“Continuamos em processo de aprendizagem e a construir o futuro destas jogadoras”
Após um início difícil de temporada, o Olivais Coimbra tem subido de forma, protagonizando, no último fim de semana, a grande surpresa da 19.ª jornada da Liga Feminina, com um triunfo sobre o líder, União Sportiva, que assim perdeu a invencibilidade na prova.
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23 FEV 2018
Por isso, entrevistámos o técnico José Miguel Araújo, que nos fez um ponto de situação da época, que marca o seu regresso a Portugal e à formação da cidade dos estudantes.
O Olivais continua em alta rotação na Liga Feminina, tendo aplicado no passado fim de semana a primeira derrota na prova ao União Sportiva. Quais as principais razões que explicam esta grande subida de forma da equipa, que não perde desde 13 de janeiro?
Em primeiro lugar, para nós foi apenas mais uma vitória. Claro que ganhámos ao primeiro classificado, mas isso não muda em nada a nossa forma de estar nem os nossos objetivos. Continuamos a trabalhar para manter a equipa na Liga, e agora podemos pensar em conquistar um lugar no playoff. Continuamos a ser a mesma equipa, jovem e em desenvolvimento. Os processos demoram o seu tempo e temos subido a nossa qualidade de jogo, sendo que, acima de tudo, temos sido capazes de ser mais consistentes por períodos mais longos durante os últimos jogos. Esta é, para mim, a principal razão da melhoria da equipa.
Depois de um começo de temporada atribulado, o Olivais já se encontra no sétimo posto da Liga e ainda está na Taça de Portugal. Houve alguma redefinição de objetivos? Já se pensa no título?
Quando aceitei este desafio, os objetivos foram claros: trabalhar e desenvolver as jogadoras jovens do clube e tornar este grupo de atletas numa equipa capaz de competir na nossa Liga. As coisas estão a correr normalmente, e com trabalho e dedicação de todos vamos melhorando passo a passo. A Taça de Portugal é uma competição diferente e estamos a um jogo de alcançar a Final a 4. Seria uma ótima experiência para esta jovens jogadoras, mas ainda falta um jogo, mas obviamente que passou a ser um objetivo marcar presença nesta final. Quanto ao campeonato, seria pouco sério passar agora a pensar no título. Objetivamente pensamos agora em atingir a próxima fase da competição, até porque esta equipa tem pouca experiência competitiva ao nível sénior. Continuamos em processo de aprendizagem e a construir o futuro destas jogadoras.
A chegada de reforços terá sido o momento de volte-face da equipa?
Os reforços vieram trazer claras melhorias. Claramente ficámos com mais opções e uma maior rotação. A equipa ganhou outra dimensão física e mais variedade tática. Estas jogadoras mais velhas e experientes vieram ajudar imenso à melhoria da equipa, quer no treino, quer na competição. Passámos a ser capazes de maior competitividade na maioria das partidas e as jogadoras jovens têm beneficiado muito com estas mais-valias.
Do ponto de vista pessoal, enquanto treinador, como tem sido esta época? Muito exigente a partir do momento da tua chegada?
Foi um começo atípico, só comecei a trabalhar uns dias antes de arrancar a Liga, sem pré-temporada e com jogadoras que nunca tinham realizado um único jogo a este nível. Confesso que foi um início complicado, com algumas dificuldades em encontrar o equilíbrio e o balanço entre treinar uma equipa de formação e uma equipa de competição. Tem realmente sido exigente e um desafio muito diferente em relação àquilo que vinha fazendo nas últimas épocas. Com o tempo e o trabalho diário fui-me adaptando a esta realidade. Acredito que estamos todos a aprender e a crescer com o decorrer da época.