«Uma corrida de obstáculos»
Após um período de ausência no comando de uma equipa de basquetebol, o treinador António Paulo Ferreira está de regresso ao ativo, e para enfrentar um enorme desafio, treinar o Galitos FC.
Competições | Treinadores
18 OUT 2012
A motivação mantém-se inalterável bem como a ambição de comandar uma equipa competitiva. Para isso suceda António Paulo sabe bem que o conjunto da margem sul terá obrigatoriamente de apresentar qualidade no seu jogo de forma a manter viva a modalidade na cidade do Barreiro. A presença no principal escalão da modalidade obrigou a que fossem revistas algumas questões na preparação do grupo, que teve no Troféu António Pratas um primeiro contacto com o nível de exigência da nova realidade.
Feliz por voltar a treinar?Não coloco a questão numa ideia de felicidade. Mais do que feliz, estou focado numa nova tarefa, com uma ambição e motivação renovadas, e muita vontade de ajudar o Galitos Basket a desenvolver as suas ideias para o basquetebol do clube. Mesmo sem treinar tenho a felicidade de trabalhar diariamente com e no basquetebol, e isso é motivo de prazer quanto baste para quem julga que o jogo tem muito por nos ensinar. Se felicidade é sinónimo de motivação, então digo que sim. Estou muito motivado em ajudar o clube, em formar uma equipa competitiva e sobretudo em valorizar os jogadores que tenho.Neste momento o desafio que tem entre mãos é tentar fazer com que uma equipa que deveria ser competitiva na Proliga consiga disputar aLPB?Essa é uma forte razão para estarmos todos muito motivados e focados no caminho que a equipa e o clube têm de percorrer. Não apenas eu, incluo por um lado os dirigentes do clube, mas também todos os jogadores. É a primeira experiência do Galitos Basket na elite do basquetebol português, queremos obviamente competir, disputar a vitória em cada jogo e mostrar um jogo de qualidade que contribua para manter a chama do basquetebol viva na nossa Cidade. A inesperada subida de divisão alterou de alguma forma aquilo quetinha programado no inicio da temporada? A programação em nada se alterou. Os princípios de que o nosso trabalho deve ter a intensidade, a exigência e a disciplina necessárias para aos poucos nos prepararmos para jogar, não se alteraram em nada. Essa seria sempre a atitude tomada para nos prepararmos para a Proliga. Mas é óbvio que algumas expectativas foram modificadas e essa gestão tem vindo a ser cuidada. Claro que a equipa teve de ser revista em algumas questões para se adaptar a esta nova realidade. Entraram alguns jogadores que julgámos fundamentais para encarar uma competição como esta, e outros vão aos poucos adaptando-se à ideia de que jogar na LPB é algo diferente em termos de ritmo, de eficácia e de competitividade do que noutras divisões. Um arranque de temporada nada fácil com a fase de grupos do António Pratas? Nada fácil, mas espero que seja muito proveitoso para a equipa. Alguns dos meus jogadores nunca haviam jogado a este nível. Isso tem que ser entendido como uma oportunidade de crescer e uma condição para evoluir. Não quero perder o hábito de pensar que são os contextos adversos que melhor criam ambientes de superação. Por isso não tenho dúvidas que os jogos do Troféu António Pratas foram dois ótimos jogos para percebermos a que nível cada um de nós deve exigir de si próprio para que a equipa ganhe com isso no futuro. A que objetivos se propõe para esta temporada a equipa representativa do Barreiro?Os nossos objetivos passam por disputar a vitória em cada jogo. Só nos interessa um jogo de cada vez e fazer o que estiver ao nosso alcance para ganharmos. Se no final da época, as contas permitirem a manutenção na LPB ficaremos satisfeitos. Agora de nada adianta pensarmos nisso. Para nós o campeonato será como uma corrida de obstáculos que vão aparecer em cada semana. Queremos ultrapassar e preocuparmo-nos com um de cada vez. Se conseguirmos juntar a isso a participação num ponto alto, será para nós um feito. Para o Galitos Basket e para a cidade do Barreiro será muito importante ter uma equipa a competir a este nível no basquetebol português. Por isso também temos responsabilidades para com aqueles que nos apoiam. Queremos ser competitivos porque sabemos que com isso dignificamos a Câmara Municipal do Barreiro e a Tley que tanto nos têm apoiado.