“O grupo tem potencial e talento, mas tudo está nas mãos das atletas”

Decorridos os primeiros meses da temporada, entrevistámos Mariyana Kostourkova, treinadora principal do Centro de Alto Rendimento (CAR) do Jamor, que deixou vários elogios ao grupo, com "trabalho" a ser a palavra de ordem!    

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20 DEZ 2018

Como estão a correr estes primeiros meses da temporada no CAR Jamor? Quais são os maiores desafios que se colocam?

O grupo que integra o Centro de Alto Rendimento do Jamor é o mais jovem que até agora tivemos. É constituído por cinco atletas repetentes e oito atletas que pela primeira vez abraçam um projeto desta dimensão. Elas foram escolhidas depois de várias observações efetuadas no verão passado e durante as Festas do Basquetebol, em Albufeira. Numa altura em que está a acabar o primeiro período escolar, podemos afirmar que a integração das novas atletas correu bem. Temos a noção de que as nossas atletas têm uma carga semanal muito superior à das suas colegas nos clubes, e por isso o acompanhamento e o cuidado diário são muito importantes. O maior desafio, sem dúvida, passa por criar rotinas, mantendo a concentração e o foco durante os treinos. No fundo é criar uma ética de trabalho. As atletas repetentes são um excelente exemplo, que é muito importante para nós e uma ajuda no trabalho diário da equipa.

 

Como caracteriza este grupo de trabalho? Há muito potencial?

O grupo tem potencial e talento, mas tudo está nas mãos das atletas. O talento não serve se não trabalhamos sempre a 100%. Já vi muitos atletas com talento, que o desperdiçaram. As atletas são muito novas e precisam de ter sonhos e objetivos! Da nossa parte temos a grande responsabilidade de ajudar estas jovens a realizar o seu potencial e a encontrar o seu lugar no mundo do basquetebol.

 

Para que as pessoas entendam melhor as rotinas do grupo, como é o dia-a-dia no CAR Jamor?

É duro. Num total de quatro dias as atletas do CAR Jamor efetuam à volta de 11 horas de trabalho no pavilhão, mais duas horas nas salas de musculação. Tendo em conta que grande parte das nossas atletas tem fins de semanas com jornadas duplas, temos a obrigação e o cuidado de gerir bem toda esta carga. O nosso trabalho técnico/tático é acompanhado pelo coordenador da parte feminina, Ricardo Vasconcelos, enquanto os treinos de musculação são coordenados e orientados pela equipa de especialistas do Jamor (e realizados nas instalações das piscinas). Para que tudo corra bem e sem lesões, temos diariamente acompanhamento da nossa fisioterapeuta e dos médicos do CAR Jamor. Criámos uma boa ligação com os treinadores dos clubes para um melhor acompanhamento das nossas atletas. Sendo assim, o nosso trabalho semanal começa na segunda-feira, logo a seguir à escola, com um treino de musculação. A seguir temos 120 minutos no pavilhão com o trabalho a ser orientado para a técnica e tática individual, com o objetivo de melhorar e otimizar os fundamentos. Depois as atletas têm tempo para jantar e para estudar. No dia seguinte tudo começa de novo até sexta-feira, dia em que regressam a casa. Em conclusão, no final destes três meses de trabalho só posso estar contente com as nossas atletas, que mostraram grande vontade de trabalhar e elevado empenho escolar, o que me faz ficar otimista em relação ao futuro. 

 

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20 DEZ 2018

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