Actuação memorável do colectivo de Kostourkova

A Seleção Nacional Sub-18 feminina voltou a triunfar no Campeonato da Europa (Divisão B), na Macedónia.

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28 JUL 2012

Desta feita derrotou a Hungria, por apenas um ponto (55-54), na segunda jornada do Grupo A. Joana Soeiro foi a melhor marcadora da equipa, com 15 pontos.

Foi uma actuação memorável. Depois de estarmos no comando no arranque da partida (2-4 no minuto 5), algumas perdas de bola (6 turnovers) e falta de eficácia no ataque das nossas representantes (1-11 em lançamentos de campo) permitiram que a Hungria fizesse um parcial de 12-2 e terminasse o 1º período já na frente (14-6).Entrando em campo já conhecedor da derrota de Israel ante a selecção austríaca, Portugal jogou de início debaixo de alguma pressão, sem que houvesse motivo para isso, na nossa opinião. O seleccionador húngaro fez entrar no cinco inicial uma equipa de elevada estatura (a poste Határ, com 2,08m, além da extremo/poste Szamosi, com 1,90m), que não conseguiu nos primeiros 5 minutos fazer a diferença na área pintada, graças a uma defesa de muita entreajuda e sacrifício por parte das comandadas de Kostourkova.Lideradas por Joana Soeiro que entrara para o lugar de Inês Viana (lesão muscular) no minuto 5, ainda com o magro resultado de 2-2, as portuguesas reagiram bem no início do 2º quarto (15-13), impondo um parcial de 0-6 a reduzir o prejuízo para 14-12 (minuto 13) e ao mesmo tempo Joana Soeiro sacava a 3ª falta à base adversária (Miháczi), obrigando o treinador da Hungria a resguardá-la no banco, a partir do minuto 12. As húngaras todavia conseguiam ultrapassar a saída momentânea da sua organizadora e era a vez de a sua substituta (Dóra Nagy) tomar as rédeas do jogo e devolver alguma tranquilidade à sua equipa com 2 duplos consecutivos (16-12 e 18-13), com Mariyana Kostourkova a parar o cronómetro no minuto 15. Portugal não acertava os lançamentos e fazia das tripas coração para tentar parar as jogadoras adversárias, mais altas e mais pesadas. O 1º triplo de Joana Soeiro (2 em 5 tentativas) baixava a fasquia para 6 pontos (22-16), no minuto 17. A possante Regina Pap (1,87m) fazia a diferença na área restritiva (7 pontos em 3 minutos), carregando no ressalto ofensivo e provocando faltas, enquanto Amadea Szamosi não conseguia desequilibrar como era expectável, devido ao acerto e à entreajuda da defensiva lusa. O intervalo chegava com a Hungria no comando por 29-19.A palavra de ordem era defender a todo o custo e não era por acaso que ao cabo da 1ª metade as nossas representantes equilibravam a luta das tabelas (21-21). Curiosamente equilibravam o indicador das faltas provocadas (12-11), favorável à Hungria, mas tinham maior eficácia da linha de lance livre (4/9 contra 8/10). Em termos de lançamentos de campo é que residia o busílis, pois a eficácia húngara era bem mais elevada (46%-19%).Portugal regressou do balneário decidido a mudar o rumo dos acontecimentos, mas no início do 3º período (12-15), ganho pela nossa equipa, as coisas demoraram alguns minutos a engrenar, com Szamosi a ampliar a diferença para 14 pontos (35-21) no minuto 24. Mas num ápice dois lances de contra-ataque consecutivos, concluídos por Inês Viana e Laura Ferreira, reduziam para 10 (35-25), pondo a Hungria em sentido.