Frederico e Rodrigo mostram que é possível

Frederico Bettencourt soma e segue, bem se pode dizê-lo. É, no fundo, um miúdo igual a todos os outros, mas talvez com um sentido de maturidade que nem sempre se encontra em jovens da sua idade.

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4 FEV 2011

Cumprimenta-nos com um aperto de mão firme. Discurso seguro e sem rodeios. “Claro que é possível. Basta querer”, atira, convicto.

Aos 17 anos, frequenta o 12.º ano de escolaridade e tem uma média superior a 16 valores. Aproveitamento escolar bastante elevado, portanto, mas que vai dividindo com o rendimento, também de muito bom nível, no basquetebol. E sem colocar em causa nenhuma das atividades.Praticante desde bastante jovem, começou no Sport Clube Lusitânia, está a cumprir a quarta época do Terceira Basket Clube e, na presente temporada, marca presença regular nas convocatórias da equipa principal que milita no Campeonato da Proliga.A entrega e assiduidade aos treinos têm permitido alguns momentos para mais tarde recordar: participou num Jamboree Nacional de minibasquete; integrou a comitiva açoriana que competiu nos Jogos das Ilhas de Maiorca, em 2009; festejou diversos títulos de ilha e regionais; competiu a nível nacional; fez parte da Seleção Açores que esteve presente nas Festas Nacionais de Basquetebol.Em termos profissionais, não mostra dúvidas quanto ao caminho que quer seguir: Gestão de Empresas. Apesar de tudo, afiança que não tem deixado o basquetebol de parte e hoje, como desde sempre, não perde um treino. O objetivo para o futuro, garante-nos, passa por continuar na modalidade, quer nos campeonatos universitários enquanto estudante, quer num qualquer clube depois de encontrar o rumo profissional.Para Frederico Bettencourt, só com trabalho se consegue conciliar a formação académica com um percurso desportivo rico. “É necessário, claro está, abdicar de muitas outras coisas que também gostamos, ora porque umas vezes é imprescindível tirar tempo para estudar, ora porque, noutras ocasiões, a competição também nos exige algum descanso. É uma questão de definir prioridades, estabelecer objetivos e aceitar que só os iremos conseguir com sacrifício. Com empenho, é fácil conciliar o gosto pelo basquetebol e o futuro profissional”, atira o jovem base/extremo do Terceira Basket.Mais um exemploRodrigo Laranjo, 17 anos de idade. É basquetebolista “desde sempre”, árbitro de basquetebol há duas épocas e um aluno com notas elevadas. Mais um exemplo de que aproveitamento escolar e rendimento desportivo são compatíveis. Basta querer e, claro, aquela pontinha de sacrifício.Terceirense de nascimento, Rodrigo Laranjo joga a extremo no Clube Amigos d’ AngraBasket desde os sete anos. Pelo meio, experimentou o basquetebol na “Pérola do Atlântico” durante uma época, onde, conta-nos, ganhou todas as competições em que participou em solo madeirense.Atleta assíduo aos treinos e empenhado, mostra, também, grande paixão pela modalidade, ao ponto de ter tirado o curso de árbitro de basquetebol, tarefa que tem cumprido com dedicação ao longo das últimas duas épocas. Momentos de alegria também não lhe faltam: participação nos Jogos das Ilhas de Maiorca, em 2009; diversos títulos de ilha e regionais; chamadas regulares às seleções jovens.O seu percurso desportivo não o levou ao desleixo nos estudos, bem pelo contrário. Aluno do 12.º ano de escolaridade, tem apresentado notas de excelência ao longo da sua formação académica e, confessa, até tem melhorado de média no corrente ano letivo. Rodrigo Laranjo prepara-se para uma etapa importante: o fim do ensino secundário e a entrada na universidade. Revela que, à semelhança de Frederico Bettencourt, pretende seguir o curso de Gestão de Empresas e, talvez por isso, afirme que o basquetebol tem ficado para segundo plano. “Neste momento, estou totalmente concentrado nos estudos e o desporto tem ficado um pouco de lado. No entanto, penso que é possível continuar a conciliar as duas atividades e é isto que pretendo no futuro”, frisa.Conciliar a escola e o basquetebol é missão que obriga a alguns sacrifícios e a uma boa dose de dedicação. O segredo é explicado pelo próprio Rodrigo Laranjo: “é sempre possível e dá sempre tempo para nos podermos dedicar às duas vertentes. Claro que, em muitas e variadas situações, vamos ter de abdicar de outras coisas, como o computador, a internet ou, até, as saídas com os amigos, mas quando gostamos muito, vale a pena o sacrifício”.Papel de paiLuís Bettencourt, presidente da Associação de Basquetebol da Ilha Terceira (ABIT), crítica a opção tomada por alguns encarregados de educação. “Acho que é a forma mais inconveniente, pois não é retirando a prática de uma qualquer modalidade que se consegue que um jovem seja mais apto nos estudos. A meu ver, há outras atividades que poderiam estar na base do castigo, como televisão, jogos de computador ou internet”, opina.Deixa, também, a sua visão enquanto pai de Frederico Bettencourt: “Aos pais cabe acompanhar, encaminhar e alertar para a responsabilização. No fundo, chamar a atenção de que, em qualquer um dos casos – na escola e no desporto -, não se pode deixar de cumprir com os compromissos. Ainda assim, em caso de notas menos positivas, um possível castigo nunca iria surgir pelo desporto, que é algo crucial na formação dos jovens”.

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4 FEV 2011

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