“Deve ser expressa a enorme capacidade de superação que estes jovens têm demonstrado”

Portugal inicia esta quinta-feira a sua participação no Europeu de Sub16 masculinos, Divisão B, e por isso entrevistámos António Paulo Ferreira, selecionador nacional.

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8 AGO 2019

 

O treinador da jovem equipa das quinas destaca o trabalho efetuado pelos atletas e o equilíbrio esperado na competição.

Como avalia a preparação para este Europeu? Que aspetos destaca?
A preparação foi muito exigente e envolveu a necessidade de um nível de superação muito elevado por parte de todos os jogadores. Se considerarmos que estes jovens jogadores treinam normalmente o equivalente a 4-5 horas por semana, neste último mês treinaram o equivalente a 5 meses de uma época, o que representa cerca de metade de uma época desportiva habitual. Isto apresenta-se uma oportunidade muito interessante para a evolução e progressão de cada um destes jovens jogadores que tem muito por aprender e crescer enquanto jogadores.

Portugal vai ter a companhia da Irlanda, Holanda, Chipre, Geórgia e República Checa, no Grupo B. Quais são os maiores perigos?
O grupo em que estamos inseridos é, em teoria, mais difícil do que aqueles que temos encontrado nos últimos anos. Temos três seleções que estão próximas da Divisão A – a Holanda e a Geórgia, que desceram no ano passado, e a República Checa, que no ano passado não subiu. Destas três seleções espera-se obviamente um nível muito elevado. A Irlanda tem progredido significativamente nos últimos anos e será certamente um adversário igualmente bem difícil. O Chipre será a seleção que conhecemos menos bem, mas sabemos que fisicamente são fortes e muito atléticos, e que é composta por muitos jogadores em equipas de formação gregas. Também se antevê um jogo de um nível de dificuldade grande. Vamos ver o que vai acontecer. Acho que podemos competir com todos, queremos e estamos preparados para isso, mas não conseguimos ter uma expectativa de resultado final porque pensamos que estamos num grupo que antevemos muito difícil. 

Em que aspetos a Seleção Nacional terá de ser superior?
Para sermos competitivos teremos, em primeiro lugar, de ser capazes de defender de forma muito coletiva. Em todos os momentos defensivos do jogo temos regras que nos responsabilizam coletiva e individualmente, mas que serão determinantes na forma como todos as interpretamos. Reforço uma ideia que para nós é chave: só seremos suficientemente competitivos se defensivamente conseguirmos impor o nosso ritmo e fazer valer a nossa estratégia na defesa HxH, que é a nossa defesa de base. Para defendermos como queremos, pensamos que a capacidade de luta, a coesão e a nossa comunicação serão determinantes para percebermos o que cada jogo nos poderá dar. Os jogos serão todos difíceis, mas diferentes, porque a este nível as equipas interpretam formas de jogar de uma forma diferente. No entanto, se formos sólidos defensivamente, e muito unidos dentro do campo, vamos certamente ser muito competitivos como desejamos.

Foi traçado algum tipo de objetivo para esta prova?
Sabendo que os Sub16 são a primeira grande experiência internacional que estes jogadores têm, é muito difícil definir objetivos concretos porque não se conhecem com rigor as suas capacidades de desempenho a este nível. Claro que somos muito ambiciosos e partimos para cada campeonato com uma expectativa muito positiva sobre o que poderemos fazer. Mas uma coisa é o que queremos e desejamos, outra é a real capacidade competitiva que demonstramos no confronto internacional dos Sub16. Queremos claramente o melhor resultado possível e que os resultados que fazemos possam estar a par. Porém, deve ser expressa a enorme capacidade de superação que estes jovens têm demonstrado ao longo deste estrato e que estamos certos vão demonstrar em cada jogo.

 

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8 AGO 2019

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