“No minibasquete, para mim, o mais importante é a criança”

António San Payo Araújo, antigo Diretor Técnico Nacional do minibasquete e voz mais do que autorizada para falar sobre esta variante da modalidade, será um dos preletores do Clinic da Convenção, evento inédito que decorrerá entre 1 e 3 de junho, em Matosinhos.

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29 MAI 2018

 

Em entrevista à FPB, o atual coordenador do minibasquete do Belenenses projetou um dos certames mais esperados do ano e analisou pontos importantes da iniciação na modalidade.

O que significa para si, enquanto vulto do minibasquete nacional, Portugal acolher esta Convenção e o San Payo ser parte integrante do evento enquanto preletor?

Para mim é um orgulho especial e um prazer muito grande ter sido convidado para estar presente na Convenção como preletor. Deixei a Federação há cerca de dois anos, mas como disse várias vezes ao Presidente Manuel Fernandes, não abandonei o basquetebol, muito menos o minibasquete, e por isso foi com grande satisfação e alguma ponta de reconhecimento que verifiquei que o Professor se lembrou de mim para participar no Clinic.

 

Pegando na Clinica da Convenção, pode dar-nos a conhecer um pouco que tema irá explorar na formação?

Para além de explicar, muito sucintamente, o meu conceito de minibasquete, será uma intervenção prática em que vou mostrar aquilo que tenho feito nos últimos cinco anos enquanto coordenador do Belenenses, em duas vertentes. A mais difícil, que passa pela captação e fidelização dos jovens, e depois a outra, que diz respeito a propostas de trabalho e à compreensão de exercícios de defesa e ataque, coisas simples.

 

Como define a importância do minibasquete na evolução de um jogador? Qual a sua preponderância?

No minibasquete, para mim, o mais importante é a criança, todas as crianças, sejam mais ou menos aptas. Esta é uma questão de princípio, e no caso do nosso país isso é decisivo, já que se não conseguirmos cativar e captar mais crianças e aumentar a massa crítica (uma das prioridades da FPB) através da fidelização dos jovens, dificilmente teremos melhor basquetebol. Nada nos garante que mais quantidade seja sinónimo de mais qualidade, mas a probabilidade é maior. Atenção, porque quando eu falo de quantidade não passa apenas por termos mais praticantes, porque os números por si só não me interessam, e por isso impõe-se que os jovens pratiquem a modalidade de uma forma regular. A minha longa experiência diz-me que para determinadas posições até podem surgir jogadores, numa fase mais tardia, que vão acabar por singrar pela sua capacidade atlética, mas dificilmente um condutor de jogo, neste caso os bases, não nasceram no minibasquete, porque a modalidade já lhes está nas veias. Um poste, um extremo mais atlético… até podem aparecer mais tarde, mas quanto a bases… não conheço casos deste tipo, surgem de imediato no minibasquete.

 

Que palavras quer deixar para todos os treinadores que venham a comparecer em Matosinhos?

Pego nas palavras do Professor Teotónio Lima e por isso digo que quem quiser continuar a ensinar, terá que aprender sempre. Pelas propostas que já vi das intervenções do João Ribeiro e do Sergio Lara, as mesmas visam muito o desenvolvimento da inteligência dos jogadores, o que vai muito para além das jogadas. Parece-me que esta vai ser a grande tónica das intervenções dos treinadores.

 

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29 MAI 2018

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