Sergi Coll: «Dar o máximo todos os dias»

Há dois anos a jogar em Portugal, o atleta espanhol é o único estrangeiro no plantel da formação de Ovar.

Atletas | Competições
18 OUT 2012

Oriundo de um país onde o basquetebol tem grandes tradições, Coll explica-nos nesta entrevista quais são as suas motivações, os objetivos que delineou e as impressões que tem sobre a modalidade em Portugal.

Sergi Coll é o único estrangeiro a fazer parte do plantel da Ovarense, algo revelador da sua qualidade, mas são precisos sacrifícios, principalmente quando se é jovem, para ter sucesso fora do país. “Antes de mais deve ter vontade de trabalhar e aprender, não ter limites e predispor-se para se adaptar a novas culturas”, refere o jogador.Pelo segundo ano a jogar em Portugal, o atleta espanhol já consegue ter uma opinião sobre o que há a mudar no basquetebol português. “Trabalhar muito ao nível da formação e potenciar a exportação de jogadores portugueses para ligas estrangeiras, para que quando regressem possam contribuir para melhorar o nível da liga portuguesa. Mas, sobretudo, apostar no basket, que o futebol não é tudo nesta vida, e promovê-lo, principalmente nos canais de televisão públicos.”A mudança para Ovar não alterou a sua forma de estar na modalidade, nem os objetivos a curto prazo. “Dar o meu máximo todos os dias para ser cada vez melhor jogador e fazer tudo o que esteja ao meu alcance para ajudar a minha equipa a atingir os seus objetivos.”Quanto ao número de estrangeiros que cada clube deveria ter, Coll tem igualmente a sua própria opinião. “Não creio que o problema seja o número de estrangeiros. O problema é a falsa crença que só por um jogador vir de fora é melhor do que aquele que se tem em casa. Num plantel de 12 jogadores, 4 estrangeiros não é assim tanto. Dá para incorporar 8 jogadores portugueses, mas falta valorizá-los e confiar mais no produto nacional, porque afinal aquele que tiver capacidade para jogar irá fazê-lo com 1, 2, …, 6 estrangeiros.”Não considera ser desmotivante competir atualmente no campeonato português, já que o mais importante é ser capaz de fazer aquilo que mais gosta. “Ser jogador de basket é motivador em qualquer parte do mundo. Cada país tem as suas coisas boas e más, tudo depende da mentalidade com que se enfrentam os desafios.”Já quanto ao futuro da modalidade mostra-se bastante mais preocupado e realista. “Atualmente, com a crise, tudo está mais difícil e se não trabalharmos todos na mesma direção para conseguirmos transformar o basket num desporto atrativo para o público e, sobretudo, para os patrocinadores, este corre o risco de desaparecer.”Um panorama bastante negro que em nada saiu beneficiado com a desistência do FC Porto. “É algo triste, primeiro porque era um clube que dava prestígio à competição, depois porque veio reduzir ainda mais o número de equipas na LPB e também porque levava muitos adeptos aos pavilhões onde ia jogar, o que ajudava à divulgação do nosso desporto”, comentou Sergio Coll.

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18 OUT 2012

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