Quinta dos Lombos e M-Cell Algés na final

A Câmara Municipal de Vagos merece o primeiro destaque na véspera da decisão da 2ª edição da Taça Federação da Liga Feminina por várias razões.

Competições | FPB
29 JAN 2011

Por ter estado mais uma vez ao lado do basquete feminino, contribuindo para o seu engrandecimento ao apoiar este evento, mais um a juntar a tantos outros organizados pela Federação Portuguesa de Basquetebol. O seu Pavilhão Municipal sofreu recentemente obras de reabilitação, não só no edifício propriamente dito, mas também nas infraestruturas envolventes, nomeadamente na construção de um alindado e funcional parque de estacionamento nas traseiras do recinto. Convenhamos que são bons motivos para dar os parabéns à autarquia vaguense. Bem hajam!

Na primeira meia-final da tarde, a AD Vagos entrou melhor na partida. Mais decidida, com boas opções de lançamento, chegando a 13-4. Só depois principiou a reacção das comandadas de José Leite, com Larisse Lima a marcar um triplo (13-9), terminando pouco depois o 1º período com as vaguenses na frente (15-11). No 2º quarto (25-16) as pupilas de Nuno Ferreira deram uma sapatada, a partir do minuto 16, com uma série de 3 triplos da autoria de Lilian Gonçalves (28-19), de novo Lilian (31-23) e Raquel Soares (36-23), obrigando o treinador da Quinta dos Lombos a parar o jogo, com 2 minutos e 44 segundos para jogar até ao intervalo. O prejuízo de 13 pontos era razão mais que suficiente para tentar inverter a tónica. Mas a despeito de todo o empenho posto em campo pelas jogadoras do emblema de Carcavelos, a equipa de Nuno Ferreira não permitiu que esse objectivo fosse atingido até ao descanso, mantendo-se a mesma diferença favorável à AD Vagos (40-27). A superioridade na luta das tabelas (19-13 ressaltos) e a maior eficácia no jogo exterior (45%-17%) explicavam essa vantagem.No reatamento a Quinta dos Lombos acertou as marcações, defendendo com maior determinação e particular atenção à poste adversária, a norte-americana Chineze Nwagbo que na 1ª metade já somava 10 pontos e 8 ressaltos na sua conta pessoal, sendo a par da extremo brasileira Lilian Gonçalves (11 pontos e 2 triplos) as unidades mais valiosas do encontro. Paulatinamente a equipa de Carcavelos foi recuperando com recurso aos lançamentos do perímetro (3), através de Larisse Lima (2) e Alison Mann, atingindo-se o final do 3º período (12-19) com as vaguenses ainda na frente (52-46), depois de as pupilas de José Leite terem estado a 2 pontos por duas vezes (46-44 e 48-46), nos minutos 28 e 29No início do derradeiro quarto (6-19) foram as campeãs nacionais que ainda tiveram arte e engenho para elevar a contagem para 56-46, decorria o minuto 32. Começou aí um período de autêntica paragem cerebral por parte da equipa de Vagos que esteve mais de 8 minutos sem conseguir marcar, só voltando a fazê-lo a escassos 13 segundos do termo (58-64), por intermédio de Ana Teixeira. José Leite foi feliz ao arriscar a entrada da poste Inês Aragão, que com dois triplos consecutivos (56-49 e 56-52), respectivamente nos minutos 33 e 34, colocou de novo o jogo em aberto. Simultâneamente com a sua envergadura passou a dificultar a manobra ofensiva de Nwagbo, que no último período não mais conseguiu lançar com êxito. A partir do momento em que passou para a liderança do marcador (56-58), no minuto 36, com um tiro de meia distância a cargo de Felicité Mendes, a Quinta dos Lombos soube gerir com serenidade as posses de bola, explorando ao mesmo tempo a ansiedade e nervosismo das contrárias. Numa última tentativa para inverter as coisas as jogadoras de Nuno Ferreira, que até ao minuto derradeiro ainda não tinham cometido qualquer falta pessoal, fizeram 4 faltas em pouco mais de 11 segundos com o objectivo de parar o cronómetro. Mas Feli por duas vezes e Jerica Watson aumentaram ainda, da linha de lance livre, a diferença para os 7 pontos finais (58-65), selando uma vitória justa para as suas