~Acto contínuo o seleccionador magiar (Zeljko Djokic) pediu novo desconto de tempo (á entrada do minuto 25), mas a alma lusa estava imparável e no minuto seguinte Joana Soeiro convertia mais um contra-ataque, assistida por Inês Viana e provoca falta em acto de lançamento (jogada de 2+1), baixando a fasquia para 7 pontos (35-28), quando já tinha estado no dobro (14), a maior vantagem para a Hungria. A raça das nossas representantes vinha ao de cima depois de terem permitido que as adversárias ampliassem de novo para 13 (41-28). O 2º triplo de Joana Soeiro (41-31), `aentarda do minuto 30 e uma entrada decidida da jovem Simone Costa em jogada de 2+1, a fazer 41-34, a 19,7 segundos da buzina, deram novo alento às comandadas de Kostourkova para a abordagem aos últimos 10 minutos. As percentagens de lançamentos de campo tinham subido de 19% para 28%, enquanto por seu turno baixavam as da equipa adversária (de 46% para 38%).Sentia-se na atitude das nossas jogadoras um acreditar que seria possível dar a volta. No 4º período (13-21), de novo ganho pela nossa equipa, a despeito de as húngaras terem de novo fugido no marcador, depois de Inês Veiga ter colocado a desvantagem em 5 pontos (41-36), logo no minuto 31, com Regina Pap, da linha de lance livre e Szamosi com um duplo a recolocarem a diferença de novo na dezena (46-36), um minuto volvido, foi a vez de a jovem poste Maria Kostourkova assumir as despesas no ataque, reduzindo o prejuízo primeiro para 46-38 (ainda no minuto 32), ao corresponder da melhor maneira a uma assistência subtil de Inês Veiga e no minuto seguinte a concluir um lance de contra-ataque (46-40), na sequência de um passe decisivo de Inês Viana. Era esta que à entrada do minuto 35 na conclusão de mais um contra-ataque, seguido de falta e lance livre convertido, encurtava a diferença para 3 pontos (46-43) e logo a seguir Inês Veiga colocava o marcador a 1 ponto (46-45). A 5ª falta da base magiar (Diana Miháczi), provocada por Joana Soeiro, levou a base lusa para a linha de lance livre, empatando a partida (46-46), já no minuto 36. O seleccionador húngaro sentia o crescendo da equipa portuguesa e parava o cronómetro, com 4,03 minutos para jogar. Os derradeiros 4 minutos foram de autêntica loucura. Maria Kostourkova voltava a igualar (48-48) após passe decisivo de Joana Soeiro, mas um triplo de Dora Szabó (51-48) no minuto 38 obrigou a seleccionadora lusa a parar de novo o cronómetro, Restavam 2 minutos certos para jogar e a hora era de arriscar. O melhor estava ainda para vir. Duas bombas consecutivas do motor da equipa (Inês Viana), respectivamente a 1,14 minutos e a 31,2 segundos da buzina igualavam primeiro o marcador (51-51) e colocavam Portugal na frente (51-54). Depois foi a serenidade e segurança das pupilas de Kostourkova que garantiram o precioso êxito com Joana Soeiro a provocar mais uma falta (terminou com 7 faltas provocadas) a 8,8 segundos do termo e a aumentar para 51-55 (falhou o 2º lance livre). Uma desatenção defensiva das nossas jogadoras ainda provocou calafrios com um triplo da autoria de Dorottya Balla, a escassos 2,3 segundos do sinal sonoro. A vitória lusa consumava-se num final de muitos nervos, impróprio para cardíacos. Resultado final: Hungria 54-55 PortugalDestaque na selecção portuguesa para o trabalho do colectivo, em termos defensivos. Todavia merecem referência as prestações das bases Joana Soeiro (17,0 de valorização), ao anotar 15 pontos, 2/5 nos triplos, 4 ressaltos sendo 1 ofensivo, duas assistências e 7 faltas provocadas, com 7/9 nos lances livres e Inês Soeiro, com 14,5 de valorização (13 pontos, 2/5 nos triplos, 6 ressaltos sendo metade ofensivos, 3 assistências, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e 