Excelente atitude da selecção lusa em Casal de Cambra

Com o apoio da autarquia de Sintra em termos logísticos, da Junta de Freguesia de Casal de Cambra e do GDEMA Menéres, a FPB utilizou o excelente pavilhão municipal daquela freguesia para a recepção à selecção de Israel, em jogo relativo à 5ª jornada (final da 1ª volta) do EuroBasket Feminino 2013, Grupo A.

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28 JUN 2012

Foi pena o resultado desfavorável (60-62), mas se a vitória tivesse caído para as nossas cores, não escandalizaria ninguém. As comandadas de Ricardo Vasconcelos deram uma boa resposta, demonstrando o seu carácter ante um adversário habituado a competições deste nível.

A atitude guerreira das nossas representantes fez com que as israelitas sentissem muitas dificuldades, nomeadamente no 2º (13-11) e 4º período (19-12), que vencemos com justiça.Portugal entrou bem na partida, liderando o marcador até ao minuto 4 (7-6), com a MVP do encontro, Shay Doron, a colocar a sua equipa na frente (7-8), no minuto seguinte, da linha de lance livre, após ter provocado a 1ª das 14 faltas sofridas. Joana Lopes, com o seu único triplo em 8 tentativas, ainda fez 10-8 no mesmo minuto 5, mas na resposta a base Shiran Zairy recolocou Israel no comando (10-11), ponto de partida para um parcial de 0-9 consentido pela nossa equipa o que obrigou o seleccionador luso a parar o cronómetro no minuto 9 (10-17). Duas boas iniciativas de Tamara Milovac, a corresponder a outros tantos passes decisivos de Carla Freitas reduziram para 14-17, mas 2 lances livres de Liron Cohen fixaram o resultado no final dos 10 minutos iniciais (14-19).No 2º quarto (13-11) o seleccionado luso depois de ter reagido e ficado a um cesto (18-20), teve alguns momentos de desconcentração que resultaram em novo arranque israelita (20-27), com o treinador forasteiro a pedir o seu 1º desconto de tempo, com 3,48 minutos para jogar. Carla Freitas acertando o seu 2º triplo (23-27) deu o mote para a recuperação, com Sofia Carolina a reduzir (25-27) no minuto 18 e Sara Filipe a empatar (27-27) a escassos 11 segundos da buzina. Mas a inevitável Shay Doron não esteve pelos ajustes e praticamente em cima do sinal sonoro conseguiu uma jogada de cesto e falta, não desperdiçando o lance livre aque teve direito (27-30). No reatamento as nossas representantes voltaram a entrar bem, com a capitã Sara Filipe a igualar (30-30) da linha dos 6,75m logo no minuto 21, bem servida pela base Carla Nascimento (6 assistências), bem na organização do jogo ofensivo. Foi também com um seu passe decisivo que a atiradora Carla Freitas converteu o seu 3º triplo (33-30), à entrada do minuto 23. O jogo israelita não fluía como na 1ª parte, o que obrigou Eli Rabi a parar o cronómetro, no minuto seguinte. Israel não acertava com o cesto (durante 3 minutos e meio) e era preciso fazer algumas rectificações que deram efeito, com um parcial de 0-9, fazendo com que o seu homólogo português tomasse a mesma decisão aos 33-39, à entrada do minuto 26. A classe e experiência de Liron Cohen veio ao de cima em dois ataques consecutivos, concluídos com 2 triplos (35-45). Num ápice Portugal já estava a 10 pontos e Ricardo Vasconcelos nem queria acreditar na ingenuidade das suas jogadoras, mas teve que pedir novo desconto. E em boa hora pois Carla Freitas, em noite imparável, acertou mais duas bombas (38-48 e 41-50), esta última a fixar o resultado no final do 3º período, já depois de as forasteiras terem conseguido a maior vantagem (35-48). A atitude guerreira das nossas jogadoras teve o seu expoente máximo no último quarto (19-12). Débora Escórcio, uma lutadora por excelência, fez dois cestos consecutivos baixando o prejuízo para 5 pontos (45-50), mas Shay Doron, muito forte no 1×1, ia carregando com a sua equipa, fazendo sucessivamente 45-52, 45-54 (2 lances livres após mais uma falta provocada) e 47-56, depois de Sofia Carolina (a melhor ressaltadora do encontro com 10 ressaltos) ter correspondido a uma das 4 assistências de Michelle Brandão, ao reduzir para 47-54 a meio do 4º período. Com pouco mais de 3 minutos para jogar, Portugal perdia por 49-58, mas não baixava os