cores. Destaque nas vencedoras para o colectivo. Mesmo assim não podemos deixar de referir as prestações de Alison Mann (15 pontos, 1/2 nos triplos, 3 ressaltos defensivos, uma assistência e 2 faltas provocadas, com 4/4 nos lances livres), Larisse Lima (13 pontos, 3/6 nos triplos, 3 ressaltos, 1 desarme de lançamento e 3 faltas provocadas), Paula Muxiri (10 pontos, 5 ressaltos, 5 assistências, 4 roubos e 5 faltas provocadas), Felicité Mendes (8 pontos, 4 ressaltos, 4 assistências e 6 faltas provocadas, com 4/5 nos lances livres) e Jerica Watson (7 pontos, 7 ressaltos sendo 2 ofensivos e 3 assistências).A MVP da partida, Chineze Nwagbo, não conseguiu fazer com que a sua equipa saísse vencedora. Terminou com 18 pontos, 14 ressaltos sendo 6 ofensivos, uma assistência, 1 roubo e 4 faltas provocadas) e uma valorização de 30,0. Foi bem secundada por Lilian Gonçalves (16 pontos, 3/5 nos triplos e 3 ressaltos). A eficácia da equipa vaguense nos duplos (35%) foi uma das causas da derrota, já que o adeversário foi bem mais eficaz (50%), de nada valendo a supremacia nas tabelas (34-26 ressaltos). Faltou Joana Lopes (lesionada), mas disso não tem culpa o adversário.O segundo encontro foi impróprio para cardíacos, devido às constantes alternâncias no marcador. Na 1ª metade houve muito equilíbrio (19-14 ao cabo dos 10 minutos iniciais), a favor do CAB Madeira, com o Algés a responder no 2º período (16-23), levando-o para o comando quando soou o apito para o descanso (35-37). Desde o início que se destacou a poste norte-americana Angelica Robinson, muito forte na área pintada, excelentemente servida pelas suas companheiras, nomeadamente por Ticha Penicheiro (terminou com 9 passes decisivos). Aliás este dueto, muito bem acompanhado pela extremo croata Matea Vrdoljak formaram o terceto responsável pela presença das algesinas na final de amanhã, com direito a transmissão televisiva na Sport TV, a partir das 11 horas.Na etapa complementar que as comandadas de Carlos Barroca com um reinício fulgurante, com um parcial de 1-9 (minuto 24), em que elevaram a vantagem de 2 para 9 pontos (36-45) pareciam embaladas para uma vitória mais controlada, nada disso aconteceu muito por culpa da garra e empenhamento das pupilas de João Silva, que com um desconto de tempo pedido no minuto 25 (aos 39-50), conseguiu transmitir a confiança às suas atletas que acertaram 4 triplos consecutivos: dois ainda no 3º quarto (42-45 e 45-50), por intermédio de Jessica Starling e Marta Bravo e outros dois no arranque do último período (48-50 e 51-50), através do bis de Jessica e um de Maria João Correia. Ponto cá, ponto lá, foi este o filme do jogo até ao apito final. As diferenças oscilaram entre 1 e 3 pontos, com apenas uma igualdade de permeio (57-57). Um último desconto de tempo pedido pelo treinador do CAB Madeira, quando a sua equipa perdia por 62-65, com 17 segundos para jogar, permitiu gizar um movimento para impôr o prolongamento, mas Maria João Correia lançou em posição frontal, atrás da linha dos 6,75 m, mas a bola rodou no aro e foi parar à mãos de uma jogadora algesina. Estava encontrado o outro finalista.Três jogadoras foram fundamentais no triunfo do M-Cell Algés: a MVP do encontro, Angelica Robinson, com um duplo-duplo (16 pontos, 15 ressaltos sendo 3 ofensivos, uma assistência, 3 desarmes de lançamento e 5 faltas provocadas), Ticha Penicheiro (9 pontos, 7 ressaltos, 9 assistências, 3 roubos e 5 faltas provocadas) e Matea Vdoljak, também com um duplo-duplo (25 pontos, 10 ressaltos sendo metade ofensivos e duas faltas provocadas). Nas madeirenses as mais valiosas foram as norte-americanas Jessica Starling (21 pontos, 3/6 nos triplos, 2 ressaltos, uma assistência e 6 faltas provocadas, com 6/6 nos lances livres) e Utahya Drye (18 pontos, 8 ressaltos sendo 2 ofensivos, uma assistência e 1 roubo).Resultados:AD Vagos 57-65 Quinta dos LombosCAB Madeira 62-65 M-Cell Algés

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