Miguel Miranda: «Muito suor e trabalho»
Campeão nacional pela terceira vez na carreira, Miguel Miranda explica que o segredo do FC Porto este ano residiu na persistência e nas horas de trabalho.
Atletas | Competições
12 JUN 2011
O jogador acredita que muito dificilmente os portistas perderão um jogo em casa nos próximos tempos, tal o ambiente criado pelos adeptos no Dragão Caixa. Nesta entrevista Miranda fala também da Selecção Nacional e do desejo de estar na fase final do Eurobasket deste ano. Leia tudo, nos detalhes da notícia.
Julgo ter sido a terceira equipa pela qual te sagras campeão nacional. O mesmo sabor que os anteriores, ou um pouco diferente, pelo facto de ser ao serviço de um clube com a grandeza do FC Porto?Todos os campeonatos têm um sabor diferente e único. Este não foge há regra. Foi um campeonato importante para mim, porque marcou o meu regresso ao FC Porto, 10 anos depois. Foi um campeonato ganho com muito suor e trabalho da nossa parte. E porque foi a primeira vez que fui campeão depois da minha filha nascer e tive o privilegio de poder tê-la na festa do titulo. Apesar de ao longo da temporada terem perdido algumas competições, e mesmo durante o playoff, sempre me pareceram unidos e acreditar no trabalho que estavam a fazer. Estou correcto nesta apreciação relativamente à vossa equipa?Que me perdoem as outras equipas, mas nós este ano trabalhámos, trabalhámos e trabalhámos… Não tenho dúvidas nenhumas que passámos muito mais tempo que os outros no pavilhão, na sala de vídeo e na musculação. Se juntarmos a isto um grupo de trabalho experiente e unido em torno do mesmo objectivo, temos uma mistura quase explosiva. Sobretudo notou-se bastante ao longo do campeonato uma enorme vontade de proporcionar aos jogadores e treinadores que ainda não tinham sido campeões, essa possibilidade. Em algum momento se sentiram mais pressionados ou ansiosos por chegar ao título?Não, foi tudo encarado com muita tranquilidade. Sabíamos que estávamos preparados e que ia acabar por acontecer, porque era o mais justo. Na sua opinião, onde foram melhores que os demais adversários?Sem me querer repetir, no trabalho. Quem trabalha como nós, mais cedo ou mais tarde os frutos aparecem. Posso dizer que em todos os jogos sabíamos tudo o que o adversário fazia, ia fazer ou pensava em fazer, é a maneira do Moncho e da restante equipa técnica trabalhar. O facto de não terem terminado a época invictos deixou-vos algum amargo de boca?Não, essa possibilidade nunca foi um objectivo. Jogámos todos os jogos para ganhar, mas sem pensar muito nisso. Vencer no sétimo jogo, perante um pavilhão lotado, com os adeptos eufóricos, é o final ideal que imaginaria para a temporada que agora terminou?É o final perfeito, lindo. Já o disse e volto a dizer, tenho dúvidas se alguma vez alguém nos vai conseguir ganhar em casa, perante aquele publico fantástico.Já está próxima uma nova etapa que dá pelo nome de Selecção Nacional. Recriar o ambiente que viveste no Dragão Caixa seria uma grande ajuda para conseguir o apuramento?Claro que sim, mas não temos razões de queixa. Sempre que a Selecção joga, seja onde for, o público aparece, e particularmente em Coimbra sentimo-nos muito acarinhados. Tem estado sempre disponível para representar o seu país. Mesmo com algumas ausências acha possível ultrapassar a Hungria e a Finlândia?Claro que sim, mas temos que ter consciência que tudo pode acontecer. São três selecções com o valor muito equilibrado e tudo pode acontecer. Como descreveria cada uma das selecções que vão defrontar nesta fase adicional de apuramento?A Hungria é muito forte fisicamente, com jogadores interiores acima do 2,10m. A Finlândia é uma equipa muito parecida à nossa, com jogadores muito versáteis e calculistas. Vai ser uma luta.Alguma mensagem que queria deixar ficar neste período de retemperar energias?Descansar ao máximo. Aproveitar todos os segundos para estar com a família, pois num piscar de olhos, estamos a começar outra época de muita luta.