6 faltas provocadas), tendo feito um trabalho defensivo notável ao pressionar a base adversária (Miháczi).Foram bem acompanhadas pela jovem (15 anos apenas) Maria Kostourkova (8 pontos, 4/5 nos duplos, 4 ressaltos sendo 1 ofensivo e 2 desarmes de lançamento) e ainda pelo trio formado por Inês Veiga (6 pontos, 3/5 nos duplos, 2 ressaltos defensivos e uma falta provocada), Laura Ferreira (4 pontos, 6 ressaltos sendo metade ofensivos, 3 assistências, 1 roubo e 2 desarmes de lançamento) e Josephine Filipe (3 pontos, 6 ressaltos sendo 4 ofensivos, duas assistências, 1 roubo e uma falta provocada), que contribuiu para se ter ganho a luta das tabelas, além de defensivamente ter dificultado ao máximo a estratégia atacante da selecção húngara, de maior estatura e peso.Na Hungria a melhor exibição foi de Amadea Szamosi, MVP do encontro (21,0 de valorização), ao contabilizar 12 pontos, 15 ressaltos sendo 4 ofensivos, uma assistência, 1 roub e 4 faltas provocadas, com 2/4 nos lances livres. Mérito para a estratégia defensiva montada por Kostourkova que conseguiu condicionar a eficácia ofensiva da extremo/poste magiar (habituada a marcar quase sempre mais de 20 pontos por jogo). Foi bem secundada por Regina Pap (16,0 de valorização) com 10 pontos, 6 ressaltos sendo 4 ofensivos, uma assistência, 1 desarme de lançamento e 5 faltas provocadas, com 4/5 nos lances livres. Em termos globais a chave da vitória lusa assentou no ganho das tabelas (39-42 ressaltos), com realce para a tabela ofensiva (11-14) e na melhoria significativa verificada na eficácia dos lançamentos de campo, que subiu de 19% ao intervalo para 33% no final, o que corresponde a termos feito 14/30 (47% na etapa complementar). Fomos mais certeiros nos tiros do perímetro (23%-27%), com 4 triplos convertidos em 15 tentados, contra menos um (3) em 13 tentativas e fomos também mais colectivos (7-10 assistências). Equilibrámos as faltas provocadas (20-21) e conseguimos mais desarmes de lançamento (3-5). A Hungria foi mais eficaz nos lançamentos de campo (35%-33%), graças à percentagem nos duplos (38%-36%), conseguiu roubar mais bolas (6-4) e cometeu menos erros (14-18 turnovers). Curiosamente da linha de lance livre registou-se um empate (13/19), para cada lado, o que corresponde a uma eficácia de 68%. Ficha de jogoGym Nikola KarevHungria (54) – Diána Miháczi (6), Fanni Csutorás (6), Dorottya Balla (4), Amadea Szamosi (12) e Bernardett Határ; Dóra Nagy (10), Janka Hegedüs, Regina Pap (10), Dóra Szabó (3) e Agnes Gorjanáaz (3) Portugal (55) – Inês Viana (13), Laura Ferreira (4), Nádia Fernandes (2), Josephine Filipe (3) e Inês Veiga (6); Joana Canastra, Joana Soeiro (15), Maria Kostourkova (8), Jessica Costa e Simone Costa (4)Por períodos: 14-6, 15-13, 12-15, 13-21 Árbitros: Aytug Ekti (Turquia), Laszlo Bucuresti (Roménia) e Sebastien Clivaz (Suiça) No outro jogo do Grupo A, a Áustria surpreendeu tudo e todos ao bater Israel por 75-57. Hoje o Grupo A não tem jogos, sendo o nosso próximo, referente à 3ª jornada, frente a Israel, amanhã (2ª feira), a partir das 13H45. Portugal é virtual vencedor do Grupo A, estando já apurado para os 8 primeiros.A uma jornada do termo da fase preliminar, Portugal comanda o Grupo A, com duas vitórias em outros tantos jogos. Seguem-se-lhe a Hungria e a Áustria, ambas com uma vitória e uma derrota. Israel, que ainda não ganhou, ocupa a última posição, com duas derrotas.

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28 JUL 2012

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