“Estou no quinto ano neste clube e vejo que a matéria humana está a compensar-me pela persistência”
Alberto Babo, nome que dispensa apresentações no panorama basquetebolístico nacional, com um grande currículo, concedeu uma entrevista à FPB, depois de ter conquistado a Supertaça de Angola ao serviço do Interclube, diante do poderoso Libolo.
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17 NOV 2017
O treinador português falou com grande entusiasmo sobre o projeto que tem em mãos nos “polícias” e recordou alguns momentos da sua carreira.
Fiquem com a segunda parte da entrevista.
Já está há oito anos em Angola, tendo vencido um campeonato e uma Supertaça Compal ao serviço do Petro. Esperava um percurso tão longo no país? E tão marcante também?
Quando eu parti para Angola foi por um período de três anos, para então treinar o Petro de Luanda, equipa que luta sempre pelo campeonato, algo que já não fazia há muito tempo. Fomos pacientes no primeiro ano, mas nos outros vencemos o campeonato e a Supertaça Compal numa final contra o FC Porto, não esquecendo que fomos ainda vencedores da zona VI do campeonato africano de clubes e vice campeões. Mas quando voltei a Portugal e fiz um interregno de uma época, fui convidado pelo Interclube, num projeto de três anos e mais um de opção, projeto esse que era construir uma equipa jovem que fosse capaz de lutar por títulos. Este desafio foi aceite, sabia que iriam ser anos difíceis, conquistas de títulos nem pensar, mas sabíamos o que estávamos a "plantar" e que paulatinamente, com muito trabalho, os frutos iriam aparecer. Fomos retirando jogadores mais velhos, mas com os quais ainda poderíamos ainda contar, mas a nossa visão estratégica passava por encontrar miúdos e acima dos dois metros. Estou no quinto ano neste clube e vejo que a matéria humana está a compensar-me pela persistência, fazendo-me acreditar que só trabalhando em prol de um sonho poderemos ser felizes. Este é pois, um desafio marcante na minha carreira: ganhar títulos com esta equipa e vê-los já a trabalhar na seleção.
Tem uma carreira recheada, com vários títulos em Portugal também. A nível de carreira, sente que já atingiu o topo? Quais são as metas que ainda ambiciona mais alcançar?
Como diz, e bem, ganhei títulos nos três clubes que dirigi anteriormente: FC Porto, CA Queluz e Petro de Luanda, mas este título, há dias conquistado, está no mesmo patamar dos outros. Dizer que já atingi o topo da minha carreira… direi que não. A ambição é própria do ser humano, a ambição salutar de querer algo, pelo seu próprio esforço, nunca através de jogadas rasteiras, carácter acima de tudo, mas a próxima meta será aquela que me oferecerem para poder decidir aquilo que é bom no momento: trabalhar com paixão, servir aqueles que nos forem propostos, os atletas.