«Todos os treinos são uma batalha»

A jovem internacional portuguesa recebeu convites de várias universidades norte-americanas mas acabou por escolher Georgia Tech, não só pelo projeto desportivo, mas também pelo que a universidade lhe podia conceder em termos académicos.

Atletas | Competições
17 NOV 2015

Na entrevista que poderá ler nos anexos desta noticia, a jogadora conta como tem sido a sua adaptação, as diferenças que encontrou em termos de treino e de método, bem como as saudades de Portugal…

 

O convite da Georgia Tech foi o único que teve? E se não foi esse o caso, o que a levou a decidir por esta universidade?

 

O convite da Georgia Tech não foi o único que tive, o que tornou a minha escolha muito mais difícil. No entanto, Georgia Tech não só e muito boa a nível de basquetebol como é reconhecida mundialmente a nível académico. Sem dúvida alguma, foi a minha primeira escolha. Quem me conhece sabe que estudar e pensar no meu futuro, para além do basquetebol, sempre foi muito importante para mim, e há-de sempre continuar a ser, e nesse aspeto Georgia Tech vai sem dúvida proporcionar-me um excelente futuro.

 

Como está a ser a sua adaptação? E qual e a tua rotina de um dia normal?

 

No início, vou ser sincera, tive muitas dificuldades em conciliar os treinos com o meu curso. O curso de Arquitetura é considerado o mais difícil da faculdade, por causa das horas de estúdio semanais (lab) e pela quantidade de projetos que temos por semestre e o nível de dificuldade que eles têm, e os nossos treinos são extremamente longos, isto criou um ritmo na minha rotina que posso dizer, é literalmente de loucos, mas é isso que me faz adorar estar aqui. Todos os dias são um desafio, mas tenho tido muito apoio de todos os treinadores e coordenadores académicos para tentar equilibrar as coisas o melhor possível. Num dia normal acordaria por volta das 5h30 para fazer musculação ou treino de lançamento (depende dos dias) depois teria fisioterapia, de seguida teria um estúdio de 4h30, depois iria ao centro de nutrição buscar alguns snacks e seguiria para o treino. Depois do treino iria para o estúdio outra vez ou iria para o study hall se não tivesse nenhum projeto, e por último ia para o quarto por volta das 22h, prepararia o jantar e de seguida iria para o quarto descansar.

 

Quais as primeiras impressões da universidade e da cidade?

 

Atlanta e fantástica! E uma cidade supermoderna mas também tem uma parte mais “vintage”. O que me atrai mais é o facto de o Campus ser no meio de Atlanta, por isso estamos perto de tudo como as Atlanta Dream (já fui ver alguns jogos) e os Atlanta Falcons (NFL), há todo o tipo de restaurantes e sítios giros para estar com a equipa. Também temos muito perto a Atlantic Station que basicamente é uma pequena cidade que tem muitas lojas, cinema, restaurantes, casa de jogos, mais um sítio que passei a frequentar, quando tenho tempo. O Campus é excelente e tem ótimas condições. Temos apartamentos que partilhamos com as nossas colegas de equipa, temos muitos refeitórios e restaurantes. A diversidade de culturas é realmente incrível em Georgia Tech, desde que aqui estou tenho conhecido imensa gente de diferentes cantos do mundo.

 

Principais diferenças já sentidas no treino?

 

O nível e intensidade dos treinos são a grande diferença. Todos os treinos são uma batalha, provavelmente pelo facto de treinarmos com rapazes, o que torna as coisas bem mais difíceis; mais um grande desafio. O tempo de duração, a agressividade e a dureza são 3 caraterísticas que estão constantemente presentes nos nossos treinos.

 

Tem sido sujeita a algum trabalho específico? E se já sentiu a necessidade de trabalhar em particular alguma área do teu jogo?

 

Desde que cheguei aqui, o trabalho específico que tenho feito é muito relacionado com condição física e muito trabalho de pernas e braços, principalmente devido à minha lesão no ombro. Também tenho tido muito trabalho individual com a nossa treinadora específica dos postes, sobre as nossas jogadas e o tipo de jogo para cada jogada.

 

As primeiras impressões da equipa? Qual o estilo de jogo que lhe parece que irá caracterizar a equipa? E está confiante em garantir minutos de competição tendo em conta a concorrência na equipa?

 

Em relação à minha equipa só tenho coisas boas a dizer, temos muita química e carisma, e o facto de quase metade da equipa ser europeia também teve uma grande influência no meu enquadramento. O estilo de jogo que nos carateriza é composto por vários fatores muito importantes: ressalto, agressividade e defesa. Há muita competitividade nos treinos e quem for mais agressivo nas tabelas e na defesa tem tempo de jogo. Não sei quanto tempo de jogo vou ter, mas sei que tenho trabalhado e lutado todos os treinos para merecer tempo de competição. Independentemente do meu papel na equipa, este ano, vou cumpri-lo da melhor maneira possível.

 

Que informações já recolheu da Conferência onde competem? Equipas mais fortes? E quais as expetativas para a época que agora começa?

 

A nossa conferência é a ACC, considerada a mais difícil, dura e agressiva. O nível e qualidade das equipas é muito elevado e algumas constam na lista das melhores 25 ou melhores 16, Louisville, Notre Dame, Duke, etc. Georgia Tech nos últimos dois anos não tem estado nas melhores 16, mas nos 6 anos anteriores esteve sempre nas melhores 16 do país, por isso este ano estamos a trabalhar para voltar ao que já fomos em anos anteriores, temos muitas jogadoras novas, (transferidas e freshmans), bem como seniores e juniores que trazem muita qualidade a equipa. O nosso objetivo é sermos a melhor equipa que conseguirmos com o nosso potencial e todo o trabalho que temos investido nos treinos, esperando que isso nos possa levar de volta onde devemos estar.

 

O que sente mais falta de Portugal?

 

Família, amigos e comida. Estas são as 3 coisas que realmente me fazem falta, mas também tempo. Agora que estou a viver esta experiência dou muito mais valor ao tempo, é muito precioso, e aqui então tem mesmo de ser bem usado.

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17 NOV 2015

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