“Se atentarmos aos resultados, tudo correu quase na perfeição”

É um dos treinadores portugueses mais categorizados e o nosso Selecionador Nacional de Sub20 Femininos, que passou um ano intenso ao serviço da equipa das quinas e na Roménia, comandando o Phoenix Galati, numa aventura que terminou de forma abrupta.

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27 DEZ 2017

 

Eis a 1.ª parte de uma entrevista a Eugénio Rodrigues, que nos falou sem rodeios sobre o seu percurso nos últimos tempos, no findar de um 2017 em que voltou a ser figura.

Olhando em retrospetiva para 2017, como te correu o ano em termos desportivos? Isto falando da Seleção de Sub 20 Femininos e do Phoenix Galati.

Depende da perspetiva. Se atentarmos aos resultados, tudo correu quase na perfeição, quer na Seleção Feminina de Sub20 Feminina, quer no Phoenix Galati – Roménia. Tendo em conta os objetivos pré-estabelecidos para a Seleção, sobretudo depois de constatarmos a ausência de algumas jogadoras basilares daquele grupo etário, a permanência na Divisão A era um objetivo complicado, mas exequível. Já no Phoenix Galati, os objetivos passavam por nos apurarmos para as finais da Taça da Roménia e classificarmo-nos até ao sexto lugar do campeonato. Ora, tendo conseguido ambos, fiquei de consciência tranquila. Porém, se atentarmos ao decurso da época em si mesma, os processos não foram os esperados. Na Seleção, conforme referi, porque tivemos muitas ausências e isso complicou bastante e inclusivamente a preparação do Europeu. Poucas atletas para os estágios (chegámos a ir a um torneio em França com nove atletas apenas) e um plantel muito desequilibrado no que toca à heterogeneidade. Já em Phoenix, basicamente teve a ver com questões financeiras que levaram as jogadoras, numa primeira fase, a fazerem greve e, numa segunda fase, a abandonarem a equipa, pelo que é possível imaginar-se como foi o nosso fim de época!

Muita gente foi apanhada de surpresa pela tua saída do basquetebol romeno, devido a motivos que não passaram por ti. Podes contar-nos por alto o que se passou no clube?

Foi bastante surpreendente de facto, até para mim. A equipa feminina desta época tinha sido constituída com base num orçamento muito limitado porque o apoio do município havia sido drasticamente reduzido, e foi com essas premissas que arranquei. Porém, em fins de outubro, a autarquia decidiu reduzir ainda mais o orçamento do clube, o que tornou inviável a continuidade de duas equipas nas ligas profissionais (o clube tinha também a equipa masculina na Liga Romena). A decisão foi no sentido de manter a equipa masculina e cortar a feminina e, como tal, o meu regresso a Portugal aconteceu por tabela.

Como olhas, em termos gerais, para a experiência no basquetebol romeno?

Foi uma experiência boa, muito enriquecedora, profissional e, acima de tudo, incrivelmente dura pela competitividade dos adversários. Estamos a falar de equipas com cinco estrangeiras e nalguns casos com internacionais romenas à mistura. As referências eram em maior número e mais ricas. Nem tudo era bom, como é evidente, e os aspetos financeiros foram sempre um problema bastante presente. As deslocações eram feitas em condições sofríveis e intermináveis, dado que Galati fica no extremo este do país e as estradas eram efetivamente bastante más. No entanto, e no balanço final, acho que foi bastante positivo. 

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27 DEZ 2017

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