«Não esqueceremos este Europeu»

Uma das heroínas da Selecção Nacional Sub-20 Feminina que na Macedónia conseguiu a promoção à Divisão A, conta-nos, alguns dias depois do feito alcançado, as principais emoções vividas pela equipa durante o Campeonato da Europa.

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25 JUL 2011

O segundo lugar alcançado pela jovem formação nacional foi muito sofrido. Por isso sabe tão bem…

A adaptaçãoChegámos à Mecedónia 3 dias antes da prova, o que foi muito importante para nos adaptarmos ao clima, diferença horária, comida etc. O grupo esteve sempre muito concentrado durante toda a competição, não deixámos por isso de estar sempre bem dispostas e termos os nosso momentos de convívio. Isso foi importante para que o grupo se mantivesse unido todo o europeu.Maldito calor!!!!Um dos pontos negativos, e uma das dificuldades, foi sem duvida o clima.Por vezes deviam estar temperaturas muito perto dos 40ºC e, se no hotel isso não era problema, porque havia ar condicionado, no pavilhão o mesmo já não acontecia. Jogar ao meio-dia com temperaturas como essas nem sempre era tarefa fácil…Comida para esquecerOutro aspecto negativo foi a alimentação que, apesar de ser melhor doque em anos anteriores que estive na Macedónia, a ementa não era muitovariada, tornando-se monótona ao final de alguns dias. Para além disso,tivemos algumas jogadoras (as outras equipas também) com problemasgastrointestinais. Mas a situação foi controlada rapidamente pela nossafisioterapeuta. E não passou de um susto para algumas das atletas.Hotel aceitávelEm contraste o hotel e o pavilhão eram bons e a zona onde estávamosera bastante agradável. Em relação a competição em si, como já disseanteriormente, estivemos muito concentradas em todos os momentos.A competiçãoNa minha opinião houve dois jogos que foram a chave para termos alcançado este resultado. O encontro contra a Hungria e o duelo frente a Israel. Até ao último jogo da fase de grupos, contra a Hungria, tínhamos defrontado equipas claramente abaixo do nosso nível (Macedónia e Bulgária) e um conjunto muito forte, a Suécia. Por isso esse jogo iria fazer-nos perceber realmente qual era o nosso nível no Europeu.Velhas recordaçõesMuitas das jogadoras da nossa Selecção estiveram no Europeu Sub-18 emIsrael, no qual encontrámos a Hungria na mesma fase e não tivemos sucesso. Nesse ano a Hungria foi a 1ª classificada. Mas, se naquela altura fiquei com a sensação que podíamos ter chegado mais longe do que o 5º lugar, este ano não tinha a menor dúvida. Então neste jogo mostrámos que realmente tínhamos capacidade para o fazer.AvisoEssa vitoria não só deu para perceber o nosso patamar, como nos deuconfiança e, acima de tudo, colocou-nos numa posição favorável para defrontar uma equipa teoricamente mais fraca do outro grupo.”Quartos” a… eliminarNos quartos-de-final o jogo tinha um carácter diferente, pois uma derrota podia deitar por terra o sonho da nossa equipa. Assim, contra Israel, mais uma vez mostrámos qual era o nosso objectivo, apesar de não termos feito o nosso melhor jogo, até porque as percentagens não foram as habituais. No entanto, seguimos sempre o plano que aliado a uma boa defesa conseguimos a vitória.Um segredoPara mim, um capítulo em que estivemos bastante bem durante toda acompetição esteve relacionado com o facto de nunca termos deixado de serfiéis à nossa filosofia de jogo e ao plano detalhado especificamente para cada encontro, mesmo quando as coisas não corriam bem.O tudo ou nadaUltrapassados estes dois momentos decisivos, atingimos o ponto alto dacompetição: as meias-finais. Era aqui que tínhamos de dar ainda mais do quetínhamos feito até essa altura porque caso contrário todo o nosso esforçopodia ser em vão. E desta vez eu e as minha colegas, que estivemos no anopassado na Selecção de Sub-20, não queríamos voltar para casa com o mesmo sentimento, nem queríamos que as jogadoras mais novas o conhecessem.Saber sofrerFomos para o jogo confiantes, apesar do nervosismo característico deste tipo de encontros, sabendo que ia ser difícil mas não era impossível. Não entrámos bem mas tivemos uma capacidade de sofrimento espectacular para dar volta ao resultado pois, estando a perder na casa das dezenas, conseguimos chegar ao intervalo a ganhar. No momento em que nos aproximámos do adversário sabíamos que podíamos vencer, mesmo quando todos pensavam que íamos ser cilindradas pela Rep. Checa mostrámos por que é que merecíamos ali estar.O doce sabor da vitóriaE quando vencemos… foi uma sensação incrível!! Sem sabermos muito bemo que tínhamos acabado de fazer, festejámos com grande euforia o nossomomento. Nem passada uma semana consigo traduzir em palavras tudo o que sentimos na altura. Apenas consigo dizer que foi dos momentos mais fantásticos vividos. O meu desejo é que outros possam passar por isto.A finalDurante a final desfrutámos ao máximo cada segundo. Foi sem dúvida, umprazer enorme poder jogar neste ponto alto, com o pavilhão cheio, fazendo-nos sentir ainda mais que estávamos numa final de um Campeonato da Europa.Venha a medalha! Na cerimonia, receber a tão desejada medalha foi uma merecida recompensapor todo o trabalho feito ao longo de mês e meio (e para algumas 3 meses) detrabalho na Selecção portuguesa.A bandeira lá no alto… Para mim, o que me deu mais prazer, o que me deu mais orgulho foi ver anossa bandeira a ser hasteada perante todas as equipas. Tenho a certeza que nenhuma de nós vai esquecer este Europeu! Foi fantástico!Obrigado! Queria aproveitar para agradecer a todas as pessoas que nos foram receber ao aeroporto, especialmente as Sub-18! Obrigada!

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25 JUL 2011

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