“Tem sido realmente um ano fantástico para mim”

Esta noite, às 20h30, terá lugar a Supertaça Europeia Feminina, que contará com uma participação muito especial: a de Sónia Teixeira, árbitra portuguesa a atravessar um excecional momento, e que será chefe de equipa numa partida que colocará frente a frente as formações do ESBVA-LM (França) e do UMMC Ekaterinburg.

Atletas | Competições | Juízes
19 OUT 2015

A grande decisão decorerá em Villeneuve D’Ascq, França, sendo que a juiz de Lisboa terá como restantes elementos na equipa de arbitragem Andrada Csender (Roménia), Kate Webb (Inglaterra), além da comissária Chantal Julien (França).

Por isso mesmo, entrevistámos Sónia Teixeira, que nos deu conta do seu estado de espírito e que anteviu esta temporada.

Como reagiu a esta nomeação para chefe da equipa de arbitragem na Supertaça Europeia Feminina, que irá opor o ESBVA-LM (França) ao UMMC Ekaterinburg (Rússia), às 20h30?

Com uma enorme felicidade, não só por ser o jogo que é, mas também por esse fator adicional que representa um voto de confiança, e ao qual pretendo corresponder.

 

É a primeira vez que ajuíza um jogo de decisão desta prova. Tratava-se de um dos seus grandes objetivos?

Todos os jogos de decisão são desejados pelos árbitros e este é um jogo de decisão, um jogo de relevo, e por isso a resposta é afirmativa nesse sentido.

Mas, na verdade, não pensava neste jogo em concreto. Uma nomeação para este jogo, ou para outro qualquer jogo importante, pode chegar hoje, amanhã, para o ano ou até mesmo nunca chegar, o que por si só não significa que não se tenha qualidade. Por isso, não é muito positivo um árbitro estar focado na expectativa de uma determinada nomeação.

 

O facto da partida se realizar em França, país de uma das equipas, poderá colocar alguma pressão?

Quando estão envolvidas decisões, existe sempre uma pressão adicional, que é normal e até desejável, e à qual estamos habituados enquanto árbitros. Para além disso, as fases finais das competições são normalmente organizadas por uma das equipas participantes, pelo que também isto não é novidade.

Mas respondendo diretamente à sua pergunta: se esse fator representasse qualquer influência nas decisões…o melhor seria nem sair de casa…

 

Esta é a sua terceira final europeia do ano. Estaremos perante o melhor ano de uma carreira tão recheada?

Tem sido realmente um ano fantástico para mim e que me tem preenchido e motivado para dar continuidade ao meu trabalho.

Cada um dos anos anteriores teve também momentos altos, os quais, para a fase em que me encontrava, constituíram marcos importantes.

É natural que, com trabalho e com o tempo, vá subindo alguns degraus, em virtude da maior experiência adquirida e da melhoria qualitativa.

Acaba por ser um processo evolutivo, que eu tudo farei para manter até ao final da minha carreira, porque quando paramos de aprender não faz sentido continuar.

 

Quais são os seus principais objetivos para 2016-2017?

Tendo em conta que será a época de um Eurobasket feminino, naturalmente gostaria muito de marcar presença.

Mas, na mesma linha do que referi anteriormente, este desejo tem que funcionar como um fator motivacional e não como um objetivo em si mesmo. Isto é, os objetivos de um árbitro têm que estar associados a cada jogo, na procura do melhor desempenho em cada um deles, melhorando pouco a pouco todos os aspetos que precisam de ser melhorados. Se estes objetivos forem alcançados, então sim, com grande probabilidade somos premiados com boas nomeações. Não é positivo estabelecer como objetivo ser-se nomeado para um determinado jogo ou para uma determinada competição, porque se trata de algo que não está nas nossas mãos. Claro que é humano desejá-lo…mas definitivamente não pode ser esse o foco!

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19 OUT 2015

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