pontos, 3 roubos de bola e 2 ressaltos), assumiu em momentos do jogo a responsabilidade ofensiva da equipa, recorrendo a oportunas penetrações em drible. Já Heshimu Evans (11 pontos, 9 ressaltos e 4 assistências) ficou muito perto do duplo-duplo, mostrando-se, uma vez mais, decisivo nos dois lados do campo.A regularidade de Terrel (18 pontos, 5 ressaltos, 2 assistências e 2 roubos de bola) voltou a ficar bem patente, tendo tido em partes distintas, o apoio de João Santos (11 pontos, 7 ressaltos, 2 assistências e 2 roubos de bola) na primeira, e Andrade (13 pontos, 4 ressaltos, 4 assistências e 2 roubos de bola) na segunda.