Rui Fonseca: «Há grande vontade de ganhar»

A equipa a açoriana do Forum Terceira Basket tem causado sensação no campeonato da Proliga, somando já sete vitórias consecutivas, sendo que as últimas quatro foram obtidas fora da ilha.

Competições | Treinadores
17 MAR 2011

O treinador Rui Fonseca não se deslumbra com os mais recentes resultados, apontando a qualificação para o playoff como meta do grupo de trabalho. O técnico que esta temporada se mudou para o Terceira Basket diz não existirem segredos para o sucesso, referindo ao longo desta entrevista um conjunto de valores que explicam o bom momento que a equipa atravessa.

Como aconteceu a tua mudança para o Terceira Basket? A minha mudança para o Terceira aconteceu no inicio da época, altura em que recebi um convite do treinador Nuno Barroso para o acompanhar no comando da equipa do TBC (Fórum Terceira Basket Club) no campeonato da Proliga. Até essa altura estive no Angrabasket, onde fui adjunto e treinador de formação. Quando assumiu o comando técnico da equipa o que lhe foi pedido por parte do clube? O grande desafio com que me deparei foi alcançar alguma serenidade e tranquilidade no plantel, procurando sempre uma união e espírito de grupo, de modo a conquistarmos os objectivos da época, ou seja, o playoff. Tenho orgulho em poder afirmar, com alguma certeza, que estes pressupostos foram claramente atingidos, sendo o TBC, neste momento, uma equipa unida, com sentido de responsabilidade partilhada e em que todos trabalhamos para atingir um objectivo comum: o sucesso desportivo de uma equipa açoriana em contexto nacional. Também é nossa intenção constante fazer o melhor para dignificar e representar o melhor possível a nossa cidade, a nossa ilha e a região em geral.O facto de ter tomado conta da equipa a meio da época não tornou mais difícil o seu trabalho? Divido esta época em dois momentos distintos: o primeiro muito complicado, marcado por diversas circunstâncias, tais como a lesão grave (rotura do tendão de Aquiles) do nosso primeiro base norte-americano Cavel Witter; a chegada tardia do segundo norte-americano; lesões variadas de jogadores cruciais e, por fim, a saída do treinador anterior. Um segundo momento, mais positivo, em que posso dispor de uma equipa completa, motivada, com grande espírito de sacrifício e trabalho, recheada de talento individual e colectivo, que nos permite realizar um campeonato tranquilo, se bem que com alguns jogos que não nos deixam boas recordações, mas com outros inesquecíveis. São estes, precisamente, que queremos repetir e consolidar, para que possamos, efectivamente, chegar mais longe nesta competição.Assim, e respondendo concretamente à sua pergunta, nenhum momento é fácil para assumir o comando de uma equipa, pois pressupõe sempre um ponto de partida, em que as incertezas são da mais variada ordem, e depois, progressivamente, o atingir de objectivos que vão dissipando essas dúvidas, tentando adquirir, simultaneamente, uma consistência e inteligência de grupo que nos permita um trabalho de qualidade e desenvolvimento geral da equipa. Qual o segredo que sustenta o facto de a equipa não perder desde o dia 9 de Janeiro de 2011 em jogos a contar para o campeonato da Proliga? Não há segredos. Existe na equipa actual do TBC uma grande vontade de ganhar e de evoluir à medida que o campeonato avança. Há pressupostos incontornáveis neste processo, tais como: a responsabilidade que é partilhada pelo treinador e pelos jogadores, tanto nas vitórias como nas derrotas; a defesa, que consiste num factor imprescindível para o sucesso colectivo; a compreensão por todos das vantagens da equipa; e por fim, jogadores muito ávidos, unidos, formando um ambiente competitivo muito interessante e, consequentemente, ambicioso.Face aos resultados conseguidos, já teve necessidade de reformular os objectivos da equipa para esta temporada? Não. Os objectivos mantêm-se e consistem, numa primeira instância, em alcançarmos o playoff, “depois logo se vê”… Temos uma sequência gratificante de vitórias, mas é necessário lidar com este sucesso com alguma inteligência, já que sabemos que não existem equipas invencíveis e temos de estar preparados para um dia menos positivo em que, naturalmente, percamos. O desafio está em saber ultrapassar o insucesso e acertar processos equilibrados de forma a alcançarmos o sucesso novamente. Ter os “pés assentes na terra”, tal como digo muitas vezes aos meus jogadores, é essencial para a realização de um bom campeonato, já que, como referi anteriormente, o talento e a dedicação são desígnios consolidados no Fórum Terceira Basket.

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17 MAR 2011

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