FC Porto volta às vitórias

A história de um jogo de basquetebol faz-se até ao minuto quarenta e os portistas interpretaram na perfeição essa máxima, acentuando o seu ascendente à medida que o encontro caminhava para o seu fim.

A equipa de Ovar surgiu totalmente transfigurada depois da pálida imagem deixada na última edição da Taça de Portugal. Mas quando as bolas entram dentro do cesto tudo se torna mais fácil, as tácticas parecem ser as ideais e os jogadores os melhores. Foi o que sucedeu com a equipa de Ovar que, durante o 1º período do encontro, encontrou nos lançamentos triplos o antídoto para a bem preparada defesa portista (18-17).Os atletas da Ovarense iam somando minutos, o esforço acumulava-se, bem como as faltas em alguns jogadores que estavam a revelar-se fundamentais na organização ofensiva da equipa comandada por Mário Leite. O FC Porto mantinha a sua habitual rotação de jogadores e tentava explorar o jogo interior. No fundo desgastava com um jogo de paciência o adversário com menos recursos para manter um elevado ritmo.No segundo quarto o encontro tornou-se mais faltoso, por vezes quezilento, reflectindo-se naturalmente esse facto na produção ofensiva das duas equipas que, comparativamente ao período inaugural, foi menos profícuo em pontos. Mesmo assim os vareiros, com a rotação possível do seu banco, conseguiram-se manter na frente do marcador e atingiram o intervalo no comando (30-27).Na etapa complementar os azuis e brancos acentuaram o domínio na luta das tabelas e, a meio do período, quando conseguiram introduzir o lançamento exterior como arma ofensiva, o ascendente portista repercutiu-se no marcador, que chegou aos 47-41, após mais um triplo, da autoria de Nuno Marçal. Nos minutos finais do quarto, Greg Stempin (26 pontos, 9 ressaltos e 6 assistências) foi um gigante, não só pelos pontos que conseguiu na área pintada, mas também pela forma como controlou a luta das tabelas. Era visível a incapacidade dos jogadores de Ovar em acompanhar o ritmo do norte-americano dos dragões, situação que se agravou ainda mais com a 4ª falta de André Pinto (8 pontos, 2 ressaltos e 2 roubos de bola) que praticamente não jogou neste período. Foi o melhor período do líder do campeonato, diante de uma Ovarense que não foi capaz de manter o nível exibicional da 1ª parte, mas que teve o mérito de se manter na discussão do resultado (48-53). O derradeiro quarto principiou com a formação de Moncho López a procurar manter um elevado ritmo de jogo, promovendo constantes substituições nos jogadores interiores, de forma a explorar a quebra física de Cortez e Webster, com poucos minutos de descanso. O FC Porto chegou à vantagem das dezenas (59-48), parcial cortado por um providencial triplo de Nuno Manarte (12 pontos, 10 assistências, 4 ressaltos e roubos de bola), numa altura em Mário Leite já tinha arriscado ao colocar de novo em campo André Pinto.Acabaria por estar pouco tempo em jogo (5ª falta), o que provavelmente precipitou a decisão de Mário Leite tentar a defesa zona (2×3) como forma de parar o ataque azul e branco. O tempo começava a escassear e os jogadores do FC Porto jogavam com esse factor, prolongando ao máximo os seus movimentos ofensivos de forma a fazer correr o cronómetro.Sem surpresa Greg Stempin foi eleito o MVP do encontro, tendo sido indiscutivelmente o primeiro a revelar todo o inconformismo de estar atrás no marcador, muito bem acompanhado pelo compatriota Julian Terrel (18 pontos e 6 ressaltos).O capitão Nuno Manarte foi, como é eu hábito, o rosto da entrega da equipa de Ovar, que teve em John Waller (21 pontos e 2 ressaltos), com uma boa primeira parte, o seu melhor marcador. O poste Nuno Cortez (14 pontos e 8 ressaltos, ficou próximo do seu duplo-duplo e enquanto teve forças foi um adversário complicado.Resultados de domingo da 19ª jornadaOvarense 60-73 FC PortoBarreirense 82-83 CAB Madeira