Há que melhorar nas transições defensivas e fazer menos turnovers
A primeira volta do EuroBasket Feminino 2013 conclui-se amanhã, com a recepção à aguerrida selecção de Israel, que no Grupo A contabiliza uma vitória em casa (73-58, ante a Ucrânia) e duas derrotas (69-61 com a Bielorússia, fora e 46-64 com a Hungria, em casa).
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26 JUN 2012
A partida agendada para as 20H30 no Pavilhão Municipal de Casal de Cambra, equipamento cedido pela autarquia de Sintra, com apoio da Junta de Freguesia local, está a ser preparada ao mínimo detalhe pela equipa técnica portuguesa, através do visionamento dos vídeos respeitantes a dois dos jogos disputados pelas israelitas.
Portugal ocupa a cauda da tabela classificativa, sem qualquer triunfo nos 3 jogos realizados: dois fora (com a Ucrânia, por 92-38 e com a Hungria, por 80-45) e um como anfitrião (ante a Bielorússia, por 53-82).Numa rápida análise às estatísticas disponíveis no site da FIBA Europe, constata-se que Israel marca em média 60,0 pontos por jogo (17ª entre as 25 selecções) e sofre 63,7/jogo (15ª no ranking), ao passo que Portugal detém o pior ataque (45,3 pontos/jogo) e em termos defensivos (média de 84,7 pontos sofridos) só é ultrapassado pelo Luxemburgo (98,3). Naturalmente os números valem o que valem, pelo que também não podemos nem devemos estar condicionados pelo pragmatismo que encerram. Concentradas desde sábado à tarde numa unidade hoteleira de Sintra, «as nossas jogadoras têm trabalhado bem, tendo aproveitado a folga do passado fim-de-semana, em que não competimos, para fazermos mais treinos e com melhor qualidade. Temos crescido enquanto colectivo e estamos convencidos de que neste jogo vamos dar uma melhor resposta.», principiou por nos dizer o seleccionador nacional na sua antevisão ao encontro. A selecção de Israel conta com 3 ou 4 jogadoras muito influentes, nomeadamente Shay Doron, Liron Cohen , Jennifer Fleisher (norte-americana naturalizada) e ainda Katia Levitsky. Se as duas primeiras se destacam como marcadoras e na organização de jogo (Doron com 17,0 pontos e 3,0 assistências por jogo, a experiente Cohen secunda-a muito bem com uma média de 12,0 pontos e 2,7 assistências), as outras duas são fortes no capítulo dos ressaltos (Fleisher, com 1,91m, apresenta médias de 6,7 pontos e 8,3 ressaltos, enquanto Levitsky, com 1,90m, é a 3ª marcadora da equipa, com 11,0 pts/jogo e a 2ª ressaltadora , com 6,3 ress/jogo). Todas elas têm feito a sua carreira nas principais Ligas europeias (Espanha, Itália, Turquia, Grécia, Rússia, França, Eslováquia e Polónia), a par de actuarem na Liga do seu país. Shay Doron que estudou e jogou na Universidade de Maryland, foi a primeira israelita a jogar na WNBA, em 2007 (New York Liberty), enquanto Jennifer Fleisher (Pennsylvania) e Katia Levitsky (Vilanova) também fizeram estudos universitários nos EUA, jogando na NCAA, Div 1.Feita a apresentação das estrelas israelitas, quisemos saber a opinião de Ricardo Vasconcelos sobre as perspectivas para o embate que se antevê difícil: «Se analisarmos os resultados até agora feitos por Israel, deparamos logo com uma dúvida. A derrota caseira com a Hungria (Israel é do pote 2, tendo jogado o EuroBasket 2011 e está posicionado no ranking acima das húngaras) revela-nos que foi um jogo estranho, com muito poucos pontos. Israel marcou apenas 46, claramente abaixo da média conseguida nos dois primeiros jogos (67), mas não podemos dizer muito mais do que isto, porque o vídeo do jogo ainda não está no site da FIBA, como estipula o regulamento. As israelitas têm duas jogadoras (Cohen e Doron) com muita capacidade para criar desequilíbrios muito fortes no 1×1 e 2×2, no bloqueio directo, constituindo uma equipa com muito carácter na maneira como defende. Muito guerreiras não se entregam com facilidade. Iremos tentar anular o seu potencial ofensivo. Shay Doron é muito forte nas penetrações, provocando muitas faltas, mas pouco eficaz no lançamento longo. Vamos tentar que ela não tenha tanto tempo a bola na mão para não ensaiar o tipo de lançamento que ela gosta. Por outro lado a poste Fleisher é a jogadora mais possante e por isso vamos tentar condicionar a sua presença tão influente na área pintada.». A concluir, o nosso interlocutor foi peremptório quanto às possibilidades de êxito. «A nossa preocupação continua ao nível dos turnovers (20,7 por jogo, um número elevado) e das transições defensivas, para que possamos ter uma palavra a dizer no controlo do ritmo do jogo, o que não tem acontecido até aqui. Se controlarmos o ritmo do jogo é possível fazer-se uma boa selecção de lançamentos, contribuindo para a melhoria na eficácia dos tiros de 2 pontos, uma das nossas principais pechas.».