Objectivo é lutar para garantimos a manutenção

A selecção nacional de Sub-20 Femininos já está em Debrecen (Hungria) onde na próxima 5ª feira faz a sua estreia no Campeonato da Europa, Divisão A, frente à França (jogo agendado para as16H00 locais, mais uma hora que em Portugal), equipa que nos últimos anos tem andado sempre na luta pelas medalhas.

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14 AGO 2012

Impunha-se pois saber como o seleccionador nacional Eugénio Rodrigues antevê a participação das suas jogadoras, ciente de que as dificuldades serão enormes, mas ao mesmo tempo sabedor das suas características de lutador, que procura incutir nas suas jogadoras. P (JT) – Jogar na Divisão A, na elite europeia, não é necessariamente a mesma coisa a que estávamos habituados (Divisão B). Achas que a estreia irá afectar o rendimento das nossas jogadoras e que isso possa condicionar o comportamento da equipa, nomeadamente na 1ª fase? R (ER) – É muito difícil dar uma resposta a esta questão pois só perante o momento poderemos saber se estamos verdadeiramente preparados ou não. Eu creio que sim, que estamos preparados e que não será esse factor a afectar a nossa estreia. É algo que temos vindo a trabalhar individual e colectivamente. Neste capítulo, temos de ser ambiciosos mas realistas. Estará algures no meio destes dois vectores, o segredo para mantermos as atletas focadas no objectivo principal, independentemente do que nos aconteça pelo caminho e desta nova realidade que é a Divisão A.P (JT) – O Grupo C onde por capricho do sorteio estamos integrados é fortíssimo: França, Turquia e Ucrânia, são os adversários que iremos defrontar, por esta ordem. Será utópico pensar que podemos discutir com algum deles e causar uma surpresa?R (ER) – Os objectivos são claros e todos passam pela manutenção nesta Divisão A europeia. É ambicioso tendo em conta sobretudo as limitações biométricas da nossa geração de 1992-93, no entanto, julgamos ser possível e é para isso que nos preparamos todos os dias desde o inicio dos estágios.A França tem no ano transacto um 5º lugar em Sub-20 e uma medalha de prata em Sub-18 (ambas na Divisão A) pelo que só podemos esperar uma tarefa muito difícil pela frente. Vamos preparar o jogo mediante alguns vídeos que já obtivemos para tentar condicionar o adversário na certeza porém de que o adversário não dorme e não deixará de fazer o mesmo. A este nível, não existem facilidades.Já a equipa turca competiu tal como nós na preparação do Europeu e teve jogos com resultados muito dispares. Sabemos que tem nas suas fileiras parte de uma geração que fez o 9º lugar nas Sub-20 do ano transacto e um 7º lugar nas Sub-18 (ambas na Divisão A). É portanto, tal como a França, um adversário que está invariavelmente nos quartos de final da Divisão A europeia ou pelo menos nos 10 primeiros.Por último, a Ucrânia e sem adivinharmos sobre se esta selecção é ou não a mais forte opositora do nosso grupo, sabemos porém que é também uma equipa com muitos centímetros e com algumas jogadoras que são desequilibradoras, pela sua força e eficácia. Fizeram no ano transacto um 6º lugar nas Sub-20 e um 15º nas Sub-18 (também ambas na Divisão A). Em teoria, repito, em teoria poderá ser um adversário que apresente algumas debilidades acrescidas a serem bem exploradas pela nossa selecção.P (JT) – Possuímos algum conhecimento concreto sobre os nossos adversários? Sobre a sua forma de jogar, quais os seus pontos fortes, como é que os podemos eventualmente surpreender?R (ER) – Sim, para além de termos já na nossa posse elementos vídeo que nos permite antecipar as questões técnico-tácticas, sabemos que a França é uma selecção que não sendo das mais altas que iremos defrontar é no entanto fortíssima fisicamente. Têm uma intensidade de jogo altíssima, uma agressividade defensiva ímpar e uma experiência competitiva a este nível verdadeiramente invejável. Segue-se-lhe a Turquia, uma das equipas mais altas da competição, que combina centímetros com talento, velocidade e eficácia, pelo que antevemos que sejam uma das candidatas às medalhas.Por último, a Ucrânia, uma selecção onde pontua uma das melhores atletas da Europa desta geração, Alina Iagupova, que será sem sombra de dúvida um enorme desafio para a nossa capacidade defensiva, não esquecendo o facto de que esta é uma nação onde se cultiva a modalidade e onde se compete invariavelmente na Divisão A europeia.P (JT) – Da equipa que o ano passado em Ohrid foi vice-campeã europeia, conquistando a medalha de prata e garantindo a subida automática à Divisão A, restam 4 jogadoras: Daniela Domingues (extremo), Inês Faustino e Filipa Bernardeco (bases) e Maria João Andrade (extremo/poste). Esta equipa tem menos experiência que a de 2011 e penso ter menos soluções no jogo interior. Será assim? Por outro lado e isto é uma novidade em relação à prática nos últimos anos, a equipa foi reforçada com duas jogadoras que recentemente participaram no Europeu de Sub-18 (a extremo Laura Ferreira e a base Joana Soeiro), duas atiradoras. Poderão elas acrescentar valor ao grupo?R (ER) – Sim, tem efectivamente menos experiência do que a anterior e as soluções para o jogo interior são bem diferentes do que tínhamos. Essa diferença obrigou-nos a procurar outras respostas para o nosso jogo, quer no plano ofensivo, quer no defensivo. Já as duas Sub-18 que vêm reforçar a nossa selecção foram previamente escolhidas (ainda antes do Europeu de Sub-18) mediante aspectos e características que já sabíamos necessitar pois o conhecimento do grupo de Sub- 20 começou a ser alicerçado em Dezembro de 2011. São uma mais valia e esperamos muito delas, a exemplo do que também esperamos das restantes 10 atletas.P (JT) – A preparação decorreu ao longo de 4 semanas praticamente, mas conseguiu-se fazer um bom número de jogos internacionais (9), pelo menos em relação ao que é habitual, naturalmente por questões económicas: Suécia (3), Itália (2), Grã-Bretanha (2) e Suiça (2). Na tua opinião foi o suficiente ou para a selecção estar no apuro de forma desejado, esse número foi curto? A equipa correspondeu nesses jogos, nomeadamente nos últimos, ao nível que pretendes para competir no Europeu?R (ER) – Fizemos uma vez mais, a preparação possível. Tivemos nove jogos de preparação, o que é algo de extraordinário para o que é habitual, tendo como contrapartida um numero de treinos inferior ao que também é normal. Tivemos o factor tempo a condicionar-nos, mas reputo a preparação realizada como francamente positiva e dentro do esperado. As respostas dadas nos jogos foram assaz interessantes e refiro-me a conclusões negativas e positivas. Os testes individuais e colectivos que realizámos, com maior ou menor sucesso, foram muito importantes para que no dia seguinte o trabalho já fosse diferente. Veremos no final, se o caminho traçado foi o melhor. Pela nossa parte, e como dizia numa outra entrevista, “cada um de nós leva na bagagem uma camisola de Portugal que há-de regressar bem diferente do que foi.Sangue, suor e lágrimas é o que daremos sempre.”

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14 AGO 2012

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