Tomás Barroso: «Pronto para representar o meu país»
Depois de uma época complicada, em que foi vítima de lesão, o final de temporada não podia ter corrido melhor a Tomás Barroso – sagrou-se campeão nacional pelo Benfica e mereceu a confiança de Mário Palma, que o chamou à Seleção principal.
Atletas | Seleções
7 JUN 2012
O jogador, que não esconde a sua alegria, reconhece que a presença na equipa nacional de Esperanças terá sido importante para esta convocatória.
Está a ser um final de temporada de sonho?Não poderia pedir melhor! Primeiro, o título de campeão nacional na minha segunda época de Liga e depois a cereja no topo do bolo que foi a minha segunda chamada consecutiva à Seleção principal. Foram 2 ou 3 semanas cheias de emoção e alegria, vividas ainda com mais intensidade depois do que me aconteceu no início da temporada.De que forma recebeu a notícia da convocatória para os trabalhos da Seleção sénior?Com a mesma alegria e emoção que o ano passado! Sempre foi um objetivo representar o meu país e cada vez que isso for possível vai ser sempre um motivo de orgulho e de celebração. Este ano foi tudo muito complicado desde o início mas os selecionadores deram-me uma oportunidade e sei que vou estar a altura para retribuir esse voto de confiança.O facto de estar a trabalhar com as Esperanças colaborou de alguma forma na sua chamada à Seleção principal?Desde do início que olhei com muitos bons olhos a minha participação na Seleção de Esperanças e fui dando conhecimento da minha total disponibilidade nas conversas que mantive com o treinador Mário Gomes. A intensidade e o nível dos treinos são muito altos e até ao momento está a resultar melhor do que esperava, o que de certeza será uma mais-valia para dia 25. Por outro lado também sei que os trabalhos nesta Seleção acabam por ser um forte teste às minhas condições atuais e que na verdade contribuiu certamente para a minha convocatória para a Seleção principal.Mas a época não foi feita só de momentos bons. Esta parte final da temporada é a recompensa por todo tempo que esteve afastado da competição?Nada substitui os 5 meses que perdi de competição mas é claro que acabar a temporada desta forma dá-me uma motivação extra para continuar a trabalhar e a dedicar-me ao basquetebol. Poucos dias depois da lesão não sabia o que iria ser do meu futuro e se queria passar por todo este processo doloroso outra vez. Tive que dar a volta à situação e acreditar que a lesão não iria deitar por terra tudo aquilo que consegui ganhar ao longo destes anos e foi aí que decidi partir para a segunda operação. Agora que tudo já passou, que os problemas já se encontram longe, fico feliz por ter tomado esta decisão. Foi importante para mim ter participado nos encontros finais e dado a minha pequena colaboração para a equipa e este grupo de trabalho fantástico ser campeão nacional. Mais feliz fiquei com a possibilidade de poder ainda representar a Seleção nacional, culminando assim uma época marcada por muitos baixos mas que está a acabar da melhor maneira possível Regressou esta época ao Benfica depois de um ano de empréstimo. A decisão de jogar no Ginásio precipitou a sua ascensão no basquetebol nacional?A época 2009/2010 tinha acabado de terminar e eu era um jogador livre. Sempre tive um enorme desejo de jogar na Liga Portuguesa e mal surgisse a oportunidade eu de certeza iria querer agarrá-la. Assim nesse verão depois do Europeu de sub-20 realizado na Áustria, recebi o convite do treinador Sérgio Salvador para fazer parte do plantel do Ginásio Figueirense. Após pesar os prós e os contras da proposta, e com o apoio da minha família decidi assinar contrato com aquela grande instituição. Tinha sempre aquela dúvida latente: “Quantos minutos iria ter por jogo; Vão-me dar muitas oportunidades? Como é que vou reagir a jogar ao mais alto nível do basquetebol português?”. Tudo isto passou pela minha cabeça, como na de qualquer jovem de 19 anos que vai partir para a sua primeira experiência como profissional. Mas o que é um facto é que fiz uma época de sonho desde o primeiro momento e as oportunidades que o treinador me deu consegui agarra-las determinantemente. Terminámos em 6º na classificação, com um final de época muito disputado devido a luta por um lugar no playoff. Cumpri o meu objetivo principal que era mostrar que podia jogar na liga e tal como eu, gostava que muitos dos meus colegas mais novos tivessem a mesma oportunidade e o mesmo espaço para poderem errar e aprender. Com o final da época chegou a lista de nomes dos atletas que iriam fazer parte da Seleção Nacional e quando me vi entre aqueles jogadores que idolatrava quando era mais novo soube que já tinha uma pequena marca minha na história do basquetebol português. E agora? Quais são os objetivos do Tomás Barroso para os trabalhos da Seleção? Os meus objetivos são e sempre serão os mesmos: todos os dias irei trabalhar para melhorar em algo. Apesar de um ano com alguns azares, quero mostrar aos treinadores que a minha chamada à Seleção não foi em vão e que eu estarei pronto para representar e ajudar o meu país a qualificar-se para o Europeu de 2013. Sei que vão ser meses muito duros, o contrário não seria de esperar, mas a minha presença no grupo de trabalho do ano passado vai-me com certeza dar mais consistência e ajuda a assimilar de uma forma mais útil a informação que será dada pelos treinadores.Muitos jogadores jovens na lista de convocados. Isso será sinónimo de ambição? Todos que estão nesta lista com certeza que merecem o voto de confiança dos treinadores. Temos muitos bons jogadores portugueses na liga e alguns deles lá vão estar também no dia 25 de junho. São jogadores jovens, trabalhadores e com muita garra e isso vai sentir-se desde o primeiro dia de treino. Se estas oportunidades continuarem a ser dadas e se os clubes portugueses começarem a abrir os olhos, podemos dar um grande salto qualitativo no basquetebol português e assim começar a sonhar com voos mais altos.