Michelle Brandão: «Ansiosas mas tranquilas»

A jogadora que na época passada trocou Portugal pela Universidade norte-americana de Old Dominion mostra-se otimista relativamente àquilo que a Seleção feminina pode produzir nos próximos compromissos que tem em agenda.

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31 MAI 2012

Apesar de a equipa defrontar um conjunto de equipas de grande valia no apuramento para o Eurobasket, a base acredita que Portugal pode ter uma palavra a dizer. Para tal, os dois particulares com a Suécia vão ser importantes.

A base internacional Michelle Brandão decidiu aceitar o convite feito pela Universidade Old Dominion, pelo que rumou aos Estados Unidos para dar continuidade à sua evolução como jogadora. Não foi um ano perfeito, mas a base acredita que agora vai poder comprovar que valeu a pena os sacrifícios pelos quais teve que passar. “O primeiro ano é sempre o mais difícil. Há sempre o período de adaptação à língua, à cultura e mesmo a diferentes hábitos. Mas depois disso as coisas foram ficando mais fáceis. A nível escolar tive um aproveitamento bastante bom. A nível desportivo tive um azar burocrático que me impediu de competir, e o jogo, a competição é o melhor treino para um jogador evoluir. Mas como não foi possível evoluir dessa forma, tentei trabalhar o máximo possível a nível de fundamentos e a nível físico para quando a oportunidade chegar estar pronta o melhor possível.” O Selecionador Ricardo Vasconcelos não tem poupado as atletas no trabalho diário, até porque o tempo que resta até ao início da fase de qualificação já não é muito. “Os treinos têm corrido com normalidade. Com intensidade e rigor que é caraterístico dos treinos da Seleção. Todas estão a trabalhar e concentradas para nos apresentarmos bem para os jogos da qualificação.”Depois da experiência norte-americana, Michelle encontra algumas diferenças nos métodos de treino. Umas inerentes ao facto de se tratar da preparação da Seleção, outras que são mais específicas da realidade americana. “Há algumas diferenças, não só por estarmos a falar de países diferentes com estilos de jogo distintos, mas também ao facto de ser uma seleção. Para além disso, estamos a falar de uma equipa (a seleção) que tem 2 meses para se preparar para a competição de 1 mês e do outro lado uma equipa universitária que tem uma pré-temporada longa, com jogos de preparação, para depois competir. No entanto, a maior diferença, na minha opinião é ao facto de aqui, na seleção, tal como na Europa, o trabalho ronda muito pelo nível tático e focado no conjunto, na equipa, enquanto que nos EUA há muito mais foco no jogador individual e no seu desenvolvimento. Ainda, outra grande diferença são as condições e o material disponível para o treino, que a equipa dos EUA tem ao seu dispor, possibilitando que haja uma maior exigência física.”Se os dois jogos com a Suécia, até pela falta de contacto internacional, vão ser importantes para a preparar a fase de qualificação, para a base portuguesa assumem ainda um mais um caráter decisivo, visto que não competiu toda a temporada. “Vai permitir-nos perceber naquilo que estamos bem e mal para aperfeiçoar para os jogos de qualificação. Depois é sempre importante porque precisamos de jogar muito para nos percebermos melhor umas as outras e mesmo o próprio sistema e filosofia de jogo.”Naturalmente que estes dois jogos de controlo serão aproveitados pelo Selecionador Nacional aferir qual o estado do grupo, bem como servir de teste a tudo aquilo que tem sido trabalhado durante este período de preparação. “Penso que a transição defensiva e ofensiva, pois normalmente equipas com a Suécia são seleções rápidas e organizadas na transição alem disso jogam num ritmo muito elevado.”Michelle não nega que o grupo está ansioso por defrontar algumas das melhores Seleções da Europa, embora reconheça que se quiserem continuar a evoluir e aproximarem-se do topo do basquetebol feminino este é o caminho a seguir. “Ansiosas, mas ao mesmo tempo tranquilas. Se queremos crescer a nível Europeu é com esse tipo de seleções que temos que jogar.” É indesmentível que Portugal parte para esta fase de qualificação como sendo a equipa que menos hipótese tem de se qualificar, se bem que existam outras metas a serem atingidas. Desde logo deixar uma boa imagem em todos os jogos, será com toda a certeza o desejo de todo o grupo de trabalho. Pelo que existem um conjunto de princípios nos quais a Seleção portuguesa terá de ser irrepreensível no seu cumprimento. “Acho que a chave será a nível defensivo. Vamos enfrentar seleções com grande estatura e envergadura, o tempo que retirarmos na pressão em todo campo vai ser essencial para defendermos no 5×5 a meio campo. Depois também acho que será importante controlar o ritmo de jogo.”

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31 MAI 2012

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