APD Braga promove BCR junto da comunidade escolar

O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência serviu de mote para a APD Braga levar o basquetebol em cadeira de rodas a nove escolas em duas semanas.

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16 DEZ 2018

 

O périplo pelo norte do país permitiu não só sensibilizar a comunidade escolar para a vida de uma pessoa com deficiência, que “não é sinónimo de paragem” – afiança o técnico Ricardo Vieira – como para divulgar a modalidade e alterar a perspetiva dos mais jovens face ao desporto adaptado.

 

 

“Está a ser, sem dúvida, o melhor ano”. Assim descreve Ricardo Vieira, técnico da APD Braga, a atuação da equipa junto da comunidade escolar na presente época desportiva, onde os convites sobejam e a disponibilidade para lhes dar resposta escasseia, como o próprio treinador referiu: “Surgem de tal forma que por vezes temos mesmo de adiar uma ou até mesmo cancelar outras exibições, porque não conseguimos estar em lugares diferentes”.

 

Num espaço de apenas duas semanas, e com o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência como fator catalisador, os atletas da APD Braga percorreram nove estabelecimentos de ensino: Alfacoop, Colégio João Paulo II, Agrupamento de Escolas de Briteiros, Agrupamento de Escolas Oeste Cabreiros, Escola Secundária de Estarreja, Escola Ribeira de Neiva, Agrupamento de Escolas Fernão Magalhães, em Chaves, Escola E/B 2/3 de Vidago e Escola EB 2/3 das Marinhas. Mas têm já também várias atividades agendadas para janeiro, “com tendência para crescer”. No meio da azáfama de espalhar a mensagem houve ainda tempo para disputar e vencer o encontro do Campeonato Nacional frente ao GDD Alcoitão, em Queluz.

 

O canal aberto com o universo escolar não é mais do que “fruto do trabalho desenvolvido ao longo dos anos”, assente numa abordagem natural e reveladora da deficiência e do desporto, que gera um sentimento por parte de quem participa de que “afinal é pouco tempo”. “São quase os miúdos que ‘obrigam a estarmos presentes assim que possível”, acrescenta Ricardo Vieira. Os jogadores da formação minhota e o treinador convivem com jovens dos 3 aos 18 anos e se, por vezes, a atitude inicial se reveste de “algum repúdio pelo sentar na cadeira, fruto dos estereótipos”, rapidamente dá lugar ao “sorriso que estava escondido”. A presença nas redes sociais ajuda a aferir o sucesso das atividades e em relação ao impacto das demonstrações de BCR – abertas posteriormente à participação dos alunos e professores – nos últimos quinze dias bastará dizer que a página de Facebook somou 300 “gostos”.

 

Entre as reações mais marcantes das visitas às escolas, o treinador bracarense narra um episódio com uma menina com paralisia cerebral grave. “Senti que ela queria jogar, mas diziam-lhe que não podia – e não podia mesmo – e feito ‘teimoso’ tirei-a da cadeira dela, meti-a numa cadeira de BCR, segurei a bola no colo dela, lancei por ela e encestei… Depois olhei para ela e sorriu-me. As pessoas disseram: ‘ela nunca sorriu assim, muito menos para estranhos’”. Da passagem mais recente, nas duas últimas semanas, retém um aluno de 6 anos em Ribeira de Neiva, que se aproximou para oferecer uma pulseira, depois de ouvir que uma cadeira de competição podia custar 3500€. Dois exemplos do potencial transformador do desporto e do quanto este pode também ajudar a moldar a perceção da sociedade civil no que respeita à pessoa e ao atleta com deficiência.

 

 

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16 DEZ 2018

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