Hungria não precisava de ajudas para vencer
Miskolc (Hungria) – Independentemente de não estar em causa a justiça da vitória das anfitriãs no embate desta tarde com Portugal (80-45), o certo é que a Hungria não precisava de ajudas para levar de vencida a congénere lusa, no jogo relativo à 3ª jornada do Grupo A, do EuroBasket Feminino 2013.
Competições | Seleções
21 JUN 2012
Quando depois de uma má entrada no jogo com a selecção da casa a adiantar-se no marcador (7-0 com menos de 2 minutos jogados) e 15-3 a meio do 1º período que terminou com 23-12, para a Hungria, as nossas representantes encetaram uma enérgica reacção impondo um parcial de 8-9, o público da casa percebeu que o colectivo luso não estava disposto a entregar-se de mão beijada.A atitude das comandadas de Ricardo Vasconcelos prosseguiu no 2º quarto (11-13) com a atiradora Carla Freitas a acertar o 2º dos seus 4 triplos da tarde (23-16) à entrada do minuto 13 e a poste Sofia Carolina a imitar a sua companheira (25-18), obrigando o treinador anfitrião, o eslovaco Stefan Svitek, a parar o cronómetro pouco depois, ainda no minuto 14. Ana Oliveira, com duas boas iniciativas (25-20 e 27-22), mantinha o jogo em aberto no minuto 16, situação que rapidamente se alterou por força de um parcial de 7-0, conseguido pela selecção magiar, com a norte-americana naturalizada Quigley a assumir as despesas com 5 pontos consecutivos (34-22), à entrada do minuto 19, quando o seleccionador português pediu o seu 2º desconto de tempo. Mais uma bomba de Carla Freitas fixou o resultado ao intervalo (34-25). A análise estatística da 1ª parte revelava um relativo equilíbrio nas tabelas (19-16 ressaltos), poucos turnovers de parte a parte (6-5), equilíbrio nas faltas cometidas (10-11) e superioridade da Hungria na eficácia dos lançamentos de 2 pontos (53%-25%), a pecha habitual das lusas. Inexplicavelmente a arbitragem mudou os critérios na etapa complementar, começando a penalizar as nossas representantes que no 3º período (30-14) viram ser-lhes averbadas 9 faltas pessoais, quando durante a 1ª metade tinham feito 11. Ao invés à Hungria apenas 4, o que dava um balanço acumulado de 14 contra 20 faltas, ao cabo de 30 minutos de jogo. Dessas 9 faltas assinaladas á nossa selecção, resultaram 11 pontos dos 30 obtidos pelas anfitriãs no reatamento. Larisse Lima estabeleceu o resultado no final do 3º quarto, com um triplo em cima da buzina (64-39). Com a vitória garantida, as húngaras carregavam no ressalto ofensivo com a envergadura e peso da poste Dóra Horti (1,93m) a fazer estragos (4 pontos de lance livre em 3 faltas provocadas) em 4 minutos e um triplo de Raksányi a elevar para 73-43 a meio do derradeiro quarto (16-6), a maior diferença desde o início. Nos últimos 5 minutos e depois da exclusão de Joana Lopes (5ª falta á entrada do minuto 37) a Hungria ampliou a vantagem até final, com o ataque luso a conseguir facturar apenas da linha de lance livre, através de Carla Freitas (75-45). Resultado final: Hungria 80-45 PortugalA opinião do seleccionador luso no termo do encontro, não podia deixar de referir a mudança de critérios na arbitragem verificada após o intervalo. «A análise ao jogo tem que ser feita sob dois prismas: um tem a ver com a capacidade de resistir ao insucesso. Se ao fim de 2 períodos fizemos 5 turnovers é penalizador no final do jogo ter mais 16 turnovers. Temos que saber reagir aos períodos de insucesso. Em relação à arbitragem, há claramente uma mudança de critérios. Senão vejamos: ao intervalo havia 10-11 em faltas e no final o balanço indicava 17-27, com as nossas jogadoras a serem penalizadas. Independentemente disto, temos de ter a capacidade de nos conseguirmos distanciar deste tipo de questões. Outra coisa é a maneira como entrámos no 1º e no 3º períodos, ainda que melhor do que na Ucrânia e que contra a