Sub-16 fazem história
As seleções jovens femininas de Portugal conseguiram a proeza de colocar em 2015 as três equipas a competir na Divisão A da modalidade.
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10 AGO 2014
A vitória deste domingo frente à Grécia por 53-38, garantiu a permanência da equipa Sub-16 na elite do escalão, à semelhança do que conseguiram as Sub-18, com um magnifico 9º lugar, com as Sub -20 a conquistarem esse direito igualmente para a próxima temporada. Um feito fantástico, que enche de orgulho todos aqueles que acompanham a modalidade e premeia toda a estrutura do basquetebol feminino, que, de uma forma direta ou indireta, contribuiu para estes resultados inacreditáveis.
Como é hábito dizer-se o mais importante é como se acaba e não como se começa. Esta máxima aplica-se a esta equipa portuguesa, já que iniciou a sua participação neste Campeonato da Europa com uma derrota justamente contra esta mesma equipa da Grécia.
E se no primeiro jogo, Portugal comprometeu a vitória no quarto inicial, desta vez verificou-se o oposto. A importância do encontro não fez temer as atletas portuguesas, conscientes que teriam de jogar de uma forma concentrada e dar tudo por tudo para que o sonho se tornasse realidade. A Grécia, uma equipa mais física, muito agressiva na defesa jogava a cartada final, num jogo em que poucos esperariam este desfecho.
Portugal muito sereno, entrou muito bem no jogo, tendo sido importante estar por cima no marcador, e assim inverter a tendência do 1º jogo. No ataque procurava com paciência a sua referencia interior, Beatriz que chamava a si as ajudas defensivas, e uma vez que as rotações defensivas gregas não eram claras, Portugal criava boas situações para lançar ao cesto, acabando por dominar no 1º período (15-8).
Fiel a uma defesa zona, a equipa lusa continuava a baralhar o ataque grego, cuja seleção de lançamentos não dava frutos. No 2º período, as percentagens de lançamento das duas equipas baixam, muito relacionado com a rotação de jogadoras. Ambas as equipas revelam alguma ansiedade, e o intervalo chega com uma vantagem de 10 pontos (23-13) para Portugal, sendo notórios os problemas ofensivos da Grécia para atacar a zona lusa.
Sabia-se que o jogo estava muito longe de estar decidido, e a Grécia iria aumentar a pressão no segundo tempo. Facto que que foi reforçado no balneário, tendo sido pedido para que a equipa continuasse a jogar de forma serena, pois esta era a grande oportunidade de fazer história.
Na entrada para o 3º período Portugal faz o 1º cesto por Beatriz Jordão, e a Grécia com algumas alterações ofensivas, o melhor que consegue é marcar um triplo. Portugal com ataques longos, continuava a mandar no jogo e dominava a marcha do marcador, com a diferença que separava as duas equipas a chegar a ser de 25 pontos, (41-16).
A excelência da defesa portuguesa, 3 pontos sofridos, colocava as comandadas de Ana Catarina Neves cada vez mais próximas da manutenção. As atletas portuguesas confundiam por completo a equipa grega através da sua defesa zona, fazendo com que a Grécia falhasse 12 lançamentos consecutivos, bem como a forçaram a cometer 5 turnovers neste momento decisivo do encontro.
A partir daí os árbitros tiraram folga, a Grécia muito agressiva, a bater em tudo o que mexia, reage e ganha novo folgo, forçando a equipa portuguesa a cometer alguns turnovers. A paragem do jogo serviu para serenar as nossas jogadoras, bem como para retificar os timings certos para furar a zona press da Grécia. Colocar em campo a duas bases, e sobretudo passar a mensagem que não era um drama algum erro cometido, apenas pensar na tarefa seguinte, continuar a ser agressivo com a bola e não jogar para as linhas.
A três minutos do final, a diferença chegou a ser de 11 pontos, mas Portugal, por aquilo que fez nos primeiros 3 períodos (16 pontos sofridos), merecia ser recompensado, até pelo esforço e pela crença demonstrada durante uma competição em que teve de ser mentalmente forte de modo a superar a frustração de não ter começado bem.
No final o prémio para todas, que, numa grande explosão de alegria, invadiram o campo, com aplausos de muita gente da bancada, assim como dos pais de algumas jogadoras que foram incansáveis no apoio à equipa em todo o Europeu.
A melhor jogadora, e o grande destaque, vai para a Equipa, que de uma forma humilde e ambiciosa mostrou que merecia a permanência na Divisão A. Divisão essa de grande qualidade, com todas as seleções envolvidas com condições de trabalho e de preparação a anos de luz da nossa realidade. Por isso estar aqui implica responsabilidade, compromisso e sobretudo trabalho de todos os envolvidos no Basquetebol Nacional.
Mariana Silva (13 pontos e 10 ressaltos) terminou em grande forma a competição, Ana Neves, já Beatriz Jordão voltou a ser decisiva na luta das tabelas, 18 ressaltos conquistados, a que somou 12 pontos. Maria Nunes contribuiu com 4 pontos, 8 ressaltos e 7 assistências, números que demonstram a exibição completa da jovem atleta portuguesa.
Portugal conseguiu quase o dobro dos ressaltos do seu adversário (56-29), bem como privilegiou o jogo interior (34 pontos), contrariamente ao ataque grego em que 33 dos seus 56 lançamentos foram para lá da linha de três pontos.
A equipa portuguesa é a primeira a abandonar o Campus Hotel de Debrecen, partindo às 23h20, para uma viagem de 3 horas de autocarro para Budapeste, onde viajará para Lisboa no voo TAP às 5h05, chegando a Lisboa por volta das 7h20 hora de Portugal.