12 jogadores marcantes – Rui Nicolau

Debruçamo-nos sobre a carreira de Rui Nicolau, um dos mais disciplinados e sagazes jogadores que o BCR nacional conheceu, o primeiro desta lista da categoria funcional de 1.0 – correspondente a um grau de limitação mais severo, em oposição ao atleta 4.5 -, cujo contributo ao jogo é tantas vezes menosprezado ou circunscrito ao bloqueio.

Atletas | Competições | Seleções
1 MAI 2017

A iniciação inusitadamente tardia, aos 31 anos, não constituiu óbice para que “Nico” construísse uma carreira onde sobressaem muitos títulos ao serviço da sua APD Sintra (agora Sporting CP/APD Sintra), três participações em Campeonatos da Europa e um reconhecimento transversal por parte de todos os envolvidos na modalidade.

Anos de prática: 11

Principais conquistas: 4 Campeonatos, 4 Taças de Portugal, 7 Supertaças; Campeão da Europa C em 2007 e Vice-Campeão da Europa C em 2015

 

Prima por passar despercebido, mas quem devota um olhar mais analítico sobre o terreno de jogo, compreende num relance que essa primeira impressão se afigura como um erro rotundo. A dedicação que infunde a cada momento, independentemente do “capital” de reconhecimento que lhe está inerente – do lançamento em que culmina um pick and roll à manobra defensiva mais discreta -, espelha o grau de comprometimento quase penitente com que aborda a modalidade há 11 anos. “É um atleta que se entrega de tal forma aos jogos que entra, por vezes, numa espiral de adrenalina que nem consegue parar nos descontos de tempo”, sublinha Hugo Maia, colega de Seleção e ex-companheiro de armas no Sporting CP/APD Sintra. A placidez no trato e a tranquilidade emanada em cada gesto contrastam com o semblante de guerreiro na hora de encarar aqueles 40 minutos, atitude que resume com parcimónia e humildade. “Tento fazer o trabalho que me pedem”. Incentivado a praticar BCR aos 31 anos, em 2006, sem subestimar a avidez competitiva que nele habitava, poucos seriam os que acreditavam no trajeto pejado de êxitos que se seguiu, até o próprio responsável pelo eclodir desta paixão. “É o exemplo claro da responsabilidade que todos temos em tentar captar novos atletas. Estava longe de imaginar que o Nico, a iniciar atividade aos 31 anos, se transformasse no extremo e no atleta extraordinário que se transformou”, confessa Hugo Maia. Magnânimo, ‘Nico’ atribui os louros pela evolução ‘inesperada’ ao “trabalho e ensinamento diário das equipas técnicas” do Sporting CP/APD Sintra e da Seleção Nacional, realçando como momentos altos os títulos nacionais obtidos ao serviço do clube e a primeira participação num Campeonato da Europa. A estreia deu-se em 2007, na Irlanda, pano de fundo para o primeiro e único título europeu de Portugal (da Divisão C), revelando-se o extremo decisivo na conquista e consequente subida de divisão. Não menos cirúrgica foi a sua prestação no Europeu de 2015, altura em que Portugal voltou a carimbar a passagem para o Grupo B, ao ser finalista, na cidade de Lisboa. Avesso às probabilidades, Rui Nicolau parte aos 42 anos em busca de nova presença nos eleitos que irão representar Portugal, em julho, na República Checa.

 

Hugo Maia, jogador do GDD Alcoitão, internacional português

“Quem viveu de perto o Europeu de 2015 em Lisboa, sabe bem que o Rui Nicolau é de longe o melhor classe 1 de sempre em Portugal. Perder-me-ia aqui a destacar todas as qualidades, mas vou ficar-me pela dedicação, o empenho, o foco, o companheirismo, a entrega e a humildade gigantesca em reconhecer erros e tentar corrigir-se de imediato; nunca julgando, nem apontando erros alheios, e sempre motivando o resto da equipa. É, acima de tudo, um ser humano com espírito tranquilizador e uma energia positiva gigantesca. Tenho o prazer de me sentir responsável em ter captado este desengonçado de 2 metros de altura que não é só grande em comprimento; foi um grande colega de equipa na APD-Sintra, é um grande colega de Seleção Nacional, um grande adversário e um enorme atleta.”

 

João Cardoso, jogador do Sporting Clube de Portugal/APD Sintra, ex-internacional português

Um dos melhores de pontuação baixa, raçudo na luta e, quando não se dá por ele, lá está interferindo numa jogada. Dificulta a ação de qualquer jogador, tenha ele 1 ou 4,5 pontos. Não é à toa que já seja internacional há muitos anos. Tenho imenso prazer em ser colega dele, pois é paciente e muito comunicativo, facilitando o trabalho na equipa.

Atletas | Competições | Seleções
1 MAI 2017

Mais Notícias