«Época passada não foi acaso»
Numa entrevista ao Diário Insular, em que o base recorda alguns dos mais importantes marcos da sua carreira, Augusto Sobrinho lembra a capacidade de superação do conjunto açoriano, que veio da Proliga numa época extremamente difícil, acabando, apenas dois anos depois, por assumir uma posição de destaque no playoff da Liga.
Atletas | Competições
19 SET 2012
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Decidiu-se por apostar na mudança para o Lusitânia, já que depois de vários anos ao serviço do FC Porto sentiu que tinha de ganhar o seu espaço no basquetebol nacional. Uma mudança que para além do êxito desportivo proporcionou-lhe mais coisas positivas. “Sou uma pessoa que se identifica muito com a ilha, pois adoro mar, natureza, tranquilidade, boa comida e locais paradisíacos. Estou numa equipa que já mostrou ter muito potencial e êxito coletivo, onde tenho o meu espaço e consigo sucesso individual. É um clube que me permite e incentiva a conseguir conciliar o meu ramo desportivo/profissional com o académico. Isto é extremamente importante”, frisa o atleta lusitanista. Foi no Futebol Clube do Porto que fez a sua formação, mesmo tendo iniciado o seu percurso no Desportivo de Leça com apenas 10 anos e por influência do pai. Rapidamente deu nas vistas e seguiram-se diversos títulos distritais e nacionais com as cores do dragão. Foi considerado o “Atleta do Ano” aos 18 anos, tendo feito parte da Seleção Nacional nos escalões de Sub-18 e Sub-20. A partir de 2003/2004 foi ganhando maturidade nos seniores pela mão de Luís Magalhães, assinando posteriormente o seu primeiro contrato profissional, com a duração de seis anos. “Cumpri esse contrato, mas, aos 24 anos, decidi não renovar, pois procurava um desafio onde a minha utilização e valorização fosse mais consistente”, recorda Augusto Sobrinho. Assina pelo Sport Clube Lusitânia na temporada de 2009/10, uma época de sofrimento para Augusto Sobrinho, perseguido pelas lesões, mas também para o clube. Com um plantel extremamente curto, o sucesso desportivo foi total, uma vez que os insulares conquistaram o título da Proliga no reduto do Penafiel, numa finalíssima em que Sobrinho brilhou a grande altura (MVP com 41 pontos de valorização; 32 pontos, seis ressaltos, seis assistências, três roubos e nove faltas sofridas). “Foi um ano espetacular… Apenas com sete jogadores e com uma época onde aconteceram alguns imprevistos menos felizes, como as lesões e incertezas da direção relativamente à continuidade do clube. Foi um ano em que conseguimos supe- rar tudo e todos e acabar o campeonato em pleno e com o título de campeões nacionais. Foi um momento de superação e valorização pessoal de todos aqueles que pertenciam à equipa”, relembra Augusto Sobrinho. Seguiu-se uma experiência no Guimarães, onde retirou “o melhor dessa experiência”, mas Sobrinho regressa à Terceira para nova temporada altamente positiva, com um terceiro lugar na Liga de Basquetebol. Mesmo considerando que o “comportamento do Lusitânia foi um pouco inconsistente e fei- to de altos e baixos”, o atleta destaca o “coletivismo e a química” da equipa na fase final da época regular e no playoff. “Nesse momento vimos um Lusitânia muito mais consistente e de nível bastante superior, ao ponto de ganhar 3-0 a uma Ovarense e vencer um jogo a uma superequipa como o Benfica”, frisa, acrescentando que, no campo individual, atingiu os objetivos propostos pelo treinador Nuno Barroso.Confessa-se como um apaixonado pelo modalidade, mas também extremamente ambicioso e perfecionista. “Tenho muita força de vontade e capacidade de sacrifício no que toca a imprevistos, como as lesões. Não consigo estar muito tempo sem tocar numa bola de basket”, afirma Sobrinho. É com este estado de espírito que arranca para a nova época, uma mais-valia para um clube que começa a conquistar uma posição de destaque no campeonato nacional. A manutenção deixou de ser o objetivo pretendido, passou a ser igualmente importante, demonstrar “que o que aconteceu na época passada não foi por acaso”. É com o mesmo sentido de ambição que Augusto Sobrinho olha o futuro. Porque ambição é isso mesmo: o querer melhorar a cada dia que passa. À capacidade de trabalho junta convicção e enorme crença nas suas capacidades. “Quero afirmar-me como o melhor jogador português na minha posição (2º base), pois sei que tenho condições para o conseguir”, confessa. Vencer um título nacional pelo Lusitânia é desejo forte, como o é a vontade de representar um clube de topo. Para já, terminar a licenciatura em Energias Renováveis é uma prioridade. Depois… “Logo se verá. Um dia de cada vez. A nível pessoal só tenho um objetivo: ser feliz!”.