“Man Out” com… Carlos Passos

Conheceu os encantos da modalidade em 2013, então com 17 anos, e a progressão num dos históricos do campeonato nacional, APD Sintra/Sporting CP, levou-o não só a figurar na recentemente recuperada Seleção de Sub22, como a integrar os trabalhos da Seleção principal em dezembro do ano passado.

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23 MAI 2018

Hoje, ouvimos as palavras de mais uma promessa do BCR nacional, Carlos Passos, na rubrica “Man Out”.

 

Nota: Foto de Porfírio Ferreira

 

Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o basquetebol em cadeira de rodas?

Primeiramente, esta modalidade tem em mira os amantes de basquetebol, contendo quase as mesmas regras de jogo e o mesmo objetivo. Não se pode fazer afundanços (o que é uma pena…). É um desporto que faz parte da minha vida e acredito que da dos meus colegas de equipa também. Já o pratico há alguns anos e sinceramente tem um lugar reservado no meu coração, sendo não apenas um desporto, mas um sonho que estou a viver de momento.

 

Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?

Pessoalmente, posso dizer que tenho dois jogadores pelos quais tenho uma grande admiração, não só “dentro de campo”, mas igualmente fora dele. São o meu presidente e colega de equipa, Pedro Gonçalves, e o meu colega de equipa, Rui Nicolau, ambos desde do primeiro dia. Não desfazendo ninguém, mas eles têm tido uma enorme paciência comigo e ensinaram quase tudo o que eu sei sobre o BCR, desde da postura dentro de campo até à tática e forma de jogar, e ainda até com a minha formação pessoal. Fizeram-me crescer muito como pessoa.

 

Ter uma limitação motora, entre outras coisas, produz momentos humorísticos de requinte devido à reação das pessoas menos “familiarizadas” com o tema. Ter uma limitação motora e jogar BCR é uma mistura explosiva? Conta-nos um episódio contigo ou que presenciaste.

Precisamente com pessoas menos “familiarizadas” com o BCR, um episódio comigo e essa mistura explosiva, tenho uma situação em que estava numa videochamada com um amigo meu e em que lhe mostrei um jogo da Seleção Nacional, particularmente uma situação em que o grande Hugo Lourenço ia em velocidade e em que acabou por sair “disparado” do campo, levantando-se rapidamente, em frações de segundos, e voltando logo ao jogo. Esse meu colega ficou surpreendido com a situação e devido a nesse momento eu estar a ouvir a música do Tokyo Drift, geraram-se grandes risadas por ele nos comparar a carros a fazer “drift” dentro de campo.

 

Entre todas as maravilhas passíveis de pôr em prática numa cadeira de basquetebol, qual o teu movimento, gesto ou momento de jogo predileto?

Tenho de dizer que é o movimento para realizar um bloqueio a um colega e este conseguir encestar, porque pessoalmente não sou um jogador que gosta de marcar, mas sim assistir e ajudar os meus colegas a brilhar.

 

Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? Com sinceridade, vá lá!

O jogador a quem gostaria de fazer um "Man Out" seria, sem dúvida, o jogador inglês Ade Orogbemi. Quando o vi em campo nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, fiquei um fã da velocidade e agilidade dele.

 

 

O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

 

 

 

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23 MAI 2018

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