Quigley foi a MVP e a regente da orquestra magiar
Portugal não conseguiu inverter o ciclo negativo, perdendo por 53-73, embora por momentos tenha provado que está mais equipa, mais consistente, nomeadamente na etapa complementar em que perdeu por 2 pontos apenas (33-35).
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8 JUL 2012
Antes do início do encontro a FPB fez questão de homenagear a capitã da selecção nacional, Sara Filipe, com a entrega de um quadro com fotos alusivas aos vários momentos altos da sua carreira, no dia em que completou a 100ª internacionalização, passando assim a ser a 12ª jogadora a entrar no clube das centenárias (100 ou mais internacionalizações), com a curiosidade de igualar Ticha Penicheiro e também Nádia Tavares. A mais internacional continua a ser Susana Soares (173 internacionalizações).
A partida referente à 8ª jornada do EuroBasket Feminino 2013, Grupo A, disputada esta tarde no Pavilhão dos Lombos, frente à Hungria ficou praticamente sentenciada, quando as forasteiras ampliaram a vantagem do 1º quarto (7 pontos) para uns expressivos 18 quando se atingiu o intervalo (20-38).Tal como acontecera na Hungria, no jogo da 1ª volta, as nossas representantes entraram mal, concedendo logo desde o apito inicial alguma vantagem ao adversário que chegou com alguma facilidade a 2-10, obrigando Ricardo Vasconcelos a parar o cronómetro à entrada do minuto 6. A despeito de as húngaras já terem 4 faltas desde o minuto 5, esse handicap não foi aproveitado pelo seleccionado luso, que só voltaram a acertar com o cesto no minuto 7 e de lance livre (3-14). O irrequietismo de Maria João Correia que substituíra Carla Freitas no minuto anterior, veio dar outra alegria ao ataque português, com a jovem madeirense a reduzir o prejuízo para 5-14 e 7-16, enquanto por banda das magiares era a norte-americana naturalizada Alexandria Quigley que regia a orquestra, bem acompanhada pela possante Dóra Horti, fortíssima na área pintada. O 1º período terminava com a Hungria na frente (11-18).No 2º quarto (9-20) acentuou-se a supremacia húngara nas tabelas (8-26 ressaltos), com a particularidade de o número de ressaltos ofensivos (8) igualar o total de ressaltos de Portugal. As percentagens lusas nos lançamentos de 2 pontos eram muito baixas (33%-61%) e era aí que se fazia basicamente a diferença, já que enquanto as nossas representantes tinham convertido 7 duplos em 21 tentativas, as húngaras duplicavam essa marca (14 duplos em 23 tentados). Paradoxalmente ou não Portugal cometia menos erros (9-12 turnovers, ao intervalo), mas isso de nada servia em termos de liderança no marcador, quando as equipas recolheram ao balneário (20-38), com a nossa equipa a sofrer um parcial de 0-6 no minuto 20, após duas perdas de bola escusadas.No reatamento as coisas melhoraram em termos ofensivos, com o seleccionado luso a ser mais agressivo a atacar o cesto, provocando mais faltas (14, mais 4 que na 1ª parte). A base Carla Nascimento deu o mote ao marcar 5 pontos consecutivos (1 duplo e 1 triplo), baixando a fasquia para 19 pontos (25-44) depois de a Hungria ter reentrado muito forte, ampliando para 22 (20-42). A estatura (1,93m) e peso de Horti fazia mossa na área pintada e quando não era ela, papel idêntico era assumido por Orsolya Szécsi (nº 23), extremo/poste de 1,87m, também bastante efectiva na área restritiva (6 pontos consecutivos). Todavia neste 3º período (13-16) a eficácia de lançamento baixou para os dois lados, com o marcador a registar 33-54 para as forasteiras à entrada dos derradeiros 10 minutos. No último quarto (20-19), único ganho pela equipa das quinas, Portugal melhorou as suas percentagens, tanto de 2 pontos como de 3 pontos (acabou com 30%), conseguindo reduzir assim o prejuízo para 20 pontos (53-73), quando chegou a ser de 25 (42-67), com a MVP da partida, Quigley a acertar o seu único triplo no minuto 36, com o seleccionador português a pedir o seu último desconto de tempo um minuto decorrido, fazendo reentrar Carla Freitas, a nossa melhor marcadora. Com 3 minutos e 44 segundos para jogar, a experiência da base/extremo madeirense ainda deu para marcar mais 8 pontos (tinha apenas um duplo convertido no 2º período), sendo duas entradas para o cesto e duas faltas provocadas, não falhando os 4 lances livres a que teve direito. Já no minuto 40 foi a vez de Carla Nascimento ir duas vezes