Sportiva merecia mais

Nada retirará brilhantismo ao desempenho da equipa do União Sportiva na edição deste ano da Eurocup Feminina.

Competições
15 JAN 2016

As campeãs nacionais não mereciam um final tão dramático, mais ainda quando chegaram a conseguir o mais difícil, pois a menos de dois minutos do final tinham anulado a desvantagem e já lideravam por 16 pontos. No tempo regulamentar o marcador registava 62-48, levando o jogo para o prolongamento, sem que primeiro a equipa portuguesa tenha lançado ao cesto nos últimos 18 segundos do jogo por quatro vezes sem sucesso. Os deuses não estiveram com o conjunto de S. Miguel, pois não restam dúvidas de que procuraram e trabalharam para merecer a vitória. No prolongamento, as francesas foram superiores (10-5), um parcial que não faz esquecer o empenhamento, a capacidade de superação, o respeito conquistado, a competitividade demonstrada e o orgulho que todos sentimos na forma como o Sportiva representou o basquetebol feminino português. A vitória por 67-58 foi amarga, mas acabou por ser mais uma prova da fibra e da ambição das açorianas, ainda que tenha ficado certamente o sentimento de que se poderia ter continuado a escrever história.

 

Com um inicio de jogo arrasador, numa demonstração clara de ambição e determinação, as açorianas no final do 1º período, não só tinham eliminado a desvantagem pontual, como já geriam uma curta vantagem de dois pontos (20-49). Um começo de sonho, que naturalmente motivava e fazia acreditar que era possível. O adversário melhorou o seu desempenho ofensivo até ao intervalo, encurtando distâncias (33-24).

 

O descanso fez bem ao Sportiva, até porque estavam reunidas as condições para dar a volta à eliminatória, tendo em conta o que já tinha sido conquistado. No final do 3º período (47-34), as campeãs nacionais estavam a dois pontos de garantir a passagem à ronda seguinte, algo que estava consumado a 1.53 minutos do final altura em que o Sportiva vencia por 60-45. Com 1.15 minutos para jogar a diferença situava-se nos catorze pontos (62-48), pena foi que até final não tivesse caído um dos lançamentos tentados por Bruner (2) e Ivanovic (2) nos segundos finais do encontro. No tempo extra, a 1.23 minutos do final estava tudo em aberto (67-54), mas os momentos finais voltaram a não ser favoráveis ao clube português.

 

Ashley Bruner (22 pontos, 17 ressaltos, 4 roubos de bola e 3 assistências) voltou a ser enorme nos dois lados do campo e importante em todos os momentos e fases do jogo. Merecia o cesto do apuramento. Pena foi que o Sportiva voltasse a não ter estado particularmente inspirado no capítulo do lançamento (30%), caso contrário as campeãs nacionais teriam esmagado o adversário. Shaqwedia Wallace realizou mais um jogo muito completo (17 pontos, 7 ressaltos e 7 assistências), embora o grande destaque tenha que ir para o coletivo, pela forma exemplar como cada uma interpretou e desempenhou o seu papel para o sucesso da equipa. Nenhuma foi menos importante, e se este momento é de tristeza e alguma frustração, não levará muito tempo até que se apercebam da grandiosidade do que conseguiram atingir nesta sua primeira experiência europeia.

 

Ricardo Botelho, Sportiva Azores Airlines Coach

"Foi um grande jogo de basquetebol. O União Sportiva esteve muito bem durante todo o tempo regulamentar. Em termos defensivos, fizemos uma grande exibição. No que diz respeito ao ataque, também estivemos sempre muito bem durante o jogo, com boas seleções de lançamento. A equipa esteve sempre muito motivada e muito unida. Todas as jogadoras estão de parabéns pelo excelente trabalho e dedicação que puseram no jogo, a disputar todas as posses de bola como se fossem a última. Pena foi não termos conseguido o apuramento. Há que dar os parabéns à equipa francesa pelos dois bons jogos que fizeram e felicitá-las para o resto da competição".

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15 JAN 2016

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