“Man Out” com… João Jerónimo

A preponderância na sua equipa, APD Leiria, é cada vez maior e recentemente viu o esforço premiado com a primeira chamada para trabalhos na Seleção Nacional.

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26 DEZ 2017

 

Falámos com João Jerónimo, no regresso da rubrica “Man Out”, um jogador poderoso na posição de poste – onde Portugal está carente – e que promete ser um nome a ter em conta nos próximos compromissos oficiais. 

Chamam ao basquetebol em cadeira de rodas (BCR) a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” a modalidade?

A melhor maneira de convencer uma pessoa a ver ou praticá-la no nosso país, hoje em dia, é agarrarmos no nosso carro, irmos buscar as pessoas a casa e levá-las até ao pavilhao, mas fora isso, o basquetebol em cadeira de rodas é uma modalidade super “poderosa”, onde só experimentando se consegue sentir as coisas, convidar para vir ver um treino, experimentar a cadeira e depois ver um jogo para sentirem a adrenalina que é jogar.

Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?

Sou apaixonado pelo jogo do capitão da Turquia, Ozgur Gurbulak. A maneira como consegue motivar toda a equipa a fazer bons jogos é fascinante, já para não falar da finalização inpresionante que tem. Também gosto imenso do jogador da Grã-Bretanha, Dan Highcock, da dedicação que tem para chegar à perfeição. É um atleta que sigo há imenso tempo e que me dá uma motivação extra.

Ter uma limitação motora, entre outras coisas, produz momentos humorísticos de requinte devido à reação das pessoas menos “familiarizadas” com o tema. Ter uma limitação motora e jogar BCR é uma mistura explosiva? Conta-nos um episódio contigo ou que presenciaste.

Ter uma limitação motora não nos impede de fazer nada! Desde os meus 15 anos, quando tive o acidente, saí do desporto dito “normal” e entrei no mundo do desporto adaptado, e apercebi-me logo de que conseguimos praticar desporto na mesma de alta competição, independentemente de termos ou não uma limitação motora. Tenho imensos episódios em jogos caricatos, sendo que os mais cómicos passam por ver jogadores em contra-ataque com a cabeça no chão, eu pôr-me a jeito parado e o jogador bater em mim e sair literalmente disparado da cadeira. Farto-me de rir e o mais engraçado é que ainda ganho a falta de atacante.

Entre todas as maravilhas passíveis de pôr em prática numa cadeira de basquetebol, qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo predileto? 

Eu adoro fazer “abafos”, jogadores em lançamento e roubar bolas quando estão a sair da mão do adversário, adoro. Agora ando a praticar o ”tilting” para conseguir fazer lançamentos apoiados numa roda (ainda tenho muito que trabalhar, mas já esteve mais longe).

Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? Com sinceridade, vá lá!

Como eu gosto de ter a fasquia sempre alta, gostaria imenso de fazer Man Out ao jogador da Argentina, Alber Esteche, contra quem há três anos, no Torneio Internacional de Lisboa, tive oportunidade de jogar. Fiquei fascinado com a perícia da cadeira. 

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26 DEZ 2017

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