Histórico da seleção nacional de basquetebol em cadeira de rodas
A primeira participação oficial remonta aos Jogos de Stoke Mandeville, em 1971
Competições | Seleções
14 SET 2022
Corria o ano de 1972, quando, em Heidelberg, Alemanha, um grupo de 11 atletas nacionais colocaram Portugal no mapa do Paralimpismo. A participação da seleção portuguesa de Basquetebol em cadeira de rodas, nos Jogos Paralímpicos, deu-se por convite – os tempos eram embrionários, nesta que foi a segunda edição disputada em pavilhão, não ao ar livre -, ao lado de Suíça, Bélgica, Canadá e Espanha, no grupo A, da II divisão Paralímpica, que não concedia acesso a medalhas. Portugal saldou a sua estreia (e única aparição em Jogos) com 3 derrotas e 1 vitória: Bélgica 71 Portugal 18; Espanha 58 Portugal 28, Canadá 56 Portugal 26 e Portugal 27 Suíça 25. Um ano mais tarde, a seleção nacional volta a competir, nos Jogos de Stoke Mandeville para depois mergulhar num isolamento de mais de duas décadas. Antes, em 1971, Portugal também disputara os Jogos de Stoke Mandeville – tal como em 1972, mas, posteriormente, esta edição, jogada em Heidelberg, foi renomeada como os IV Jogos Paralímpicos da história.
Só em 1994, em Aalsmeer, Holanda, se retomam as participações internacionais, já no âmbito da recém-criada – em 1989 – IWBF – International Wheelchair Basketball Federation -, mas enquanto “Team Lisboa”, no 2ª torneio mais importante de clubes, a Taça Andre Vergauwen – agora Euroliga 1, que antecede a Champions. Nessa comitiva, encabeçada por Victor Sousa, os treinadores foram Rui Calrão e Pedro Esteves, e os jogadores Carlos Oliveira, Fernando Silva, Raul Luís, Manuel Moura, Jorge Almeida, Emanuel Alonso, Luís Oliveira, António Pedro, Pedro Gonçalves, Rui Lourenço, Paulo Dias, João Cardoso.
O “Team Lisboa” é extinto em Março de 1996, após a participação em 3 competições oficiais de clubes, inaugurando-se finalmente o ciclo em que a Seleção passa a ser designada como tal e a integrar campeonatos de Seleções. O primeiro seria o Campeonato da Europa B de 1996, em Liubliana, Eslovénia. Sucederam-se participações em 1999, em Tavira, 2001 em Valladolid – Espanha -, e 2005 em Lisboa.
Entretanto alargada a 3 divisões a contenda europeia – A, B e C -, Portugal conquista o seu primeiro e único título, em Dublin, Irlanda, corria o ano de 2007, no Campeonato da Europa da divisão C. Treinada pelo espanhol José Maria Gonzalez, auxiliado por Pedro Costa, e novamente com Victor Sousa como dirigente, a Seleção faz um brilharete e atinge o escalão B. Compunham essa equipa Paulo Soeiro, Hugo Lourenço, Cláudio Batista, Aníbal Costa, Rui Nicolau, Henrique Sousa, Renato Pereira, Hugo Silva, Valter Mendes e os “sobreviventes” de 1994 Jorge Almeida, Pedro Gonçalves e João Cardoso. No ano seguinte, em Notwill, Suíça, Portugal consegue uma categórica manutenção no grupo B, mas em 2010 cai mesmo para o grupo C, em Brno, República Checa.
Os 4 anos subsequentes revelaram-se áridos para o BCR nacional, com a ausência de Portugal em dois campeonatos da Europa por falta de viabilidade financeira e até a não realização do campeonato nacional numa época. Por fim, em 2015, Portugal volta aos contactos internacionais, ao organizar o Campeonato da Europa C, em Lisboa, onde cedeu uma derrota na final contra a Bósnia-Herzegovina, mas, tal como o país dos Balcãs, logrou a promoção ao grupo B. Com Victor Sousa como chefe da comitiva, Jorge Almeida Selecionador, auxiliado por Rui Lourenço, e Nuno Fonseca como osteopata, integravam a equipa Pedro Gonçalves, Hugo Lourenço, Rui Nicolau, Márcio Dias, Carlos Cardoso, Nelson Oliveira, Nuno Neves, Aníbal Costa, Filipe Silva, Hugo Silva, Filipe Carneiro e Pedro Bártolo.
Já em 2016, em Sarajevo, Bósnia-Herzegovina, os lusos estiveram muito perto de obter a manutenção, uma vez que, no encontro decisivo, frente à Eslovénia, perderam por 60-61. Em 2017, no Europeu C, realizado em Brno, República Checa, palco de má memória, Portugal esbarrou no objetivo de regressar à divisão B, fruto do desaire na meia-final perante a seleção anfitriã por 67-50, apesar do equilíbrio ocasional no encontro. Dois anos mais tarde, em 2019 numa organização a cargo da Bulgária, nação estreante, a seleção nacional, profundamente renovada, viu gorado novamente o objetivo de escalar até ao grupo B, desta feita, fruto de uma derrota inglória na meia-final frente à Grécia – 57-61 -, que alcançou assim, pela primeira vez, o segundo patamar continental.
No campeonato da Europa de 2022, em Sarajevo, Bósnia-Herzegovina, que agregou, pela primeira vez, as divisões B e C, Portugal não resistiu ao grupo mais competitivo da prova, onde se inseriam Lituânia – viria a alcançar o terceiro posto – e Bélgica, e ficou no 10º lugar, correspondente ao 2º da divisão C, pelo que voltou a não alcançar a meta da promoção ao grupo intermédio do BCR continental de seleções.