“Man Out” com… Daniel Tristão

O basquetebol em cadeira de rodas (BCR) é recente para ele, mas a bola laranja faz parte da sua vida há muito.

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18 JUN 2018

Antes da transição para a versão sobre rodas, o extremo do GDD Alcoitão jogou basquetebol a pé durante 10 anos e quem o observa em campo desconfia perante a técnica de lançamento fluída e imaculada, à qual alia inteligência no posicionamento e na leitura de jogo. Aos 29 anos, Daniel Tristão estreou-se com a camisola da Seleção Nacional, no Torneio Internacional de Seleções em Vila Nova de Gaia e Lousada, dando sinais de evolução que permitem à equipa técnica nacional aumentar o leque de escolhas de qualidade para atacar o europeu do próximo ano.

 

Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o basquetebol em cadeira de rodas?

Diria que o BCR é mais do que um desporto, para muitos uma forma de viver, onde demonstramos em campo tudo aquilo de que somos capazes, todo o nosso potencial, independentemente da deficiência de cada um, um lugar onde todos somos um só.

 

Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?

A nível nacional é o Márcio Dias, pela vasta experiência e sabedoria sobre o BCR, também pelo que transmite dentro e fora de campo. Internacionalmente, o mítico Patrick Anderson.

 

Ter uma limitação motora, entre outras coisas, produz momentos humorísticos de requinte devido à reação das pessoas menos “familiarizadas” com o tema. Ter uma limitação motora e jogar BCR é uma mistura explosiva? Conta-nos um episódio contigo ou que presenciaste.

O que faz deste desporto ser maravilhoso, para além da paixão de quem o pratica, é o facto de todos termos em comum algum tipo de deficiência motora e brincarmos com o handicap de cada um para quebrarmos o gelo e rir um pouco, tal como perguntar a um jogador sem os membros inferiores se tem umas meias que empreste.

 

Entre todas as maravilhas passíveis de pôr em prática numa cadeira de basquetebol, qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo predileto? 

Para mim é o Man Out, uma jogada de equipa, rápida, de grande harmonia entre todos, que termina com um jogador a marcar cesto de forma isolada.

 

Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? Com sinceridade, vá lá!

Sem ter de ir muito longe, digo o meu colega de equipa Marco Gonçalves pela sua capacidade explosiva e rapidez.

 

O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

 

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18 JUN 2018

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