“Sermos o grupo mais unido e coeso”

É uma competição que este ano se vai disputar na Grécia, em Chalkida, de 15 a 24 de julho. Nos primeiros dias de trabalho, o selecionador nacional André Martins introduziu os princípios básicos do ataque e da defesa, aquilo que terá de ser a base do sucesso da equipa. Francisco Amiel é um dos bases convocados, de uma equipa nacional que considera já ter alguma experiência internacional, e que pode beneficiar de um trabalho de continuidade e relação próxima. Para Amiel, o trabalho irá potenciar a margem de evolução que o grupo ainda tem, bem como ajudar a resolver o principal problema de Portugal neste tipo de competições, a questão física. Apesar da maior maturidade adquirida por todos os selecionados, não será fácil bater as seleções de Montenegro e da Macedónia, duas gerações muito fortes, sem não esquecer a qualidade da Geórgia, um adversário sempre complicado de ultrapassar. A Arménia continua a ser uma incógnita naquilo que poderá valer no grupo de Portugal.

Um balanço da primeira semana de trabalho. O que foi mais trabalhado e mereceu maior atenção nos primeiros treinos?

Neste momento temo-nos focado mais nos conceitos básicos do nosso jogo ofensivo e começar a criar uma identidade como equipa, apesar do curto tempo que ainda tivemos juntos este ano. Em termos defensivos, perceber as ideias de como defender na bola, fora da bola ou em situações de bloqueios diretos e indiretos.

O facto de o grupo, na grande maioria, se conhecer muito bem e ter já disputado outros europeus, poderá ser uma vantagem? E de que forma descreveria esta seleção? 

Sim, sem dúvida. De ano para ano há sempre mudanças, com entradas e saídas de novos jogadores, mas esta é uma geração em que a maioria dos jogadores teve a oportunidade de, para além de treinar, viver juntos nos Centros de Treinos e isso é obviamente algo que nos permite não começar os trabalhos na estaca zero. Eu acredito que esta seleção tem bastante talento, onde a maioria dos jogadores já teve a oportunidade de disputar Torneios Internacionais e Campeonatos Europeus, o que na minha opinião faz com que quando estamos em situação de treino procuremos sempre fazer mais e melhor, sabendo que esse é o único caminho possível caso queiramos ter sucesso no campeonato que se avizinha.

O Europeu de Sub 20 é já uma competição sénior. Acha que, e tendo em conta os campeonatos em que participaram os jogadores escolhidos, Portugal está mais preparado para a exigência da competição? E quais julga serem os problemas mais difíceis de ultrapassar por Portugal durante a prova?

A maioria dos jogadores, senão todos, teve a oportunidade de participar e ter um papel relevante nas suas equipas nas competições seniores das duas principais ligas do nosso país, o que ajudou a ganhar uma maturidade que noutro caso não seria possível. Tendo isso em mente, acredito que com as dificuldades que nos são sempre inerentes a este nível, nomeadamente a termos físicos, possamos fazer um campeonato bastante positivo.

Montenegro, Macedónia, Geórgia e Arménia são os adversários de Portugal na fase de grupos. Candidatos a vencer o grupo? E porquê? E as possibilidades de Portugal se apurar para a fase das melhores equipas da competição?

Nesta geração, Montenegro e Macedónia têm tido equipas bastante fortes com jogadores muito talentosos, que têm conseguido estar sempre presentes na fase das 8 melhores equipas do Europeu. A Geórgia é por norma uma equipa difícil de enfrentar, com quem os jogos acabam sempre por ser decididos nos últimos minutos, enquanto que a Arménia é uma equipa que nunca defrontámos. Mas mais importante que os outros, é acreditarmos no nosso trabalho e sermos a equipa que dentro de campo mostra ser o grupo mais unido e coeso. Caso o consigamos fazer, acredito na possibilidade de enfrentar qualquer umas destas equipas e equilibrarmos qualquer um dos jogos.