para a linha de lance livre, para sancionar as duas faltas técnicas consecutivas marcadas pelo árbitro principal, o conceituado espanhol Miguel Perez Perez, ao seleccionador da Hungria, o eslovaco Stefan Svitek, que ultrapassou os limites na contestação… e Perez Perez não esteve pelos ajustes, expulsando-o do banco, como mandam as regras. Converteu 3 das 4 tentativas (53-71), mas ainda houve tempo para (quem havia de ser?) Quigley selar o resultado final (53-73) a 22 segundos da buzina. Resultado final: Portugal 53-73 HungriaNo final do encontro registámos a opinião do seleccionador luso: «Jogámos com uma equipa que entrou muito forte, muito físico, duro na defesa, como é seu timbre e isso intimidou-nos, com reflexos nas baixas percentagens conseguidas. A estratégia que montámos do ponto de vista defensivo, caiu por terra com a quantidade de ressaltos ofensivos conquistados na nossa tabela, principalmente na 1ª parte. Não fomos tão sólidos na defesa como tínhamos sido nos últimos jogos, no entanto na 2ª metade melhorámos um pouco a atitude ofensiva, pois provocámos mais faltas.». Nas vencedoras destaque para o desempenho da base/extremo Alexandria Quigley, MVP do encontro (37,5 de valorização), ao contabilizar 23 pontos, 6/11 nos lançamentos de campo, 8 ressaltos sendo metade ofensivos, 4 assistências, 5 roubos e 5 faltas provocadas, com 10/10 da linha de lance livre. Foi bem acompanhada pela poste Dóra Horti (13 pontos, 5 ressaltos sendo 1 ofensivo, uma assistência, 1 roubo e 6 faltas provocadas, com 5/6 nos lances livres), Anna Vajda (3 pontos, 8 ressaltos sendo 3 ofensivos, duas assistências, 2 roubos, 1 desarme de lançamento e duas faltas provocadas) e Orsolya Szécsi (10 pontos, 4 ressaltos defensivos e duas faltas provocadas, com 4/4 nos lances livres). Na selecção de Portugal a mais valiosa foi Carla Nascimento (10 pontos, 1/2 nos triplos, 1 ressalto defensivo, uma assistência, 1 roubo e 3 faltas provocadas, com 3/3 nos lances livres), seguida de perto por Maria João Correia (9 pontos, 1/2 nos triplos, 2 ressaltos defensivos, 3 roubos, 1 desarme de lançamento e duas faltas provocadas, com 2/2 nos lances livres). Uma referência ainda para a poste Sofia Carolina (2 pontos, 6 ressaltos sendo 2 ofensivos, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e 4 faltas provocadas) e para Carla Freitas (10 pontos, 3/5 nos duplos, 1 ressalto defensivo, 2 roubos e 3 faltas provocadas, com 4/5 nos lances livres).Em termos globais a vitória da Hungria justifica-se pela flagrante superioridade manifestada nas tabelas (24-47 ressaltos), com realce para a tabela ofensiva (4-13), pela maior eficácia nos lançamentos de 2 pontos (29%-49%), por ter sido mais colectiva (5-13 assistências) e pelo maior aproveitamento da linha de lance livre (83%-92%), falhando apenas 2 dos 26 lançamentos tentados, contra 4 das portuguesas em 24 tentativas. Por seu turno o seleccionado luso foi mais certeiro nos tiros do perímetro (30%-23%), com a coincidência de ambas as equipas terem convertido 3 triplos, roubou mais bolas (11-10), cometeu menos erros (18-21 turnovers) e fez mais desarmes de lançamento (2-1).No outro jogo do Grupo A, Israel ao vencer em casa a Bielorússia (60-58) complicou as contas no tocante ao apuramento, pois passou a haver 3 candidatos para 2 lugares (Bielorússia, Ucrânia e Hungria), todos com duas derrotas. Folgou a Ucrânia.Ficha de jogoPavilhão Desportivo dos LombosPortugal (53) – Carla Nascimento (10), Carla Freitas (10), Ana Oliveira (5), Sara Filipe (6) e Sofia Carolina (2); Joana Lopes (2), Débora Escórcio (1), Tamara Milovac (2), Mª João Correia (9), Michelle Brandão (5), Daniela Domingues e Larisse Lima (1)Hungria (73) – Katalin Honti (2), Alexandria Quigley (23), Krisztina Raksányi (2), Anna Vajda (3) e Dóra Horti (13); Orsolya Szécsi (10), Zsófia Simon (8), Anna Vida (3), Timea Czank , Anna lakloth (4) e Orsolya Zsovár (5)Por períodos: 11-18, 9-20, 13-16, 20-19Árbitros: Miguel Perez Perez (Espanha), Alessandro Martolini (Itália) e Antonio Zamora (Andorra)A equipa portuguesa teve direito a uma folga a seguir ao jogo, voltando a concentrar-se em Rio Maior, depois de amanhã, onde ficará em estágio até à partida para Telavive (Israel), o que será na próxima 5ª feira. O confronto com a selecção israelita na 10ª e última jornada da competição está agendado para sábado (dia 14), a partir das 21H00.