12 jogadores marcantes – Pedro Gonçalves

Pedro Gonçalves, pilar da APD Sintra, capitão da Seleção Nacional, único totalista das provas oficiais em que a equipa das quinas participou desde a década 90.

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29 JAN 2017

São 3 Taças Andre Vergauwen, e 9 Campeonatos da Europa. Ao serviço de Sintra, 28 os títulos conquistados em 28 anos de uma carreira a que a graça dos números presta uma homenagem que peca por curta. Integra o seleto grupo de atletas nacionais que jogaram além-fronteiras, ao representar o CP Mideba ao lado do colega e amigo Hugo Lourenço. O lançamento imaculado, a superior visão de jogo e o carisma que se infunde na entrega até ao limite constituem predicados que lhe conferem a justiça de figurar nos 12 jogadores marcantes do BCR português.

 

 

Quem o vê retém num piscar de olhos o impacto da sua presença, assente na contradição perfeita de, por um lado estar umbilicalmente sintonizado com todas as incidências do jogo e, por outro, absorto no prazer de perseguir a bola laranja, como se o campo fosse só dele. Gesticula, abre os braços, vocifera, encoraja, tudo, à boleia de uma expressão que lhe é característica, “com alma”. A alma, imensa, conjugada com o virtuosismo, de onde sobressai o lançamento indefetível e fluído, transportam-no para um grupo restrito de incontestáveis do BCR português. Salvaguardando que só os que acham que foi/é marcante podem dizer o porquê, o próprio realça o “ADN” completo. “Entendo que a atitude, entrega, determinação e confiança (esta última q.b.), conjugadas com as capacidades técnicas são fundamentais para o sucesso de qualquer atleta. Acho que tenho uma dose ‘equilibrada e ajustada’ de cada uma delas”, vinca. O pano de fundo da sua iniciação qualificar-se-ia no mínimo de insólito, ao ponto do camisola 9 da Seleção ressalvar: “Não estou a brincar!”. Tudo começou… no barbeiro. “O Paulo Taborda viu-me num dia já longínquo de 1989, no barbeiro, e meteu conversa comigo sobre o BCR. A partir daí fui a um treino, ver um jogo, outro treino… e pimba, até hoje!”, afirma, sem prestar grande reverência aos 28 anos passados. A evolução diz devê-la um pouco a todos com quem se cruzou, quer os que com ele trabalharam, quer os rivais, mas há um nome que merece uma atenção especial. “Tenho que destacar o Pedro Esteves, o meu primeiro treinador, que não só fez crescer em mim o amor pelo jogo, como ensinou as “coisas” básicas do BCR, sem as quais “não se consegue ir a lado nenhum…” e que nos dias de hoje fazem muita falta! A ele o meu eterno Obrigado!”. À capacidade de ouvir e aprender, “sobretudo com quem é melhor e sabe mais”, juntou-se muito talento, emergindo sem surpresa um jogador crucial nos principais êxitos da APD Sintra (10 Campeonatos, 8 Taças e 10 Supertaças) e da Seleção Nacional e de um nível capaz de superar as fronteiras nacionais. Nomeia 3 momentos inesquecíveis na sua carreira recheada, “talvez por ordem crescente”. “A conquista do 1º título com a APD Sintra; Jogar na 1 Liga Espanhola; Conquistar o Campeonato da Europa C [Seleção], em 2007, em Dublin”. As virtudes técnicas e táticas são muitas, mas o reconhecimento do caráter coletivo do jogo, que transporta para a prática, espelha cabalmente que estamos perante um atleta diferente – mais ainda considerando que é um lançador. À pergunta de como seria a jogada perfeita, impõe como requisitos “que a bola passasse várias vezes por todos os jogadores, com 4 bloqueios sucessivos e terminasse com 2 pontos “fáceis”, debaixo do cesto, de um jogador classe 1 e com falta (2+1)!”. 

O que dizem sobre ele

Hugo Lourenço, internacional português, jogador da APD Sintra/Sporting CP

“Jogador com excelente lançamento de meia distância, excelente visão de jogo e uma capacidade única nos roubos de bola e interceção de passe. Um recuperador de bolas nato! Espírito combativo inexcedível e aplicado até à exaustão!”

Rui Lourenço, internacional português, jogador-treinador da APD Sintra/Sporting CP

Ouvi uma vez de alguém que nunca tinha visto uma "alavanca" tão perfeita e esse alguém foi uma grande referência do basquetebol, jogadora da Seleção feminina, mãe de outra grande jogadora da seleção feminina, jornalista desportiva. Em resumo, meia distância fantástica e com uma “alavanca” muito elegante. Disponibilidade física, sobretudo para defender como poucos, e capacidade de antecipação da ação do adversário aliada a uma excelente leitura de jogo. 

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29 JAN 2017

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