Vitória complicou-se mas assenta muito bem
Não foi nada fácil a Portugal conquistar o Torneio Internacional de Setúbal que terminou este domingo no Pavilhão das Manteigadas.
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22 AGO 2016
O triunfo pela diferença mínima frente à Holanda (71-70) valeu o 1º lugar da competição, mas mais importante do que isso, provou que a equipa está cada vez mais competitiva, numa dinâmica de vitória, condições essenciais para lutar por uma presença no próximo Eurobasket. É verdade que nos instantes finais o jogo caiu para o lado português, mas isso não retira competência e valor a uma equipa que poderia ter resolvido o jogo de uma forma muito mais simples e menos sofrida. Fica a aprendizagem para jogos futuros, e a certeza que independentemente de quaisquer condicionalismos, o grupo tem a ambição de representar o país de uma forma exemplar.
Os primeiros 20 minutos foram de extraordinária qualidade, com a equipa portuguesa a mostrar-se quase irrepreensível nos dois lados do campo. A seleção e a eficácia dos lançamentos era quase perfeita, a somar a um desempenho defensivo que desregulou por completo a fluidez e a qualidade ofensiva do ataque holandês. Ao intervalo Portugal vencia por 41-32, números que mostram bem a qualidade da defesa nacional.
Cláudio Fonseca jogou apenas 7.30 minutos e juntava-se a Betinho nos indisponíveis para este jogo, mas outros deram um passo em frente na sua substituição, e com uma entrega total. A 2ª parte não correu tão bem a Portugal, sobretudo porque a circulação da bola no ataque diminuiu, e na defesa permitiu que a Holanda passasse a jogar mais em campo aberto e contra-ataque. Alguns cestos fáceis resultavam num aproximar no marcador, mas de qualquer forma o conjunto luso entrou no derradeiro quarto a vencer por quatro (51-47).
As faltas foram acrescendo os problemas dos jogadores que poderiam atuar nas áreas próximas do cesto, a luta das tabelas passou a ser favorável aos holandeses, bem como começaram a ser bem mais perigosos nas situações de 1×1. Nada que impedisse Portugal de responder com pontos, mostrando-se capaz de gerir o comando do marcador por vantagens curtas. Nos últimos dois minutos, os comandados de Mário Palma estavam em condições de poder gerir a vitória até final, mas cestos importantes e a conquista de ressaltos ofensivos colocou a Holanda na frente do resultado a 3.1 segundos do final. Uma falta sofrida por Miguel Queiroz acabou por valer o triunfo da linha de lance-livre, de um jogo em que Portugal dominou sempre a marcha do marcador, e em grande parte dele por diferenças próximas ou superiores aos 10 pontos.
Portugal acabou o encontro com uma percentagem muito positiva da linha de 3 pontos (12/27 – 44.4%), cometeu alguns turnovers (15), e perdeu a luta das tabelas (20-26). A Holanda dominou no pintado (36 vs 10), teve enorme eficácia de dois pontos (68.8%), mas o banco português (33 pontos) esteve muito bem e ajudou a garantir o triunfo.
O extremo João Balseiro (15 pontos) foi importante com os seus lançamentos de longa distância, até pela fase do jogo em que foram na sua maioria conseguidos. João Soares (13 pontos e 3 ressaltos) foi incansável na batalha nas áreas próximas do cesto, cumprindo a atuar na posição 4. João Guerreiro (10 pontos e 5 ressaltos) sentiu alguns problemas em condicionar o poste titular holandês, mas a sua exibição, 10 pontos e 5 ressaltos, prova que está a subir de forma e de poder ser cada vez mais útil à equipa.
No final do jogo foi comunicado à equipa o último jogador a ser dispensado, tendo sido Pedro Belo o atleta a deixar os trabalhos da seleção. Perante todo o grupo de trabalho, o selecionador Mário Palma elogiou a evolução do atleta, agradeceu a forma exemplar como trabalhou, bem a como a sua forma de estar em todas as sessões de treino. Na próxima quarta-feira viajarão para a Alemanha, a fim de realizar os últimos dois jogos de controlo, os 12 jogadores que vão lutar pela a qualificação para o próximo Eurobasket.