Bielorússia.».A finalizar Ricardo Vasconcelos ainda salientou: «Em relação à transição defensiva e à defesa do jogador sem bola ainda temos bastante trabalho pela frente para melhorar. No 1º e no 2º períodos, principalmente neste último que ganhámos, conseguimos jogar ofensivamente um basquete mais esclarecido. Tivemos muitos minutos bons em ataque, com boas decisões. Houve mais minutos de jogo a jogar de igual para igual. Isso foi notório.» Na selecção húngara a melhor prestação coube à norte-americana naturalizada, Alexandria Quigley, MVP do encontro (27,5 de valorização), ao contabilizar 17 pontos, 6/9 nos duplos, 9 ressaltos sendo 1 ofensivo, duas assistências, 2 roubos, 1 desarme de lançamento e 5 faltas provocadas, com 5/5 nos lances livres, seguida de perto pela extremo Nagy-Bujdosó (24,5 de valorização) e melhor marcadora do jogo (18 pontos, 7/11 nos lançamentos de campo repartidos por 5/8 nos duplos e 2/3 nos triplos, 4 ressaltos sendo 1 ofensivo, duas assistências, 5 roubos e uma falta provocada, com 2/2 nos lances livres). Foram bem acompanhadas pela base Katalin Honti (11 pontos, 2 ressaltos, uma assistência, 2 roubos e 5 faltas provocadas, com 7/8 nos lances livres), pela poste Dóra Horti (9 pontos, 4 ressaltos sendo metade ofensivos, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e 7 faltas provocadas, com 7/9 nos lances livres) e pela extremo/poste Ana Vajda (7 pontos, 9 ressaltos sendo 2 ofensivos, 3 assistências, 2 roubos e 3 faltas provocadas, com 2/4 nos lances livres).No seleccionado luso a mais valiosa foi a triplista Carla Freitas (14 pontos, 4/7 nos triplos, 1 ressalto ofensivo, uma assistência e 3 faltas provocadas, com 2/3 nos lances livres), seguida de Tamara Milovac (4 pontos, 2/2 nos duplos e 3 ressaltos defensivos), Carla Nascimento (6 pontos, 1/3 nos triplos, 4 ressaltos sendo 1 ofensivo, duas assistências, 2 roubos e 3 faltas provocadas, com 3/4 nos lances livres), Ana Oliveira (6 pontos e 6 ressaltos sendo metade ofensivos) e Sofia Carolina (5 pontos, 6 ressaltos defensivos, 2 roubos, 1 desarme de lançamento e duas faltas provocadas, com 1/2 nos lances livres), com o senão da fraca eficácia nos duplos (2/10).Em termos globais a vitória da Hungria baseou-se na supremacia nas tabelas (37-31 ressaltos), mo menor número de erros cometidos (12-21 turnovers), na maior eficácia dos duplos (55%-29%), no maior colectivismo (12-5 assistências), no maior número de roubos de bola (16-7) e por ter provocado mais faltas (27-17). As húngaras foram à linha de lance livre 35 vezes, convertendo 26 (74%), enquanto as portuguesas só usufruíram de 11 tentativas, tendo marcado 7 (64%), o que é uma diferença assinalável.Portugal esteve mais certeiro nos lançamentos de 3 pontos (25%-40%), tendo acertado 6 em 15 tentativas, contra 4 em 16 tentados. Ficha de jogoHungria (80) – Katalin Honti (11), Alexandria Quigley (17), Krisztina Raksányi (8), Anna Vajda (7) e Dóra Horti (9); Nora Nagy-Bujdosó (18), Zsófia Simon (2), Timea Czank, Anna Vida (3), Orsolya Szécsi (2), Orsolya Zsovár (2) e Anna Lakloth (1)Portugal (45) – Carla Nascimento (5), Carla Freitas (14), Ana Oliveira (6), Sara Filipe e Sofia Carolina (5); Joana Lopes, Débora Escórcio (2), Tamara Milovac (4), Mª João Correia (3), Michelle Brandão, Daniela Domingues (2) e Larisse Lima (3)Por períodos: 23-12, 11-13, 30-14, 16-6Árbitros: Ivo Dolinek, Matej Boltauzer e Ciprian Stoica A comitiva lusa regressa amanhã a Portugal. Partida às 10H00, de autocarro, do hotel com destino ao aeroporto de Budapeste, com chegada prevista para as 12H15/12H30. Feito o check-in é aguardar pela saída do voo TP 713, às 14H35, rumo a Lisboa, prevendo-se a chegada à capital portuguesa às 17H20. As jogadoras terão uma folga de dia e meio, voltando a concentrar-se no próximo sábado, a meio da tarde, numa unidade hoteleira de Sintra.