braços. A reentrada da explosiva Maria João Correia, muito rápida, foi uma boa aposta do seleccionador luso para a ponta final do encontro. Em menos de 2 minutos um triplo e 2 duplos, o primeiro de contra-ataque (54-58) e o segundo numa entrada arriscada mas feliz, conseguiu encostar o marcador (58-59), já depois de o técnico israelita ter pedido mais um desconto de tempo, aos 56-59, a 1 minuto e 47 segundos do termo.Sofia Carolina não tremeu da linha de lance livre (59-59) com 19,2 segundos para jogar, mas foi Shay Doron quem sentenciou a partida ao provocar mais uma falta, o que a levou para a linha de lance livre, concretizando as duas tentativas. Com 5,1 segundos para jogar, Ricardo Vasconcelos ainda parou o cronómetro pela última vez, mas o resultado estava feito. Resultado final: Portugal 60-62 IsraelNa outra partida da ronda do Grupo A, a Ucrânia ao vencer na Hungria (73-78), baralhou as contas colocando 3 equipas em igualdade pontual, com duas vitórias e duas derrotas, atrás da Bielorússia que lidera invicta. No final o seleccionador português estava satisfeito pela prestação da sua equipa. «Hoje começámos a sarar a ferida profunda que nos deixou o jogo na Ucrânia. As nossas jogadoras deram uma resposta positiva às adversidades que nos têm sucedido. O grupo jogou de igual para igual com Israel, que tem sido presença constante nos Europeus, tendo falhado um nos últimos 10 anos.».A finalizar Ricardo Vasconcelos referiu que «custa perder um jogo que podíamos ter ganho, mas não consigo deixar de estar orgulhoso pela resposta e pelo trabalho demonstrado ao longo do jogo, no momento em que estamos. Aproveitámos bem a nossa folga, trabalhámos bem e hoje conseguimos dar uma resposta cabal relativamente ao nosso valor.». Destaque nas vencedoras para a actuação de Shay Doron, MVP da partida (31,5 de valorização), ao contabilizar 21 pontos, 6 ressaltos, 8 assistências, 2 roubos e 14 faltas provocadas, com 11/13 da linha de lance livre (excelentes 85%). Foi bem acompanhada por Liron Cohen (12 pontos, 2/5 nos triplos, 3 ressaltos, 3 assistências, 1 roubo e uma falta provocada, com2/2 nos lances livres), Ekaterina Abramzom (7 pontos e 5 ressaltos) e Katia Levitsky (8 pontos, 8 ressaltos defensivos, 1 roubo e 2 desarmes de lançamento).Na selecção portuguesa a mais valiosa (26,5 de valorização) foi Carla Freitas (19 pontos, 6/10 nos lançamentos de campo repartidos por 1/2 nos duplos e 5/8 nos triplos, 7 ressaltos sendo 2 ofensivos, 4 assistências, 4 roubos e duas faltas provocadas, com 2/2 nos lances livres), bem secundada pela capitã Sara Filipe (11 pontos, 1 triplo, 6 ressaltos sendo metade ofensivos, 3 assistências e 1 desarme de lançamento) e pela poste Sofia Carolina que se bateu bravamente nas tabelas (8 pontos, 10 ressaltos e 5 faltas provocadas, com 2/2 nos lances livres).Em termos globais o triunfo israelita assentou fundamentalmente na maior eficácia dos lançamentos de campo (36%-38%), com realce para os duplos (35%-40%), na ligeira superioridade nas tabelas (37-39 ressaltos) e no maior número de faltas provocadas (12-23), com reflexos no número de vezes que foram à linha de lance livre (15 convertidos em 21 tentativas), enquanto Portugal apenas usufruiu de 4 conversões em 6 tentados. Portugal esteve mais certeiro nos tiros do perímetro (38%-33%), com 8 triplos em 21 tentativas contra 5 em 15 tentados, foi mais colectivo (21-16 assistências), cometeu menos erros (15-19 turnovers), roubou mais bolas (13-8) e fez mais desarmes de lançamento (5-2). Ficha do jogoPortugal (60) – Carla Nascimento, Carla Freitas (19), Ana Oliveira, Sara Filipe (11) e Sofia Carolina (8); Joana Lopes (5), Tamara Milovac (6), Débora Escórcio (4), Michelle Brandão e Mª João Correia (7)Israel (62) – Shiran Zairy (3), Liron Cohen (12), Shay Doron (21), Katia Levitsky (8) e Ekaterina Abramzom (7); Jennifer Fleischer (3), Noa Ganor, Nomi Kolodny, Brahsheedah Elohim (2) e Ortal Oren (6)Por períodos: 14-19, 13-11, 14-20, 19-12Árbitros: Paolo Taurino (Itália), Carlos Cortes (Espanha) e Bernard Vassallo (Malta)

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28 JUN 2012

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