Norueguesas mais consistentes na ponta final
Bergen (Noruega) - Não começou bem para as cores portuguesas a 2ª volta do Campeonato da Europa de Seniores Femininos, Divisão B.
Competições | Seleções
5 JUN 2011
A derrota por 55-49, frente à Noruega, nesta cidade nórdica com uma população de cerca de 200 mil habitantes, traduziu a inexperiência da equipa e uma manifesta falta de eficácia na área pintada, mormente evidenciada durante a 1ª metade, em que apenas marcámos 22 pontos, com percentagens muito fraquinhas.
Depois de uns 10 minutos iniciais de bastante equilíbrio (17-13), desfeito apenas no minuto 10 com Tori Halvorsen (que estuda e joga numa Universidade norte-americana) a fazer 15-13 da linha de lance livre e fixando o resultado em cima da buzina, Portugal sofreu um parcial de 9-1 em 6 minutos, acusando muita dificuldade em atacar o cesto. As norueguesas, mais pesadas e também mais rápidas, levavam a melhor nos lances divididos, utilizando amiúde o contra-ataque (7 na 1ª parte) e faziam cesto em segundos lançamentos, explorando da melhor maneira alguma apatia lusa. Assim, a diferença pontual ao intervalo (33-22) era reflexo precisamente dessa incapacidade em concretizar as movimentações de ataque (26% nos lançamentos de campo, contra 37% das anfitriãs). O descanso fez bem às pupilas de Ricardo Vasconcelos, com o segundo triplo de Ana Oliveira a dar o mote para a recuperação, logo no minuto 21 (33-25). Defendendo com muita entreajuda e agressividade, Portugal reagiu como se impunha e foi buscar o jogo, ao reduzir de 40-31 (minuto 26) para 40-39, impondo um parcial de 8-0, até ao final do 3º período (7-17).Prosseguindo com a mesma determinação no último quarto, a selecção lusa conseguiu mesmo a viragem do marcador no minuto 34, com Ana Oliveira a colocar Portugal na frente (42-43), obrigando o treinador nórdico a pedir um desconto de tempo à entrada do minuto 35. Carla Nascimento ainda elevaria a contagem para 42-45, da linha de lance livre mas em pouco tempo a Noruega voltou ao comando, primeiro por intermédio de Nanna Sand (que reentrara poucos segundos antes), a fazer 46-45 e a sua companheira de equipa Tina Moen (que joga no Isla de Tenerife, da 2ª Liga espanhola) a aumentar para 48-45, com 3 minutos e 1 segundo para jogar. Acto contínuo o seleccionador luso parou o cronómetro e Portugal viu renascer a esperança com um bomba de Ana Fonseca a empatar a partida (48-48) à entrada do minuto 39. Nova igualdade (49-49) ainda no mesmo minuto, mas a experiência e o sentido de cesto de Nanna Sand (ainda de grande utilidade aos 33 anos) a relançar as norueguesas com novo duplo a 1,15 minutos do termo (51-49). A perder por 53-49 e com 30,3 segundos para jogar, Ricardo Vasconcelos esgota os descontos de tempo, dando instruções para parar o cronómetro, recorrendo às faltas. Carla Nascimento viria a ser excluída completando a 5ª falta a 15 segundos do final. Foi da linha de lance livre que a Noruega selou o resultado final (55-49). « Acabámos por fazer uma 1ª parte fraca, em que os níveis elevados de ansiedade se reflectiram em percentagens de lançamento fraquíssimas, vindo ao de cima a nossa inexperiência. Apenas 4 pontos na área pintada até ao intervalo são elucidativos da nossa dificuldade em marcar.», começou por explicar o seleccionador luso.« Depois de termos recuperado, muito à custa de uma menor rotação na 2ª parte, faltou-nos oxigénio e isso fez baixar o discernimento. Faltou nesse período uma maior eficácia no tiro exterior, para que tivéssemos conseguido conservar a vantagem. É importante referir a falta de experiência da nossa equipa. Era preciso em determinados momentos, alguém com capacidade para sacar uma falta que nos devolvesse a tranquilidade e a confiança.», concluiu Ricardo Vasconcelos. Nas vencedoras, destaque para a base Anette Johansen (9 pontos, 7 ressaltos defensivos, duas assistências, 3 roubos, 7 faltas provocadas e nenhum turnover em quase 39 minutos de utilização), a norueguesa mais valiosa, seguida da extremo Tina Moen (12 pontos, 4/5 nos duplos, 5 ressaltos defensivos, 3 assistências e 4 faltas provocadas, com 4/6 nos lances livres), Tori Halvorsen (12 pontos, 6 ressaltos sendo 1 ofensivo, 1 roubo e 4 faltas provocadas, com 4/5 nos lances livres) e Kristina Tattersdill (9 pontos, 10 ressaltos sendo 3 ofensivos, uma assistência, 2 roubos e 3 faltas provocadas). Referência ainda para a utilidade de Nanna Sand, que marcou 2 cestos decisivos nos derradeiros 3 minutos.Na selecção portuguesa, saliência para a prestação de Joana Lopes, MVP e melhor ressaltadora da partida, autora de um duplo-duplo (13 pontos,11 ressaltos sendo 1 ofensivo, 4 assistências, 2 roubos,1 desarme de lançamento e duas faltas provocadas), com o senão de ter estado abaixo do habitual nos lançamentos do perímetro (apenas 1 triplo em 8 tentados). Foi bem secundada por Carla Nascimento (4 pontos, todos de lance livre, 5 ressaltos sendo 3 ofensivos, 4 assistências, 2 roubos e 5 faltas provocadas), Ana Oliveira (9 pontos, 2/5 nos triplos, 2 ressaltos e 3 assistências), Tamara Milovac (8 pontos, 5 ressaltos sendo 1 ofensivo e 2 desarmes de lançamento) e Ana Fonseca (4 pontos,1 triplo, 3 ressaltos sendo 1 ofensivo, uma assistência e 1 roubo). Em termos globais a superioridade da Noruega assentou na maior eficácia de lançamento nos duplos (39%-34%) e no facto de ter ganho a luta das tabelas (44-36 ressaltos), incluindo a tabela ofensiva (11-9) e ainda de ter provocado mais faltas (21-15), convertendo 17 lances livres contra 13 das portuguesas, ainda que com percentagens similares (68%-68,4%). Portugal foi mais colectivo (12-15 assistências) e cometeu menos erros (17-14 turnovers). Equilíbrio houve nos roubos de bola (8 para cada lado) e na percentagem de triplos (20% para ambos, mas com as nossas representantes a converterem 4 contra 2 das adversárias). Ficha do jogo:Haukelandshallen, em Bergen Noruega (55) – Anette Johansen (9), Sigrid Skorpen (2), Tina Moen (12), Nanna Sand (7) e Kristina Tattersdill (9); Tori Halvorsen (12), Maren Austgulen (2), Therese Häger, Hege Blikra (2), Torunn Ytrehus e Tina NessePortugal (49) – Carla Nascimento (4), Ana Oliveira (9), Joana Lopes (13), Sara Filipe (4) e Tamara Milovac (8); Ana Fonseca (4), Maria João Correia (2), Débora Escórcio, Michelle Brandão (4), Célia Simões, Luiana Livulo (1) e Diana NevesPor períodos: 17-13, 16-9, 7-17, 15-10Árbitros: Haydn Jones (País de Gales) e Jonas Bille (Dinamarca) A comitiva portuguesa regressa amanhã a Lisboa, com chegada prevista para as 18h10 no voo TP 507 procedente de Oslo.